Repertório de Alberto Ribeiro
O silencio caiu remansoso
Lento e saudoso sobre as campinas
Os rebanhos saltando os outeiros
Descem ligeiros pelas colinas
Só se ouve a suave harmonia
Ao descair do dia
Duma flauta saudando o poente
Num sol plangente de nostalgia
Pastor, não tenhas medo e diz onde buscaste
Esses sons tão suaves como o trino das aves
Diz-me cá em segredo, a que foi que os roubaste
À voz triste dos montes
À voz febril do mar
Ou foi à voz das fontes
Ou foi à voz das fontes
Quando cantam à luz do luar
Já o sol se escondeu no horizonte
P'ra lá do monte, na serrania
Tangem sinos rezando saudades
São as Trindades, Avé-Maria
Já se acendem lareiras na aldeia
Brilha a luz da candeia
E nos choupos, por entre as ramadas
A pardalada salta e chilreia
A luz tem mais doçura no céu de nuvens claras
Nos trigais ondulando, as espigas bailando
Dizem já da fartura que há, de pão nas searas
A paz tudo domina
Já o sol se escondeu no horizonte
P'ra lá do monte, na serrania
Tangem sinos rezando saudades
São as Trindades, Avé-Maria
Já se acendem lareiras na aldeia
Brilha a luz da candeia
E nos choupos, por entre as ramadas
A pardalada salta e chilreia
A luz tem mais doçura no céu de nuvens claras
Nos trigais ondulando, as espigas bailando
Dizem já da fartura que há, de pão nas searas
A paz tudo domina
Do céu vem outra luz
E quando o sol declina
E quando o sol declina
Uma flor nasce aos pés duma cruz