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As letras publicadas referem a fonte de extração, ou seja: nem sempre são mencionados os legítimos criadores dos temas aqui apresentados.
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Lisboa antiga

José Galhardo / Amadeu do Vale / Raúl Portela
Versão do repertório de Hermínia Silva
Criação de Filomena Lima na revista *O pirilau"
Teatro Variedades em 1932
Informação de Francisco Mendes e Daniel Gouveia
Livro *Poetas Populares do Fado-Canção* 

Lisboa velha cidade
Cheia de encanto e beleza
Sempre tão bela e formosa
E no vestir sempre airosa;
O branco véu da saudade
Cobre o teu rosto, linda princesa

Olhai senhores
Esta Lisboa d'outras eras
Dos cruzados, das esperas
E das toiradas reais
Das festas
Das seculares procissões
Dos populares pregoes matinais
Que já não voltam mais

Lisboa d'oiro e de prata
Outra mais linda não vejo
Eternamente a cantar
E a dançar de contente;
O teu semblante se retrata
No azul cristalino do Tejo

Lisboa Antiga disputa, com Coimbra (também de José Galhardo, mas com música de Raul Ferrão)
o lugar de trecho de música portuguesa mais conhecido no estrangeiro 
sendo esta última aí referida como Avril au Portugal ou April in Portugal, conforme o país.
Lisboa Antiga teve as mais variadas publicações em pauta e adaptações 
de letra a várias línguas, publicadas em diversos países. Nos E. U. A. foi
 publicada em pauta com o título Lisbon Antígua (In Old Lisbon) com letra 
em castelhano atribuída ao próprio José Galhardo e em inglês de Harry Dupree. 
De tal forma se tornou famosa que, em 1956, o actor e realizador Ray Milland 
a escolheu  na voz de Anita Guerreiro, como tema musical de um filme que 
realizou e interpretou ao qual deu o título de “Lisboa”, inteiramente rodado 
nesta cidade.
Trata-se, sem dúvida, de uma perfeita união entre letra e música, cheia de originalidade 
não se conseguindo apreciar qual dos elementos foi preponderante no 
enorme e merecido êxito desta peça, ainda hoje muito cantada.