Repertório de Maria Teresa de Noronha
Como diferem das minhas
As penas das avezinhas
Que de leves, leva o ar;
Só as minhas pesam tanto
Que às vezes já nem o pranto
Lhes alivia o pesar
As minhas penas não caem
Não voam nunca, nem saem / Comigo desta amargura
Mostram apenas na vida
A estrada já conhecida / Trilhada p’los sem ventura
Passam dias, passam meses
Passa um ano muitas vezes / Sem que uma pena se vá
E se uma vem mais pequena
Ai depois nem vale a pena / Por que mais penas me dá
Que felizes são as aves
Como são leves, suaves / As penas que Deus lhes deu
Só as minhas pesam tanto
Ai se tu soubesses quanto / Sabe Deus e sei-o eu