Desconheço se esta letra foi gravada.
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível.
Quando Lisboa desperta
No pregão duma varina
Há uma divina oferta
De sol em cada colina
Hoje o dia foi mais ledo
Despertou cerca das quatro
Quis despachar-se mais cedo
P’ra ir à noite ao teatro
De manhã, de manhãzinha
Fresquinha como uma alface
Acorda junto à Ribeira
O Tejo beija-lhe a face
E diz-lhe querida alfacinha
Minha eterna companheira
Vem ouvir a nossa gente
Cantar-te com voz amiga
Os versos duma cantiga
Que o mundo inteiro entoa
Uma cantiga p’rá frente
Anda, vem com a gente
P’rá frente Lisboa
Vai depois ouvir o Fado
Em Alfama, bem de ver
P’ra recordar o passado
Que recordar é viver
Quando Lisboa desperta
Há sempre um grito de vida
Em que o tempo se liberta
De cada noite perdida