Versão do repertório de Carlos Ramos
Criação da atriz-cantora Justina Magalhães, na primeira *Festa do Fado*
Teatro São Luiz, em 12 de Outubro de 1924.
Informação de Francisco Mendes e Daniel Gouveia
Livro *Poetas Populares do Fado-Canção*
Livro *Poetas Populares do Fado-Canção*
O
Fado é uma trova tão bizarra
Como a brilhante a chama dum fanal
É
bem na catedral duma guitarra
Divino
padre nosso em Portugal
Trova
nascida não sei de que autor
Canta
a saudade a soluçar
De dor sentida
Fosse
quem fosse o seu inventor
Vem
desde o Alcouce
A dar mais brilho e luz à vida
Apaixona
os poetas e os artistas
E
tem na terra luz um tal poder
Que
os fidalgos desceram a fadistas
P'ra o ouvirem de perto e aprender
E
assim carpindo as mágoas fatais
Lá
foi subindo
Aos salões onde há grandeza
Já
foi cantado nos Paços reais
E
assim o Fado veio a ter
Também nobreza
Vive
a brincar nos lábios das donzelas
O
Fado que se canta em Portugal
Soluçou
a sorrir nas caravelas
Acompanhando
a frota nacional
Todo
um passado de glória a fulgir
Canta-se ao Fado com amor
Com fé e esp'rança
Gemeu
chorando n'Alcácer Quibir
Cantou vibrando
Cantou vibrando
Lá nas trincheiras em França