Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Eu nasci, bem demais, em Abril
Eram três da manhã
Minha Mãe era nova, tão nova
Que foi minha irmã
Os seus olhos arderam de amor
Dessa dor de mulher
O seu seio, em flor, agarrei-o
Bebi-o, para viver
Fui criança num mundo
Em que o mundo era eu que inventava
Fui “cowboy”, fui toureiro, palhaço
E também rezava
Cresci com um pé no terror
Fui “cowboy”, fui toureiro, palhaço
E também rezava
Cresci com um pé no terror
De a noite chegar
E meus sonhos serem de bruxas
E meus sonhos serem de bruxas
E ter de sonhar
Minha Mãe, sempre nova, tão nova
Olhava contente
Para os olhos, que eu tinha, tão tristes
Mais que toda a gente
Sem pensar, nem sonhar, que eu matara
O menino de Abril
E que a dor, que eu sentira, ao nascer
Se dividira em mil
Hoje, trago na boca palavras
Minha Mãe, sempre nova, tão nova
Olhava contente
Para os olhos, que eu tinha, tão tristes
Mais que toda a gente
Sem pensar, nem sonhar, que eu matara
O menino de Abril
E que a dor, que eu sentira, ao nascer
Se dividira em mil
Hoje, trago na boca palavras
Que nunca escrevi
Poemas de amor, infantis,
Poemas de amor, infantis,
Para os quais não cresci
No meu corpo o cansaço é adulto
No meu corpo o cansaço é adulto
O amor uma espera
Invenção amarga e dura
Invenção amarga e dura
Do poeta criança que eu era