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A menina do mirante

Henrique Rego / Popular
Repertório de Alfredo Marceneiro 


Menina lá do mirante
Toda vestida de cassa
Deite-me vista saudosa
E um adeus da sua graça

A menina é o retrato 
Sem mesmo tirar nem pôr
De quem me prendeu de amor
Nas festas de São Torcato;
Tem mesmo um olhar gaiato 
Expressivo, embriagante
E essa boca insinuante 
Onde a alegria perdura
É romã fresca madura
Menina lá do mirante

Anda a brisa, com desvelo 
Perfumada a lúcia-lima
A saltitar-lhe por cima 
Dos anéis do seu cabelo;
Abençoado modelo 
De mulher da minha raça
Pois toda a gente que passa 
Olha os céus e diz ao vê-la
A menina é uma estrela
Toda vestida de caça

Ó meu amor vá um dia 
À minha terra e verá
Que do seu mirante lá 
É um voo de cotovia;
Verá como se extasia 
Ante a paisagem formosa
Que se estende graciosa
Num encanto sem limite
Caso aceite o meu convite
Deite-me vista saudosa

No domingo há procissão 
Com andores dos mais ricos
Bodo aos pobres, bailaricos 
Fogo preso e animação;
Lá encontra um coração 
Que de amor se despedaça
Portanto, a menina faça 
Esse coração vibrar
Dando-lhe um simples olhar 
E um adeus da sua graça