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Fado jurídico-criminal

João Gigante-Ferreira / André Teixeira
Repertório de Helena Sarmento

P'lo artigo cento e tal
Da regra dos bons costumes
A maçã do senhor Nunes
É um bem celestial

Estão a postos os jurados 
Numa sala as testemunhas
O arguido rói as unhas 
Os juízes descansados

Não fui eu, foi a serpente
Não sei mais o que lhes diga
Isso é história muito antiga 
Contada por muita gente

Comi por ter muita fome 
Suplicou o acusado
Sou órfão de pai e mãe 
E estou desempregado

Quantos anos p'ra que constem 
Perguntou o presidente
Oitenta feitos ontem 
O Meirinho diligente

O senhor não tem vergonha 
De ter fome àquela hora
Mas que vício ou que peçonha 
O não deixou vir embora?

Já me custa muito a andar 
E o que eu quero já me esquece
Fui vítima de maus tratos 
E não tinha GPS      

Não pense que nos engana 
É suprema esta questão
A maçã que aqui se trata 
É a civilização

E que sorte tem o senhor 
Demandado nesta liça
Que tem pago defensor 
Que a tremer, pediu justiça

Vai o réu, pois, condenado
À pena mais capital
Disse o último jurado
Esconjurado está o mal

Tudo está no seu lugar 
A maçã dos bons costumes
A árvore que é do Nunes 
Os polícias a acenar

O arguido prá cadeia 
A cadeia a transbordar
O Meirinho pró Ikea 
Os juízes a jantar