João de Freitas / Francisco Carvalhinho
Repertório de Isaura Gonçalves
Quem um dia sofreu dum mal d’amor
Deve compreender esta razão
Que não existe alguém que possa impor
A vontade ao seu próprio coração
Numa noite, eu tentei em vão conter
Meu pobre coração que aniquilaste
Mas o meu peito, abrindo-o, ele a gemer
Seguiu atrás de ti quando abalaste
Se te fartares, amor, vem ter comigo
Porque a vida sem ti é escuridão
Mas traz meu coração, que foi contigo
Que eu não posso viver sem coração
Ele anda rastejando sobre o leito
Da estrada que seguiste, mudo e triste
Talvez que volte em mil pedaços feito
Porque a tão grande mágoa não resiste
E eu sofro ao pensar na infelicidade
De ter aberto o peito, que ironia
P’ra que o meu coração, junto à saudade
Acompanhe os teus passos, noite e dia