Versão do repertório de Madalena Iglésias
Criação de Mirita Casimiro na opereta *Ribatejo*
Teatro Variedades 1939
Informação de Francisco Mendes e Daniel Gouveia
Livro *Poetas Populares do Fado-Canção
Já não percorro contente
Os campos da minha terra
Já nem me aquece a luz quente
Das tardes de sol da terra
Fugiu-me o sol da ventura
Do céu da minha ilusão
E a voz de Deus, noite escura
Caiu no meu coração
Oh Ribatejo, pai do meu Tejo
Já te não vejo sempre a cantar
Teus horizontes, rios e fontes
Prados e montes, sinto a chorar
Toda a beleza da natureza
Acho tristeza desolação
Como acho negro o destino
Porque o campino está na prisão
Vivendo a rir mal sabia
Que o riso é primo da mágoa
E tem a santa alegria
Das gentes da borda d'água
O amor de mãe que dá tudo
E só nos ensina o prazer
Foi já na escola da vida
Que eu aprendi a sofrer
- - - Mirita Casimiro era filha e neta de cavaleiros tauromáquicos.
O avô foi Manuel Casimiro e o pai, o não menos famoso José Casimiro.
Deve ter-se sentido particularmente à-vontade numa opereta
com o título *Ribatejo* na qual criou este fado.
Os versos «Porque o campino / Está na prisão» poderão parecer algo
enigmáticos, mas refletem apenas uma situação do enredo da opereta.