-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
As letras publicadas referem a fonte de extração, ou seja: nem sempre são mencionados os legítimos criadores dos temas aqui apresentados.
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
* 7.260 LETRAS <> 3.120.500 VISITAS * MARÇO 2024 *

. . .

E viemos nascidos do mar

Letra e música de Fausto Bordalo Dias
Repertório de Ana Moura

E muito se espantam 
Da nossa brancura, entretanto
E muito pasmavam de olhar
Olhos claros assim
Palpavam as mãos e os braços 
E outras partes, portanto
Esfregavam de cuspo minha pele 
Para ver ser era, enfim

Uma tinta, ou se era de estampa 
Uma carne tão branca
Vendo assim que era branco o meu corpo
E a brancura de então
Extasiam e muito se pasmam de todo 
Em admiração

E eramos bancos de assombro 
E nascidos do mar p'las naus
Guiados pelos ventos do céu 
E pelo voo das aves

Eles escodem as suas vergonhas 
Cobertas de estopa
E eram grandes e gordos e baços
Enxutos, os pretos
Pelas ventosidades confundem 
Traseiros e bocas
Tapam aquelas, e estas 
Dobram calafetos

E os mais pardos lá vão quase nús
Vão ao léu gabirús
E de tetas até á cintura 
Há mulheres crepitantes
Tão desnudas maneiam na dança 
O seu corpo dançante