Repertório de Maria Emília Ferreira
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Sobe a gente aquela escada
E depois, sem luz nem ar
Como um fardo, é atirada
Lá p’ra dentro, a soluçar
Vem logo uma companheira
Que sentada ao nosso lado
Diz que o choro é grande asneira
Pois não é dessa maneira
Que se foge ao negro fado
E é bem negro, realmente
Aquele Aljube arrepiante
Onde a gente sente
O vício, a cada instante
A vibrar, dentro de nós
No lugar do coração
Como uma voz de maldição
Nem do sol a luz dourada
Nos rodeia, sem perdão
Porque bate na calçada
Mas não entra na prisão
Entre grades e mais grades
Passei dias sem que o visse
Ó Senhor, que crueldades
E que tantas mocidades
Transformadas em velhice