Repertório de Anabela
Tio Alfredo, quando às tantas
Vou p’las vielas à toa
Oiço a tua voz nos céus
Cantas p’ra santos e santas
Cantas p’ra santos e santas
O teu fado de Lisboa
Encantas o próprio Deus
Lá do alto a que subiste
Na viagem sem regresso
Encantas o próprio Deus
Lá do alto a que subiste
Na viagem sem regresso
Que nos leva à eternidade
Certamente ‘inda não viste
Certamente ‘inda não viste
Tudo o que fez o progresso
Da nossa querida cidade
Sob a luz dum candeeiro
Já não se descobre o fado
No rosto de uma mulher
Tio Alfredo Marceneiro
Se visses não querias crer;
Mas chega o anoitecer
Traz a saudade que voa
Para a estrela aonde estás
Porque o fado há-de viver
Enquanto existir lisboa
Alfredo descansa em paz
Na casa da Mariquinhas
Que outrora foi das mais belas
Da nossa querida cidade
Sob a luz dum candeeiro
Já não se descobre o fado
No rosto de uma mulher
Tio Alfredo Marceneiro
Se visses não querias crer;
Mas chega o anoitecer
Traz a saudade que voa
Para a estrela aonde estás
Porque o fado há-de viver
Enquanto existir lisboa
Alfredo descansa em paz
Na casa da Mariquinhas
Que outrora foi das mais belas
Vive hoje uma doidivanas
Deitou fora as tabuínhas
Deitou fora as tabuínhas
Que alindavam as janelas
E mandou pôr persianas
O ardinita, João
Ninguém ouviu nunca mais
E mandou pôr persianas
O ardinita, João
Ninguém ouviu nunca mais
Apregoar nas esquinas
Aquele belo pregão
Aquele belo pregão
Que dava vida aos jornais
Estão a acabar os ardinas
Estão a acabar os ardinas