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Maria Améla Canossa

As canções duma vida
Poema de Fernando Campos de Castro

Amélia nome doçura
Como essa voz meiga e doce 
Que há tantos anos é nossa
Maria mulher ternura
Sempre presente e segura
Maria Amélia Canossa

Tu foste mulher do Porto 
E porque o “PORTO É ASSIM”
Foste do povo e tripeira
E com tuas “SETE SAIAS” 
E o modo de cantar
Foste doce e popular 
Como o “DOCE DA TEIXEIRA”

Foste de “LISBOA AO RIO” 
Sobre um mar de fantasia
Tão longe, “LONGE DA VISTA” 
No teu sonho de menina
Que ”O FADO DE SER FADISTA” 
Te levou por terra estranha
Até aos palcos de Espanha 
E às “pampas” da Argentina

Cantaste em palcos, estúdios
Casinos e sobre tábuas
TU SABES LÁ” que cantigas
Sempre orgulhosa e feliz
E com “AMOR” e paixão 
Foste longe, muito longe
Até onde uma canção 
Pode levar um País

Eu “NASCI PARA CANTAR” 
Disseste de viva voz
P’ra mim “CANTAR É PRAZER ” 
Ninguém de nós o esquece
Mas se nas “HORAS PARADAS” 
Me dizes “AI PORTUGAL”
Agora “NÃO SOU NINGUÉM” 
Só “QUANDO NADA ACONTECE”

Tu foste a nossa Princesa 
Por tanto nos teres cantado
Foste a “ROSINHA MOLEIRA” 
“SOU DA BEIRA” e “BEIRA RIO”
Foste “NADA” sendo tudo 
E porque “TUDO ISTO É FADO”
Foste a Rainha da Rádio 
De Goa Damão e Diu

“ANDA O FADO NOUTRAS BOCAS”
“ONDE ESTÁS” “INDECISÃO”
Se foste a voz deste povo 
Quando o povo tinha medo
“GOSTAR DE TI” é tão fácil
Que o povo diz com razão
Que ouviu na tua canção 
“PARA AMAR É SEMPRE CEDO”

Pergunto-me hoje “SEM PALAVRAS” 
Se este País te merece
Por tudo quanto nos deste 
E nos fizeste cantar
Se te esquecem? deixa lá!

Que há novos mares e marés 
Onde podes navegar
Pois o que foste e o que és
Contra ventos e marés
Ninguém te pode roubar

“NUNCA ME DEIXES” é certo 
“PODE SER MENTIRA” a vida
Mas nesse canto da alma 
Que é o “CANTINHO DO BAR”
Eu não sei de voz assim, tão suave 
E colorida que não se pode esquecer
E “NÃO SEI DOUTRO PAÍS” 
Onde pudesses nascer.«

“EU HOJE QUERO CANTAR” 
Amélia, amiga, mulher
Amélia nome doçura
E chamar-te de ternura
Fá-lo-ei enquanto possa
Mulher-canção toda inteira
Tu podes ser de quem queira
Mas primeiro és sempre nossa
Maria Amélia Canossa