Letra
e música de José Luís Tinoco
Repertório
de Carlos do Carmo
Cresceu
nas pedras
Falou sozinho co’a voz de relento
Soube do sabor da morte
Soube do sabor da morte
Da sorte e do vento
Cresceu calado
Dormiu sozinho na terra batida
Marchou descalço no pó
Cresceu calado
Dormiu sozinho na terra batida
Marchou descalço no pó
Dos caminhos da vida
Guardou os rebanhos
Dos lobos à chuva e ao frio
Suou tardes de terra dura
Suou tardes de terra dura
Na ponta do estio
Comeu do pão magro
Comeu do pão magro
Da magra soldada
Largou a enxada
Largou a enxada
Largou o noivado
Largou p’ra cidade mais perto
Para um pão mais certo
Largou p’ra cidade mais perto
Para um pão mais certo
Malhou no ferro
Abriu trincheiras, estradas
Sonhou
Andou no mato perdeu a infância
Matou
Marchou caldo
Dormiu sozinho na terra batida
Caiu descalço no pó
Marchou caldo
Dormiu sozinho na terra batida
Caiu descalço no pó
Dos caminhos da vida
E os lobos lá longe
E as asas de abutres sem cara
E o medo na tarde
E o medo na tarde
Na farda, no corpo e na arma
Soldado na morte, do mato no norte
Na sorte do vento, no fogo da terra
Nascido descalço, crescido nas pedras
Dormido sozinho no pó do caminho
Enxada, pão magro, relento, soldado
Na ponta do estio e o medo na tarde
Soldado na morte, do mato no norte
Na sorte do vento, no fogo da terra
Nascido descalço, crescido nas pedras
Dormido sozinho no pó do caminho
Enxada, pão magro, relento, soldado
Na ponta do estio e o medo na tarde
E os lobos lá longe
E as asas de abutres sem cara