Repertório de Artur Batalha
Foi posto ao Deus dará desde menino
A rua foi a escola e o professor
Foi a fome, o desprezo e o castigo
Na vida em primavera sem amor
Vagueou noites sem fim ao abandono
A escada foi a cama p'ra dormir
Em vez dum bom ó ó para seu sono
Levava pontapés para sair
Eu já cantei
Aos olhos do desdém e à minha alma
Com essa dor brutal que não se acalma
Por ver a vida assim tão desigual
Mas não cantei o amor
Com essa dor brutal que não se acalma
Por ver a vida assim tão desigual
Mas não cantei o amor
Ao meu irmão fora da lei
Aquilo que ele passou e que eu passei
Até chegar a ser fora da lei
Se as portas do amor se vão fechando
Á criança que a vida vai colher
Não peçam que vá dignificando
O homem na revolta de seu ser
Seria bom que houvesse mais ternura
Neste mundo egoísta que falei
P'ra nunca mais sentir tanta amargura
Ao cantar meu irmão fora da lei
Aquilo que ele passou e que eu passei
Até chegar a ser fora da lei
Se as portas do amor se vão fechando
Á criança que a vida vai colher
Não peçam que vá dignificando
O homem na revolta de seu ser
Seria bom que houvesse mais ternura
Neste mundo egoísta que falei
P'ra nunca mais sentir tanta amargura
Ao cantar meu irmão fora da lei