Repertório de Amália
Toda a cidade flutua
No mar da minha canção
Passeiam na rua
Passeiam na rua
Pedaços de lua
Que caem do meu balão
Deixem Lisboa folgar
Já se fez mulher e hoje o que ela quer
Que caem do meu balão
Deixem Lisboa folgar
Não há mal que lhe arrefeça
A rir, a cantar
A rir, a cantar
Cabeça no ar
Que eu hoje perco a cabeça
Lisboa nasceu pertinho do céu
Que eu hoje perco a cabeça
Lisboa nasceu pertinho do céu
Toda embalada na fé
Lavou-se no rio, ai ai ai menina
Lavou-se no rio, ai ai ai menina
Foi batizada na Sé
Já se fez mulher e hoje o que ela quer
É cantar e dar ao pé
Anda em desvario, ai ai ai menina
Anda em desvario, ai ai ai menina
Mas que linda que ela é
Dizem que eu velhinha sou
Dizem que eu velhinha sou
Há oito séculos nascida
Nessa é que eu não vou
Nessa é que eu não vou
Por mim não passou
Nem a morte nem a vida
Um págem me fez um fado
Nem a morte nem a vida
Um págem me fez um fado
Um vali me leu a sina
Não ter namorado
Não ter namorado
Nem dor, nem cuidado
E ficar sempre menina
E ficar sempre menina