Letra e música de João Nobre
Repertório de Tony de Matos
Coração insatisfeito
P’ra te agradar tudo fiz
E tudo o que tenho feito
Só te tornou infeliz
Andas sempre assim tão triste
E o culpado não sou eu
Se à vida tanto pediste
E ela tão pouco te deu
Mil caprichos, fantasias
Sonhos sem fim, ambição
Que mundo em que tu vivias
Ó meu louco coração
Ai quanta ilusão perdida
Meu eterno insatisfeito
Quis dar-te estrelas na vida
E tens o chão por teu leito
O Fado, a guitarra e eu
Domingos Gonçalves Costa / Adelino Santos
Repertório de Natércia da Conceição
Convidei o fado antigo
E uma velhinha guitarra
A irem passar comigo
Uma noite em plena farra
Calcei as minhas chinelas
Em alegre companhia
Fomos os três prás vielas
D’Alfama e da Mouraria
O Fado Antigo ensinou-me
A ter garra, a ser bairrista
A guitarra acompanhou-me
Assim tornei-me fadista
Desde então, desde essa hora
Um forte amor nos prendeu
E andamos p’la vida fora
O Fado, a guitarra e eu
Quando a minh'alma padece
E de saudade anda louca
Um fado logo aparece
A bailar na minha boca
Se sofro do mesmo jeito
Mágoas que a boca não diz
Encosto a guitarra ao peito
Canto o fado e sou feliz
Repertório de Natércia da Conceição
Convidei o fado antigo
E uma velhinha guitarra
A irem passar comigo
Uma noite em plena farra
Calcei as minhas chinelas
Em alegre companhia
Fomos os três prás vielas
D’Alfama e da Mouraria
O Fado Antigo ensinou-me
A ter garra, a ser bairrista
A guitarra acompanhou-me
Assim tornei-me fadista
Desde então, desde essa hora
Um forte amor nos prendeu
E andamos p’la vida fora
O Fado, a guitarra e eu
Quando a minh'alma padece
E de saudade anda louca
Um fado logo aparece
A bailar na minha boca
Se sofro do mesmo jeito
Mágoas que a boca não diz
Encosto a guitarra ao peito
Canto o fado e sou feliz
Maria Valejo
Tributo de José Fernandes Castro
Esta enorme senhora deveria
chamar-se MAGIA VALEJO
chamar-se MAGIA VALEJO
Esta MARIA que tem
Lugar na doce memória
Dum país de sangue novo
Merece, mais que ninguém
Lugar cativo na história
Do fado, canção do povo
Maria que sempre deu
Tudo o que tinha p'ra dar
Com talento que criou
Abriu as portas do céu
A quem soube decifrar
Os sucessos que cantou
Maria que perfumou
A alma de todos nós
Com perfumes de Alentejo
Foi magia que embalou
O fado, com doce voz
Grande MARIA VALEJO
Lugar na doce memória
Dum país de sangue novo
Merece, mais que ninguém
Lugar cativo na história
Do fado, canção do povo
Maria que sempre deu
Tudo o que tinha p'ra dar
Com talento que criou
Abriu as portas do céu
A quem soube decifrar
Os sucessos que cantou
Maria que perfumou
A alma de todos nós
Com perfumes de Alentejo
Foi magia que embalou
O fado, com doce voz
Grande MARIA VALEJO
Poema do cansaço
Letra e música de Mário Rainho
Repertório de José Geadas
Deixámos os abraços p'ra depois
E a ternura, suspensa, aprisionada
Até houve silêncio entre nós dois
E a saudade ficou envergonhada
Os beijos que a distância fez secar
A voz que se calou, enfraquecida
A vida não podia adivinhar
Que em nós, ia ficando menos vida
Esteve o poema por cantar
Ali à mão de semear
No chão lavrado de raízes ressequidas
Mas as teimosas ervas bravas
Rasgam o campo das palavras
Com este fado p'ra lembrar milhares de vidas
Ao céu emudecido, se rezou
Sabendo que esta é uma passagem
P'rá outra margem, onde quem passou
Nem um adeus levou p'rá viagem
Que fiquem estes tempos sem glória
Num canto dum poema revoltado
E que nunca se apaguem da memória
Que um dia o amor, do amor foi separado
Repertório de José Geadas
Deixámos os abraços p'ra depois
E a ternura, suspensa, aprisionada
Até houve silêncio entre nós dois
E a saudade ficou envergonhada
Os beijos que a distância fez secar
A voz que se calou, enfraquecida
A vida não podia adivinhar
