Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Vi hoje o vadio fado
Apinocado, podre de chique
Vinha a subir o Chiado
Vinha a subir o Chiado
Ia a entrar numa boutique
Ao perguntar-lhe se ia
Ao perguntar-lhe se ia
Mais fantasia ainda comprar
Riu-se da minha ironia
Riu-se da minha ironia
E disse p’ra disfarçar
Agora pá… já não sou fado vadio
Já não canto ao desafio
Cantigas de valdevinos
Agora pá… tenho pinta de Senhor
E só canto por favor
Em boîtes e casinos
Aquela guitarra amiga
Agora pá… já não sou fado vadio
Já não canto ao desafio
Cantigas de valdevinos
Agora pá… tenho pinta de Senhor
E só canto por favor
Em boîtes e casinos
Aquela guitarra amiga
Que foi cantiga na sua mão
Vinha a subir o Chiado
Vinha a subir o Chiado
Distante recordação
Saudades do Mouraria
Saudades do Mouraria
Não as sentia, deu-lhes sumiço
Tive a impressão que mentia
Tive a impressão que mentia
Mas fingi não dar por isso
Agora pá… já não sou fado vadio
Já não canto ao desafio
Assim em qualquer lugar
Agora pá… já sou alguém, já sou gente
Depois … olhou-me de frente
E desatou a chorar
Convidei-o p’ra beber
Agora pá… já não sou fado vadio
Já não canto ao desafio
Assim em qualquer lugar
Agora pá… já sou alguém, já sou gente
Depois … olhou-me de frente
E desatou a chorar
Convidei-o p’ra beber
E só p’ra ver, falei-lhe em tasca
Fez um trejeito qualquer
Fez um trejeito qualquer
Achou que aquilo era rasca
Ao falar-lhe da melena
Que hoje condena a caracóis
Não demonstrou grande pena
Não demonstrou grande pena
E repetiu-me depois