Repertório
de Alfredo Marceneiro
Este poema (com algumas alterações) também foi gravado
por Manuel Dias com música de Amadeu Ramim
Mais
uma noite perdida
Mais
uma noite de fado
É
mais um dia de vida
A
recordar o passado
Amar
demais é doidice
Amar de menos maldade
Rosto
enrugado é velhice
Cabelo branco é saudade
Saudades
são pombas mansas
A quem nós damos guarida
Paraíso
de lembranças
Da mocidade perdida
Se
a neve cai ao de leve
Sem mesmo haver tempestade
O
cabelo cor da neve
Às vezes não é da idade
Pior
que o tempo em nos pôr
A cabeça encanecida
São
as loucuras d’amor
São os desgostos da vida
Para
o passado não olhes
Quando chegares a velhinho
Porque
é tarde, já não podes
Voltar atrás ao caminho
Esta estrofe não foi gravada
É como a lenha queimada
Dos velhos o coração
As cinzas são as saudades
Dos tempos que já lá vão