Que em nós, ia ficando menos vida
Esteve o poema por cantar
Ali à mão de semear
No chão lavrado de raízes ressequidas
Mas as teimosas ervas bravas
Rasgam o campo das palavras
Com este fado p'ra lembrar milhares de vidas
Ao céu emudecido, se rezou
Sabendo que esta é uma passagem
P'rá outra margem, onde quem passou
Nem um adeus levou p'rá viagem
Que fiquem estes tempos sem glória
Num canto dum poema revoltado
E que nunca se apaguem da memória
Que um dia o amor, do amor foi separado
Esconderijo
José Fernandes Castro / Miguel Ramos *fado alberto*
Repertório de Manuel Delindro (ao vivo)
Escondi-me da vida p'ra que o tempo
Passasse devagar, mas mesmo assim
A vida descobriu-me em sentimento
E manteve o amor perto de mim
Escondi-me do sonho mais perfeito
P'ra não sentir o medo nem a dor
O sonho acomodou-se no meu peito
E dele fez o leito do amor
Escondi-me também do teu sorriso
P'ra não mais sucumbir ao teu encanto
Mais tarde descobri o paraíso
No sorriso que tens e que amo tanto
Agora nada escondo, tudo dou
Dou alma em cada verso musicado
Agora, meu amor, sei o que sou
Agora, meu amor, sou o teu fado
Escondi-me da vida p'ra que o tempo
Passasse devagar, mas mesmo assim
A vida descobriu-me em sentimento
E manteve o amor perto de mim
Escondi-me do sonho mais perfeito
P'ra não sentir o medo nem a dor
O sonho acomodou-se no meu peito
E dele fez o leito do amor
Escondi-me também do teu sorriso
P'ra não mais sucumbir ao teu encanto
Mais tarde descobri o paraíso
No sorriso que tens e que amo tanto
Agora nada escondo, tudo dou
Dou alma em cada verso musicado
Agora, meu amor, sei o que sou
Agora, meu amor, sou o teu fado
Lágrima no mar
Francisco Guimarães / Rui Poço
Repertório de Sara Paixão
Reparei naquela flor
Pequenina e indiferente
Não crescia, tinha dor
De ser como toda a gente
Tinha rosas nas bochechas
Quando a vi, envergonhada
Perguntei: "porque te fechas
Querida Rosa, embraçada"?
Cada flor em céu aberto
Cada qual tem seu lugar
Como a areia no deserto
Como a lágrima no mar
Respondeu-me dando a mão
Com um espinho em cada dedo
Não falou, ficou no chão
Enraizada pelo medo
Peguei nela com cuidado
Porque o medo é de cristal
Num lugar abandonado
Não havia roseiral
Olho a vida da janela
Tantas flores há por nascer
Guardo um vaso junto dela
Se uma rosa se perder
Repertório de Sara Paixão
Reparei naquela flor
Pequenina e indiferente
Não crescia, tinha dor
De ser como toda a gente
Tinha rosas nas bochechas
Quando a vi, envergonhada
Perguntei: "porque te fechas
Querida Rosa, embraçada"?
Cada flor em céu aberto
Cada qual tem seu lugar
Como a areia no deserto
Como a lágrima no mar
Respondeu-me dando a mão
Com um espinho em cada dedo
Não falou, ficou no chão
Enraizada pelo medo
Peguei nela com cuidado
Porque o medo é de cristal
Num lugar abandonado
Não havia roseiral
Olho a vida da janela
Tantas flores há por nascer
Guardo um vaso junto dela
Se uma rosa se perder
Basta um sorriso rasgado
José Fernandes Castro / Alfredo Duarte *mocita dos caracóis*
Repertório de Silva Machado (ao vivo)
Basta um sorriso rasgado
No rosto de quem nos fala
Para decifrar um fado
Bem escrito e bem cantado
Que por amor, nos embala
Basta um aperto de mão
Dado no momento certo
P’ra sentir a emoção
Bem dentro do coração
E ter o amor mais perto
Basta uma frase vulgar
Dita com voz de verdade
P’ra poder valorizar
Cuidar e perpetuar
Uma perfeita amizade
Basta um sorriso profundo
Com brilhos de luz florida
P’ra que apenas num segundo
Todas as flores do mundo
Ponham aromas na vida
Basta um sorriso rasgado
No rosto de quem nos fala
Para decifrar um fado
Bem escrito e bem cantado
Que por amor, nos embala
Basta um aperto de mão
Dado no momento certo
P’ra sentir a emoção
Bem dentro do coração
E ter o amor mais perto
Basta uma frase vulgar
