Carlos Baleia / Arménio de Melo *fado graça*
Repertório de Jorge Batista da Silva
Falei-te longamente, sem palavras
No olhar aflito, preso ao teu olhar
E as minhas ilusões morreram escravas
Do teu adeus que não pude evitar
Explodiu em revolta a Natureza
Na raiva da partida injusta e má
Tempestade de dor e da certeza
De que posso morrer, ficando cá
Não sei se teu partir tem outras terras
Ou se partindo, ficas, indiferente
Sei que no peito sofro duras guerras
Que em mim querem viver eternamente
Digo hoje as palavras que calei:
Grito-as ao mar, ao vento e a quem passa,
Para que o mundo saiba como amei
E como quem amei, me deu desgraça