Luís Simão / Nóbrega e Sousa
Repertório de Ada de Castro
A Severa que me escreva
Se gosta da minha voz
Ao fado entreguei tudo
Tal como o trigo se entrega á mós
A severa que me diga
Se sou fadista a valer
Quando choro com o que canto
Posso decerto não o merecer
Fado que és meu, p'ra ti nasci
O próprio berço prendeu-me a ti
Ó meu país mereces mais
Mas sou mais pobre do que os pardais;
Uma guitarra com certo brado
Disse-me um dia; tu és do fado
A Severa que condene
Este fado que vos dou
Mas eu sou tão pequenina
Que junto dela, areia sou
Não quero consagração
Nem nome a letras gravado
Quero ser só uma fadista
Mulher do povo que canta o fado