Henrique Rego / Popular *fado corrido*
Repertório de Alfredo Marceneiro
Moinho desmantelado
Pelo tempo derroído
Tu representas a dor
Deste meu peito dorido
É grande a tua desgraça
Pelo tempo derroído
Tu representas a dor
Deste meu peito dorido
É grande a tua desgraça
Ao dizê-lo sinto pejo
Porque em ti apenas vejo
Porque em ti apenas vejo
A miseranda carcaça
Perdeste de todo a graça
Perdeste de todo a graça
Heróica do teu passado
Hoje ao ver-te assim mudado
Hoje ao ver-te assim mudado
Minh’ alma cora e descrê
Quem te viu, e quem te vê
Moinho desmantelado
Moinho pombo da serra
Quem te viu, e quem te vê
Moinho desmantelado
Moinho pombo da serra
Que triste fim tu tiveste
Alvas farinhas moeste
Alvas farinhas moeste
Pró povo da tua terra
Hoje a dor em ti se encerra
Hoje a dor em ti se encerra
Foste votado ao olvido
Foi-se o constante gemido
Foi-se o constante gemido
Dessas mós trabalhadoras
Doce amante das lavouras
Doce amante das lavouras
Pelo tempo derroído
Finalizas tua vida
Finalizas tua vida
Em fundas melancolias
Às tristes aves sombrias
Às tristes aves sombrias
Hoje serves de dormida
No teu seio dás guarida
No teu seio dás guarida
Ao horrendo malfeitor
Tudo em ti causa pavor
Tudo em ti causa pavor
É bem triste a tua sorte
Sombria estátua da morte
Sombria estátua da morte
Tu representas a dor
Junto de ti eu nasci
Junto de ti eu nasci
Oh meu saudoso moinho
E do meu terno avozinho
E do meu terno avozinho
Quantas histórias ouvi
Agora tudo perdi
Agora tudo perdi
Sou pela dor evadido
Vivo no mundo esquecido
Vivo no mundo esquecido
Moinho que crueldade
És o espelho da saudade
És o espelho da saudade