Florbela
Espanca / Tiago Machado
Repertório
de Mariza
Eu
queria ser o mar de altivo porte
Que
ri e canta, a vestidão imensa
Eu
queria ser a pedra que não pensa
A
pedra do caminho, rude e forte
Eu
queria ser o sol, a luz intensa
O
bem do que é humilde e não tem sorte
Eu
queria ser a ávore tosca e densa
Que
ri do mundo vão e até da morte
Mas
o mar também chora de tristeza
As
ávores também, como quem reza
Abrem,
aos céus, os braços, como um crente
E
o sol altivo e forte, ao fim de um dia
Tem
lágrimas de sangue na agonia
E as pedras, essas, pisa-as toda gente