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As letras publicadas referem a fonte de extração, ou seja: nem sempre são mencionados os legítimos criadores dos temas aqui apresentados.
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* 7.285' LETRAS <> 3.120.500 VISITAS * MARÇO 2024 *

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Deambulação poética

José Fernandes Castro
Declamado e registado em vídeo por Américo Pereira


Ali, ao dobrar da esquina 
Apreciando a beleza
Duma jovial menina 
De raça bem portuguesa;
Reparei que a natureza 
Tem coisas intemporais
Que talvez sejam normais 
Para quem pouco conhece;
Porém, a mim me parece 
Que a natureza destina
Uma luz quase divina 
Que quase sempre escurece;
E quando o tempo amanhece 
Da forma mais genuína
Qualquer sol desaparece
Ali ao dobrar da esquina

Ali ao dobrar do tempo
Temendo o tempo que vinha
Reparei quanto é mesquinha 
A alma do pensamento;
Tão frágil é o momento 
Em que as vidas se desatam
E por vezes se maltratam 
Com a dor do sofrimento;
P’la falta de sentimento 
Há sorrisos de negrura
O sol é de pouca dura 
A lua é raro sustento;
Enquanto no firmamento 
Uma estrela chora triste
Porque pouco ou nada existe
Ali ao dobrar do tempo

Ali ao dobrar da vida 
Projetada para a morte
Reparei o quanto é forte 
A memória da partida;
Ai sorte... maldita sorte 
Que andas de mim fugida
Desviando-me do norte
Ali ao dobrar da vida