Mário Rainho / Popular *fado corrido*
Repertório
de Ricardo Ribeiro
Vou cantar ao jeito antigo
Um corrido do passado
Vamos lá ver se consigo
Dar-lhe alma e corpo de
fado
Como
aprendi, assim faço
Meu mestre assim me ensinou
Desatar a voz do laço
Desatar a voz do laço
Do medo que me amarrou
Genuíno, como sou
Genuíno, como sou
E sem temer o perigo
No estilar em que me digo
No estilar em que me digo
Nada, de certo, garanto
Na minha forma de canto
Vou cantar ao jeito antigo
Não cuidem que isto é correr
Na minha forma de canto
Vou cantar ao jeito antigo
Não cuidem que isto é correr
É cadência ritmada
Que às vezes sai soluçada
Que às vezes sai soluçada
Mesmo que seja sem querer
Não é por muito saber
Não é por muito saber
Por muito ou pouco letrado
É por sentir tal agrado
É por sentir tal agrado
Neste poema, ao meu jeito
Por deixar sair do peito
Um corrido do passado
Por deixar sair do peito
Um corrido do passado
Memórias que me deixaram
Antigas vozes que ouvi
Meu coração abraçaram
Meu coração abraçaram
E moram agora aqui
Não foi tempo que perdi
Não foi tempo que perdi
Dando ao fado terno abrigo
Traze-lo sempre comigo
Traze-lo sempre comigo
Foi bem maior que ganhei
Se bem o canto não sei
Vamos lá ver se consigo
Se bem o canto não sei
Vamos lá ver se consigo
Há
quem lhe aponte um renovo
P'ra nos levar em enganos
Quem tem uns duzentos anos
Quem tem uns duzentos anos
Como é que pode ser novo?
Não vás em cantigas povo
Não vás em cantigas povo
Assim nos reza o ditado
Mas eu, não sou só passado
Mas eu, não sou só passado
Sou verso futuro, audaz
Vamos ver se sou capaz
Dar-lhe alma e corpo de fado
Vamos ver se sou capaz
Dar-lhe alma e corpo de fado