Estátua falsa
Mário de Sá Carneiro / Armando Machado *fado súplica*
Só de ouro falso os meus olhos se douram
Sou esfinge sem mistério no poente
A tristeza das coisas que não foram
Na minh’alma desceu veladamente
Na minha dôr quebram-se espadas de ânsia
Gomos de luz em trevas se misturam
As sombras que eu dinamo não perduram
Como ontem, para mim, hoje é distãncia
Já não estremeço em face do segredo
Nada me aloira, já nada me aterra
A vida corre sobre mim em guerra
E nem sequer um arrepio de medo
Sou estrela ébria que perdeu os céus
Sereia louca que deixou o mar
Sou templo prestes a ruír sem Deus
Estátua falsa ainda erguida no ar
Só de ouro falso os meus olhos se douram
Sou esfinge sem mistério no poente
A tristeza das coisas que não foram
Na minh’alma desceu veladamente
Na minha dôr quebram-se espadas de ânsia
Gomos de luz em trevas se misturam
As sombras que eu dinamo não perduram
Como ontem, para mim, hoje é distãncia
Já não estremeço em face do segredo
Nada me aloira, já nada me aterra
A vida corre sobre mim em guerra
E nem sequer um arrepio de medo
Sou estrela ébria que perdeu os céus
Sereia louca que deixou o mar
Sou templo prestes a ruír sem Deus
Estátua falsa ainda erguida no ar