Desconheço se esta letra foi gravada.
Transcrevo-a na esperança de obter informação credivel
Informação de Francisco Mendes e Daniel Gouveia
Livro *Poetas Populares do Fado-Tradicional*
Livro *Poetas Populares do Fado-Tradicional*
De uma tribo selvagem
Tendo ouvido falar em civilização
Quis ver e observar
Tendo ouvido falar em civilização
Quis ver e observar
A atraente miragem
Das grandes capitais
Das grandes capitais
Empórios do milhão
Viu padres e pasmou
Viu padres e pasmou
Da estólida ignorância
Do povo que inda crê
Do povo que inda crê
Em Deus e em seus ministros
Viu lôbregas prisões
Viu lôbregas prisões
A desumana estância
Onde se gera o crime
Onde se gera o crime
Em corações sinistros
Viu a prostituição
Viu a prostituição
Obedecendo a leis
E o estado, sem pudor
E o estado, sem pudor
Impondo-lhe tributos
E viu países onde
E viu países onde
Ainda existem reis
E o povo geme e sofre
E o povo geme e sofre
E há cortesãos corruptos
Viu gente a mendigar
Viu gente a mendigar
O pão da negra sorte
Porque pede trabalho
Porque pede trabalho
E ninguém lho quer dar
E viu com mais horror
E viu com mais horror
Que inda há pena de morte
Em terras onde a lei
Em terras onde a lei
Condena quem matar
O poderoso rei
O poderoso rei
Cansado da miragem
Voltou ao seu país
Numa desilusão
Dizendo: a minha gente
Dizendo: a minha gente
É bárbara, é selvagem
Não quero que lá chegue
Não quero que lá chegue
A civilização