Dita com voz de verdade
P’ra poder valorizar
Cuidar e perpetuar
Uma perfeita amizade
Basta um sorriso profundo
Com brilhos de luz florida
P’ra que apenas num segundo
Todas as flores do mundo
Ponham aromas na vida
A ilusão da lua
Francisco Guimarães / Casimiro Ramos *fado 3 bairros*
Repertório de Sofia Ramos
Há na noite uma certeza
Toda feita de beleza
Que é ter luz vinda da lua
E uma luz tão reluzente
Que não sendo independente
Nunca deixa de ser sua
E se o sol ao acordar
Sem o poder evitar
Ofuscar o seu destino
Tem a lua livre fado
Vai brilhar p'ra outro lado
Com seu brilho feminino
Ter amor é assumir
Que não dá p'ra existir
Quando alguém nos quer escapar
É viver na ilusão
De pensar que um coração
Tem alguém p'ra comandar
Só que a lua com seu brilho
Segue em frente noutro trilho
E no escuro nos conduz
Ela é o capitão
Ao guiar na escuridão
Um navio cheio de luz
Repertório de Sofia Ramos
Há na noite uma certeza
Toda feita de beleza
Que é ter luz vinda da lua
E uma luz tão reluzente
Que não sendo independente
Nunca deixa de ser sua
E se o sol ao acordar
Sem o poder evitar
Ofuscar o seu destino
Tem a lua livre fado
Vai brilhar p'ra outro lado
Com seu brilho feminino
Ter amor é assumir
Que não dá p'ra existir
Quando alguém nos quer escapar
É viver na ilusão
De pensar que um coração
Tem alguém p'ra comandar
Só que a lua com seu brilho
Segue em frente noutro trilho
E no escuro nos conduz
Ela é o capitão
Ao guiar na escuridão
Um navio cheio de luz
Talvez um dia
António Rocha / Armandinho *fado ciganita*
Repertório de José Geadas
Partiste sem dizer nada
Naquela manhã sombria
E deixaste abandonada
Minha alma triste e vazia
Fez-se noite de repente
Ao encarar a verdade
E encontrei-me tristemente
Embalando uma saudade
Fez-se a minha companhia
Das horas de solidão
E conforta dia a dia
O meu pobre coração
Às vezes chama o teu nome
Aumentando a minha dor
E a mágoa que me consome
Por te perder meu amor
Talvez um dia
A saudade te procure
O remorso te censure
E queiras voltar ao ninho
Mas nesse dia
Esta saudade de agora
Talvez já tenha ido embora
E eu queira ficar sozinho
Repertório de José Geadas
Partiste sem dizer nada
Naquela manhã sombria
E deixaste abandonada
Minha alma triste e vazia
Fez-se noite de repente
Ao encarar a verdade
E encontrei-me tristemente
Embalando uma saudade
Fez-se a minha companhia
Das horas de solidão
E conforta dia a dia
O meu pobre coração
Às vezes chama o teu nome
Aumentando a minha dor
E a mágoa que me consome
Por te perder meu amor
Talvez um dia
A saudade te procure
O remorso te censure
E queiras voltar ao ninho
Mas nesse dia
Esta saudade de agora
Talvez já tenha ido embora
E eu queira ficar sozinho
O que não somos
Carlos Leitão / José Marques *fado rigoroso*
Repertório de Sara Paixão
És preso por ter cão e por não ter
Se dizes muita coisa, ou se te calas
Muito mais do que ser, tens de aparecer
Nas fotos onde és tudo o que não falas
P'ra ser original há que chocar
Ter uma causa, ser uma tendência
E se nada mais falta p’ra mostrar
Qualquer vazio é sempre influência
E nesta imbecil contradição
De um mundo desigual e inquieto
Os jeitos de viver em turbilhão
São pedradas de cor no que é correto
Marquemos nova data para nós
Ainda temos tempo p'ra viver
E assim posso cantar a uma voz
Um povo inteiro a ser o que quiser
Repertório de Sara Paixão
És preso por ter cão e por não ter
Se dizes muita coisa, ou se te calas
Muito mais do que ser, tens de aparecer
Nas fotos onde és tudo o que não falas
P'ra ser original há que chocar
Ter uma causa, ser uma tendência
E se nada mais falta p’ra mostrar
Qualquer vazio é sempre influência
E nesta imbecil contradição
De um mundo desigual e inquieto
Os jeitos de viver em turbilhão
São pedradas de cor no que é correto
Marquemos nova data para nós
