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As 7.560 letras publicadas referem a fonte de extração, ou seja: nem sempre são mencionados os criadores dos temas aqui apresentados.
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Tenho vindo a publicar letras (de autores que já partiram) sem indicação de intérpretes ou compositores na esperança de obter informações detalhadas sobre os temas.
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Verão de São Martinho

Autor: Silva Tavares
Do livro “Calendário de Lisboa” de 1948
Versos transcritos do livro editado pela 
Academia da Guitarra e do Fado

Baixinho, muito baixinho
Não se melindre Lisboa
Quando chega o São Martinho
Regar castanhas com vinho
É, deveras, coisa boa

A castanha assenta bem
O vinho refresca as goelas
E, um homem, não se contém
E atrás de um copo outro vem
E depois é que são elas

Mas será justo ir à mão
Destas fraquezas do povo?
Quem resiste à tentação
Quando borbulha em cachão
Nos tonéis, o vinho novo?

Ao fim de um dia bonito
E Novembro tantos tem
É quase que um velho rito
Espairecer-se um bocadito
Depois de jantar-se bem

Não se está livre, à partida
De não ficar no caminho
Mas se houver conta e medida
Não é vergonha, na vida
Festejar o São Martinho

E a noite cai, convincente
Chega até nós o pregão
Quentes e boas, a gente
Medita, instintivamente
Ninguém vive só de pão

A disfarce tão mesquinho
Segue-se logo outra manha
Calhava agora um copinho
E a castanha puxa o vinho
E o vinho puxa a castanha

Bebe-se aqui, acolá
E começa-se a dar fé
De que o vinho é de alto lá
Mas que não é menos má
Nalguns sítios, a água-pé

Às tantas, esfria a noite
A casa fica distante
E é tolo quem não se acoite
Porque, o vento, é com’um açoite
Flagelador, enervante

Mas cada qual mais se atrasa
Que os pés parecem de bronze
E Lisboa chega a casa
Com um grãozinho na asa
Quase entre as dez e as onze