Desconheço se esta letra foi gravada.
Transcrevo-a na esperança de obter informação credivel
Informação de Francisco Mendes e Daniel Gouveia
Livro *Poetas Populares do Fado-Tradicional*
Se não conhece bem a graça encantadora
Daquela rua estreita ali da Madragoa
Venha comigo ver a casinha onde mora
O mais lindo pregão das ruas de Lisboa
Repare, é mesmo ali, janela em guilhotina
Quase unida aos umbrais da porta com postigo
Lá dentro, em bambinela, a chita da cortina
A coar levemente a luz daquele abrigo
Aquela é que é a dona; as rendas muito brancas
Que lhe enfeitam a blusa azul de castorina
As chinelas dos pés, a cinta sobre as ancas
São bem o galardão maior desta varina
De riso cristalino, é sadia, engraçada
Diferente talvez das outras raparigas
Chegando a confundir na voz aveludada
Cantigas com pregões e pregões com cantigas
Repare no lilás que tomba da janela
Da casa mais humilde ali da Madragoa
Onde habita, por bem, a cachopa mais bela
E onde mora o pregão mais lindo de Lisboa
Daquela rua estreita ali da Madragoa
Venha comigo ver a casinha onde mora
O mais lindo pregão das ruas de Lisboa
Repare, é mesmo ali, janela em guilhotina
Quase unida aos umbrais da porta com postigo
Lá dentro, em bambinela, a chita da cortina
A coar levemente a luz daquele abrigo
Aquela é que é a dona; as rendas muito brancas
Que lhe enfeitam a blusa azul de castorina
As chinelas dos pés, a cinta sobre as ancas
São bem o galardão maior desta varina
De riso cristalino, é sadia, engraçada
Diferente talvez das outras raparigas
Chegando a confundir na voz aveludada
Cantigas com pregões e pregões com cantigas
Repare no lilás que tomba da janela
Da casa mais humilde ali da Madragoa
Onde habita, por bem, a cachopa mais bela
E onde mora o pregão mais lindo de Lisboa