Ainda temos tempo p'ra viver
E assim posso cantar a uma voz
Um povo inteiro a ser o que quiser
Canto a Portugal
Letra e música de Joel Guilherme
Gravado por Gilda Valença
Letra extraída do livro *O fado que cantei e outras canções*
Gravado por Gilda Valença
Letra extraída do livro *O fado que cantei e outras canções*
de Thais Matazzaro (escritora brasileira)
Portugal que eu não esqueço
Eu te ofereço esta canção
Homenagem que eu te faço
Com um pedaço do coração
No Brasil todos te amam
Todos proclamam com altivez
Que esta terra em tudo encerra
Também um povo, o português
Deixe que cante a tua história
Ricas páginas de glória
Que o brasileiro bem diz
Pois para o mundo descobriste
O que mais de belo existe
A grandeza deste pais
E se a voz deste meu peito
Houver mais algum direito
Que este cantor confere
Deixa que eu erga a minha taça
Ao vigor da rua raça
E ao Brasil que tanto quero
Portugal que eu não esqueço
Eu te ofereço esta canção
Homenagem que eu te faço
Com um pedaço do coração
No Brasil todos te amam
Todos proclamam com altivez
Que esta terra em tudo encerra
Também um povo, o português
Deixe que cante a tua história
Ricas páginas de glória
Que o brasileiro bem diz
Pois para o mundo descobriste
O que mais de belo existe
A grandeza deste pais
E se a voz deste meu peito
Houver mais algum direito
Que este cantor confere
Deixa que eu erga a minha taça
Ao vigor da rua raça
E ao Brasil que tanto quero
Mar de saudade
Letra e música de Carlos Soares da Silva
Repertório de Eduardo Falcão
Tão triste é a certeza
De remar contra a maré
Tão longe vem o tempo
Em que as águas eram mansas
Tão breve é a coragem
São tão velhas as lembranças
De amores imaginados
Em poucas horas de fé
Dos mares que naveguei
Me ficou o gosto a sal
Da terra fresca lavrada
Herdei sementes de dor
Do sol quente dos sonhos
Apenas o travo igual
Às margens de um ria parado
Em horas de pouco amor
Saudades de partidas
De abaladas, de mudar
São esperanças sempre novas
Primaveras a florir
Pássaros que voltam
De novo àquele lugar
De amores imaginados
De crianças a sorrir
Repertório de Eduardo Falcão
Tão triste é a certeza
De remar contra a maré
Tão longe vem o tempo
Em que as águas eram mansas
Tão breve é a coragem
São tão velhas as lembranças
De amores imaginados
Em poucas horas de fé
Dos mares que naveguei
Me ficou o gosto a sal
Da terra fresca lavrada
Herdei sementes de dor
Do sol quente dos sonhos
Apenas o travo igual
Às margens de um ria parado
Em horas de pouco amor
Saudades de partidas
De abaladas, de mudar
São esperanças sempre novas
Primaveras a florir
Pássaros que voltam
De novo àquele lugar
De amores imaginados
De crianças a sorrir
Verdade do fado
António Rocha / Raúl Ferrão *maldito fado*
Repertório de José Geadas
O fado não precisa encenações
Basta existir verdade em quem o canta
Esta nobre canção, entre as canções
Canta-se com a alma na garganta
Nem gestos, nem trejeitos teatrais
Acrescentam ao fado mais valia
É com atitudes naturais
Que acontecem momentos de magia
Fado quer dizer destino
E eu sigo desde menino
O meu destino marcado
Das cordas duma guitarra
Construí a forte amarra
Com que me prendi ao fado
Quando canto uma tristeza
É tal qual como uma reza
Dum coração magoado
E se canto uma alegria
Vibro a sentir a magia
Que há na verdade do fado
Ao usar-se a palavra com preceito
Dizer o português bem silabado
E com a emoção dentro do peito
O fadista não canta, diz o fado
A guitarra improvisa e desafia
A voz do cantador a responder
Repertório de José Geadas
O fado não precisa encenações
Basta existir verdade em quem o canta
Esta nobre canção, entre as canções
Canta-se com a alma na garganta
Nem gestos, nem trejeitos teatrais
Acrescentam ao fado mais valia
É com atitudes naturais
