Letra de Artur Soares Pereira
Desconheço se esta letra foi gravida
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Num caixote, um espelho já quebrado
Com um montão de lixo se encontrou
E um tanto confundido e perturbado
A sua triste história assim contou:
Eu vivia na montra de um bazar
Aonde vi entrar, em certo dia
Um jovem que me comprou p’ra me dar
À noiva, porque ela anos fazia
Durante muitos anos, hora a hora
Em mim essa senhora se mirou
E por se ver tão bela e sedutora
Dizia-me: que achas? que tal estou?
Até que certo dia lhe mostrei
As rugas e o cabelo cor de neve
Grande desilusão então lhe dei
E ela atirou-me ao chão, não se conteve
Eis como vim a ser teu companheiro
Enfim, tudo acabou, tudo morreu
Quem na vida é sincero e verdadeiro
Tem, quase sempre, um fim igual ao meu