Marcos Assunção / Fred Martins
Repertório de Matilde Cid e Marcus Assunção
Porque o carnaval é velho
Também é velha a folia
De quem nasce vive e morre
Caminhando em romaria;
E despindo velhos medos
Vestem velhas fantasias
Porque o carnaval é velho
Mais velha é a luz do dia
Porque as nuvens são velhas
Como é velha a tempestade
Que emana do copo de água
E encharca belas cidades;
E apagando velhas brasas
Velhos lagos nos invadem
Porque as nuvens são velhas
Mais velha é a cumplicidade
Porque o amor é tão velho
É velho que nem a ira
De quem calado consente
A voz que jamais saíra;
E por crer em velhas falas
Ama ouvir velhas mentiras
Porque o amor é tão velho
Mais velho é o som da lira
Porque o vinho bom é velho
Mais velho do que este vício
De beber no fim da festa
Procurando pelo início;
E buscando velhos voos
Surgem velhos precipícios
Porque o vinho bom é velho
Tão velho quanto difícil