Que acontecem momentos de magia
Fado quer dizer destino
E eu sigo desde menino
O meu destino marcado
Das cordas duma guitarra
Construí a forte amarra
Com que me prendi ao fado
Quando canto uma tristeza
É tal qual como uma reza
Dum coração magoado
E se canto uma alegria
Vibro a sentir a magia
Que há na verdade do fado
Ao usar-se a palavra com preceito
Dizer o português bem silabado
E com a emoção dentro do peito
O fadista não canta, diz o fado
A guitarra improvisa e desafia
A voz do cantador a responder
O meu lugar
Carlos Leitão / Acácio Gomes *fado bizarro*
Repertório de Sara Paixão
Corri toda a cidade p’ra fugir
De ti, do que juraste sem pudor
Se dizes que não ficas, quero ir
Espalhar todas as cinzas deste amor
Eu sei que tu me segues prometendo
Amares mais do que nunca e do que eu
Mas corro mais depressa do que o vento
E tudo o que tu és já não é meu
Daqui, de onde não partes nem regressas
Lugar onde a saudade já morreu
Amar é mais bonito se as promessas
Ficarem mais sozinhas do que eu
Repertório de Sara Paixão
Corri toda a cidade p’ra fugir
De ti, do que juraste sem pudor
Se dizes que não ficas, quero ir
Espalhar todas as cinzas deste amor
Eu sei que tu me segues prometendo
Amares mais do que nunca e do que eu
Mas corro mais depressa do que o vento
E tudo o que tu és já não é meu
Daqui, de onde não partes nem regressas
Lugar onde a saudade já morreu
Amar é mais bonito se as promessas
Ficarem mais sozinhas do que eu
Meu Alentejo tão querido
Estrela Meirinha / Manuel Maria Rodrigues
Repertório de José Geadas
Meu Alentejo, tão querido
Eu aqui tenho crescido
Não sabes como te amo
Levo-te p'ra todo o lado
Gosto de cantar o Fado
Com sotaque Alentejano
Adoro poder brincar
De correr e de saltar
Sempre, sempre em campo aberto
Em perfeita harmonia
A viver esta alegria
Tenho o meu irmão por perto
Aqui o sol é meu lume
As flores têm mais perfume
As estrelas mais brilhantes
Passarinhos a cantar
Um regato a murmurar
Os campos mais verdejantes
Eu adoro a natureza
Com toda esta beleza
De ficar inebriado
É tudo isto que eu amo
Com sotaque Alentejano
Gosto de cantar Fado
Repertório de José Geadas
Meu Alentejo, tão querido
Eu aqui tenho crescido
Não sabes como te amo
Levo-te p'ra todo o lado
Gosto de cantar o Fado
Com sotaque Alentejano
Adoro poder brincar
De correr e de saltar
Sempre, sempre em campo aberto
Em perfeita harmonia
A viver esta alegria
Tenho o meu irmão por perto
Aqui o sol é meu lume
As flores têm mais perfume
As estrelas mais brilhantes
Passarinhos a cantar
Um regato a murmurar
Os campos mais verdejantes
Eu adoro a natureza
Com toda esta beleza
De ficar inebriado
É tudo isto que eu amo
Com sotaque Alentejano
Gosto de cantar Fado
Um dia em Portugal
Evaldo Gouveia / Jair Amorim
Repertório de Francisco Egydio
Letra extraída do livro *O fado que cantei e outras canções*
Repertório de Francisco Egydio
Letra extraída do livro *O fado que cantei e outras canções*
de Thais Matazzaro (escritora brasileira)
Um dia em Portugal
Num eco lá da Alfama
Alguém por mim me chama
Fazendo-me um sinal
Fitava-me a sorrir
Chamou-me brasileiro
Num tom assim brejeiro
Um samba quis ouvir
Pedi-lhe um violão
Cuíca e tamborim
Morena e um barracão
Uma saudade enfim
Para cantar o fado
Uma guitarra e vinho
Para cantar meu samba
Um pandeiro e um cavaquinho
Um dia em Portugal
Num eco lá da Alfama
Alguém por mim me chama
Fazendo-me um sinal
Fitava-me a sorrir
Chamou-me brasileiro
Num tom assim brejeiro
Um samba quis ouvir
Pedi-lhe um violão
Cuíca e tamborim
Morena e um barracão
Uma saudade enfim
Para cantar o fado
Uma guitarra e vinho
Para cantar meu samba
Um pandeiro e um cavaquinho
O mapa está errado
Manuel Paião / Eduardo Damas
Repertório de Alberto Ribeiro
O mapa está errado
Isto assim não está certo
