Transcritas do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
As flores, pão das abelhas
Em ramos, soltas, aos molhos
Sejam brancas ou vermelhas
Maravilham nossos olhos
Aí vai mais um punhado
De versos feitos por mim
Devem ser do teu agrado
As flores do meu jardim
Flores de terra bravia
Sem mimo de mãos alheias
Brotaram, à luz do dia
Com sangue das minhas veias
Não têm cor definida
Tu dirás; mas, em resumo
Há quem se mostre na vida
Sem ter definido rumo
Não são cravos nem verbenas
Nem botões de roseirais
São do meu jardim, apenas
Umas flores… nada mais
Deponho-as no teu regaço
Não importa o nome delas
Se há tanta estrela no espaço
E p’ra nós, são sempre estrelas
Pensei também em mandar-te
Umas saudades, por fim
Pus essa ideia de parte
Guardei-as todas p’ra mim
Hás-de dizer, pesarosa
Que estas flores sem perfume
São como em noite invernosa
Uma lareira sem lume
Com meus cuidados cresceram
E a toda a hora as bendigo,
Pois não julgues que nasceram
Como o joio pelo trigo
Este punhado, ou mão-cheia
De flores, talvez não valha
Simples punhado de areia
Que pelo solo se espalha
Alguém dirá, por desdoiro:
Vale mais dar a um pobre:
Uma só moeda de oiro
Que uma mão-cheia de cobre
Ao perderem a frescura
Não te inquietes… deita-as fora
No meu jardim há fartura
De flores a toda a hora
As flores, pão das abelhas
Em ramos, soltas, aos molhos
Sejam brancas ou vermelhas
Maravilham nossos olhos
Aí vai mais um punhado
De versos feitos por mim
Devem ser do teu agrado
As flores do meu jardim
Flores de terra bravia
Sem mimo de mãos alheias
Brotaram, à luz do dia
Com sangue das minhas veias
Não têm cor definida
Tu dirás; mas, em resumo
Há quem se mostre na vida
Sem ter definido rumo
Não são cravos nem verbenas
Nem botões de roseirais
São do meu jardim, apenas
Umas flores… nada mais
Deponho-as no teu regaço
Não importa o nome delas
Se há tanta estrela no espaço
E p’ra nós, são sempre estrelas
Pensei também em mandar-te
Umas saudades, por fim
Pus essa ideia de parte
Guardei-as todas p’ra mim
Hás-de dizer, pesarosa
Que estas flores sem perfume
São como em noite invernosa
Uma lareira sem lume
Com meus cuidados cresceram
E a toda a hora as bendigo,
Pois não julgues que nasceram
Como o joio pelo trigo
Este punhado, ou mão-cheia
De flores, talvez não valha
Simples punhado de areia
Que pelo solo se espalha
Alguém dirá, por desdoiro:
Vale mais dar a um pobre:
Uma só moeda de oiro
Que uma mão-cheia de cobre
Ao perderem a frescura
Não te inquietes… deita-as fora
No meu jardim há fartura
De flores a toda a hora