Repertório de Carlos Ramos
Concordo
Que se fale da Severa
Pois no seu tempo já era
Ninguém maldiga
Mais que rainha do fado
E entendo
E entendo
Que é bom lembrarmo-nos mais
Desses nomes imortais
Dos fadistas do passado
Tecer a glória
Tecer a glória
Duma Cesária fadista
E da Maria Vitória
Ou duma Júlia Florista
Dum Armandinho
Fadistas duma só crença
Marceneiro e Machadinho
Marceneiro e Machadinho
Joaquim Campos e Proença
Dos poucos nomes que eu disse
Não devo, mesmo que eu queira
Dos poucos nomes que eu disse
Não devo, mesmo que eu queira
Esquecer a Maria Alice
Nem a Emília Ferreira
Nem a Emília Ferreira
E então nesta hora incerta
Lembrar-me a Ercília Costa
Lembrar-me a Ercília Costa
A Amália, Hermínia e Berta
Das quais tanto o povo gosta
Agora
Das quais tanto o povo gosta
Agora
Quando os mais novos acordam
São os velhos que recordam
São os velhos que recordam
Como em tempos era o fado
E os de hoje
E os de hoje
De vida alegre e louçã
Hão-de chorar amanhã
Hão-de chorar amanhã
Com saudades do passado
Ninguém entende
Ninguém entende
Nessa aparência bizarra
Como é que a gente se prende
Às cordas duma guitarra
Ninguém maldiga
Do fado que nos encanta
Que a vida é uma cantiga
Que a vida é uma cantiga
Que nem toda a gente canta
Mas quando eu já for velhinho
Hei-de entreter-me, bem sei
Mas quando eu já for velhinho
Hei-de entreter-me, bem sei
Ensinando ao meu netinho
Os fados que já cantei
Os fados que já cantei
Talvez os velhos lhe apontem
As minhas noites de agrado
Que lhe digam, que lhe contem
Que eu também cantava o fado
As minhas noites de agrado
Que lhe digam, que lhe contem
Que eu também cantava o fado