Letra de Henrique Rego
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Em linda manhã de estio
Certo marquês, donairoso
Desejo enorme sentiu
De passear pelo rio
Que se via bonançoso
Chamando pelo escudeiro
Ordenou-lhe, sem enleio
Que desse ordens ao barqueiro
Para aprontar-lhe, ligeiro
Que desse ordens ao barqueiro
Para aprontar-lhe, ligeiro
Seu barquito de recreio
Poucos momentos após
Poucos momentos após
O barquito alvinitente
Como uma casca de noz
Deslizava, bem veloz
Como uma casca de noz
Deslizava, bem veloz
Aos caprichos da corrente
O marquês, fitando o céu
O marquês, fitando o céu
Tonalizado de cores
P’rás mãos do barqueiro deu
Seu finíssimo chapéu
P’rás mãos do barqueiro deu
Seu finíssimo chapéu
Com largos ventiladores
O barqueio, sem pensar
O barqueio, sem pensar
Embora feio pareça
Tratou logo de enfiar
O chapéu do titular
Tratou logo de enfiar
O chapéu do titular
Sem cerimónia na cabeça
O fidalgo, perspicaz
O fidalgo, perspicaz
Que lhe vira o gesto seu
Disse-lhe, olhando p’ra trás
Toma cuidado, rapaz
Disse-lhe, olhando p’ra trás
Toma cuidado, rapaz
Não me fures o chapéu
Este, um pouco amofinado
Este, um pouco amofinado
Respondeu com altivez
Sou há três anos casado
E o meu lar é bem honrado
Sou há três anos casado
E o meu lar é bem honrado
Senhor meu amo e Marquês
Nem novidade maior
Nem novidade maior
Podia haver, oiça bem
Pois se os tivesse, senhor
Passariam sem favor
Pois se os tivesse, senhor
Passariam sem favor
Pelos buracos que tem