-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
As letras publicadas referem a fonte de extração, ou seja: nem sempre são mencionados os legítimos criadores dos temas aqui apresentados.
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

. . .

* 7.140 LETRAS <> 3.082.000 VISITAS * FEVEREIRO 2024

. . .

Lenda das rosas

Mote popular / Glosa de Linhares Barbosa / Popular *fado das horas*
Repertório de José Pracana
A estrofe sublinhada a verde não foi gravada mas sim apresentada 
ao vivo na RTP em substituição da última estrofe

Na mesma campa nasceram
Duas roseiras a par
Conforme o vento as movia
Iam-se as rosas beijar


Deu uma, rosas vermelhas 
Desse vermelho que os sábios
Dizem ser a cor dos lábios 
Onde o amor põe centelhas
Da outra, gentis parelhas 
De rosas brancas vieram
Só nisso diferentes eram 
Nada mais as diferençou
A mesma seiva as criou 
Na mesma campa nasceram

Dizem contos magoados 
Que aquele triste coval
Fora leito nupcial 
De dois jovens namorados
Que no amor contrariados 
Ali se foram finar
E continuaram a amar 
Lá no além, todavia
E por isso ali havia
Duas roseiras a par

A lenda simples singela
Conta mais, que as rosas brancas
Eram as mãos puras francas
Da desditosa donzela
E ao querer beijar as mãos dela 
Como na vida o fazia
A boca dele se abria 
Em rosas de rubra cor
E segredavam amor
Conforme o vento as movia

Mas certa noite fatal
Noite de agrestes nortadas
As pobres foram ceifadas
P'la ânsia dum temporal
Uma lufada infernal
Parecia rasgar o ar
E ao coveiro ouvi contar
Em pranto (?) derrama
Que desfolhadas na lama
Iam-se as rosas beijar

Quando as crianças passavam 
Junto á linda sepultura
Toda a gente afirma e jura 
Que as rosas brancas coravam
E as vermelhas se fechavam 
Para ninguém lhes tocar
Mas que alta noite, ao luar 
Entre um séquito de goivos
Tal qual os lábios dos noivos
Iam-se as rosas beijar