João Dias / Francisco Viana *fado vianinha*
Repertório de António José Monteiro
Em cada gesto de dar
Seja fruto, pão, ou verso
Sinto o corpo a resgatar
A cinza do meu regresso
E enquanto me souber
Alma e sangue em movimento
Hei-de dar-me a quem quiser
E ser dono do meu tempo
No espaço dos meus dois braços
Até ao fim dos meus dedos
Hão-de caber os abraços
De lavar manhãs e medos
Que o meu corpo seja escopro
De talhar verdades nuas
Que a minh’alma seja sopro
Presa de todas as luas
Com sonhos, velas ao vento
Vogando em qualquer mar
Dou asas ao pensamento
Em cada gesto de dar