Desconheço se esta letra foi gravada.
Transcrevo-a na esperança de obter informaçâo credivel
Informação de Francisco Mendes e Daniel Gouveia
Livro *Poetas Populares do Fado-Tradicional*
Não tenham medo da fama
De Alfama mal afamada
Que a fama, às vezes, difama
Gente boa, gente honrada
Ó meus senhores, venham ver / O meu bairro estranho e belo
De povo humilde e singelo / Que sabe amar e sofrer
Venham a alma aquecer / Ao calor da ingénua chama
Da franca rudez que é flama / Desta Alfama linda e pobre
E da má fama que a cobre
Não tenham medo da fama
Vejam janelas em flor / Com vasos, roupa a corar
E uma gaiola a abrigar / Um pintassilgo cantor
Vejam trabalhos e amor / Oiçam beijos e… pancada
Aqui não vem mascarada / A vida, ao sair à rua
Nem esconde a verdade nua
De Alfama mal afamada
Neste becos, nestes trilhos / Como a miudagem medra
Os homens não são de pedra / E as mulheres não temem filhos
São bem outros os cadilhos / Que a vida ruim lhes trama
Nunca lhe atirem a lama / Dum conceito deprimente
Não o merece esta gente
Que a fama, às vezes, difama
Não sabem de outra ambição / Outro ideal de grandeza
Que, p’ra os filhos, ter na mesa / Um pedacito de pão
Se há a mais uma canção / Um Fado, uma guitarrada
Um bailarico… este nada / Põe Alfama toda em festa
E é bem feliz, então, esta
Gente boa, gente honrada
De Alfama mal afamada
Que a fama, às vezes, difama
Gente boa, gente honrada
Ó meus senhores, venham ver / O meu bairro estranho e belo
De povo humilde e singelo / Que sabe amar e sofrer
Venham a alma aquecer / Ao calor da ingénua chama
Da franca rudez que é flama / Desta Alfama linda e pobre
E da má fama que a cobre
Não tenham medo da fama
Vejam janelas em flor / Com vasos, roupa a corar
E uma gaiola a abrigar / Um pintassilgo cantor
Vejam trabalhos e amor / Oiçam beijos e… pancada
Aqui não vem mascarada / A vida, ao sair à rua
Nem esconde a verdade nua
De Alfama mal afamada
Neste becos, nestes trilhos / Como a miudagem medra
Os homens não são de pedra / E as mulheres não temem filhos
São bem outros os cadilhos / Que a vida ruim lhes trama
Nunca lhe atirem a lama / Dum conceito deprimente
Não o merece esta gente
Que a fama, às vezes, difama
Não sabem de outra ambição / Outro ideal de grandeza
Que, p’ra os filhos, ter na mesa / Um pedacito de pão
Se há a mais uma canção / Um Fado, uma guitarrada
Um bailarico… este nada / Põe Alfama toda em festa
E é bem feliz, então, esta
Gente boa, gente honrada