Brasil e Portugal
Não estão longe, estão perto
Aqui há mar a mais
O mapa está errado
Brasil e Portugal
Devem estar lado a lado
Tirai o oceano
Acabe a confusão
Brasil e Portugal
São dois num coração;
Brasil e Portugal
Repertório de Alberto Ribeiro
O mapa está errado
Isto assim não está certo
Brasil e Portugal
Não estão longe, estão perto
Aqui há mar a mais
O mapa está errado
Brasil e Portugal
Devem estar lado a lado
Tirai o oceano
Acabe a confusão
Brasil e Portugal
São dois num coração;
Brasil e Portugal
Vivem do mesmo anseio
O mapa está errado
Tirem o mar do meio
São duas pátrias numa
Bem grande e bem unida
Brasil e Portugal
Duas numa só vida
É presente sem par
Este que Deus nos fez
Aqui, sou brasileiro
Por lá, és português
O mapa está errado
Tirem o mar do meio
São duas pátrias numa
Bem grande e bem unida
Brasil e Portugal
Duas numa só vida
É presente sem par
Este que Deus nos fez
Aqui, sou brasileiro
Por lá, és português
Não se diz ao triste que se alegre
Francisco Guimarães / Jaime Santos *fado da bica*
Repertório de Sara Paixão
Dizem que a minha tristeza
É p'ra deixar ir embora
Mas eu cá tenho a certeza
Que quem não chora piora
Em cada hora do dia
Trago este triste sentido
E no meu peito perdido
Pedem que eu traga alegria
Coração que é descontente
Cujo bater nunca pára
Mas dizem que a ferida sara
Se eu estiver sempre contente
Só que eu não quero sarar
Foi assim que Deus me quis
Posso parar de chorar
Mas a chorar sou feliz
Repertório de Sara Paixão
Dizem que a minha tristeza
É p'ra deixar ir embora
Mas eu cá tenho a certeza
Que quem não chora piora
Em cada hora do dia
Trago este triste sentido
E no meu peito perdido
Pedem que eu traga alegria
Coração que é descontente
Cujo bater nunca pára
Mas dizem que a ferida sara
Se eu estiver sempre contente
Só que eu não quero sarar
Foi assim que Deus me quis
Posso parar de chorar
Mas a chorar sou feliz
Saudade, esperança
Francisco Alves / Luiz Iglésias
Repertório de Francisco Alves
Letra extraída do livro *O fado que cantei e outras canções*
Repertório de Francisco Alves
Letra extraída do livro *O fado que cantei e outras canções*
de Thais Matazzaro (escritora brasileira)
Dizem todos que a saudade
Nasceu lá em Portugal
Eis por que tal gente há-de
Sofrer sempre desse mal;
Mas eu creio com firmeza
Nesta expressão verdadeira
Se a saudade é portuguesa
A esperança é brasileira
Deus quando fez a saudade
Suave e doce sofrer
Ao dar-lhe paternidade
Foi Portugal escolher;
Talvez por ver que essa gente
As mágoas, tão bem expande
E traz alma, inconsciente
Um coração muito grande
Mas depois de tal invento
Estremeceu de pavor
A saudade é sofrimento
Que a v vida murcha qual flor;
E cheio de piedade
Por uma dor tão criança
Suavizou a saudade
Criando o bem da esperança
Dizem todos que a saudade
Nasceu lá em Portugal
Eis por que tal gente há-de
Sofrer sempre desse mal;
Mas eu creio com firmeza
Nesta expressão verdadeira
Se a saudade é portuguesa
A esperança é brasileira
Deus quando fez a saudade
Suave e doce sofrer
Ao dar-lhe paternidade
Foi Portugal escolher;
Talvez por ver que essa gente
As mágoas, tão bem expande
E traz alma, inconsciente
Um coração muito grande
Mas depois de tal invento
Estremeceu de pavor
A saudade é sofrimento
Que a v vida murcha qual flor;
E cheio de piedade
Por uma dor tão criança
Suavizou a saudade
Criando o bem da esperança
Benditos os loucos
António Rocha / Raúl Ferrão *fado alcântara*
Repertório de José Geadas
Chamam-me louco
Porque te amo loucamente
Que importa, não faz sentido
Repertório de José Geadas
Chamam-me louco
Porque te amo loucamente
Que importa, não faz sentido
O que se diz
São só palavras
Na boca de certa gente
Que não ama e certamente
São só palavras
Na boca de certa gente
Que não ama e certamente
Não é feliz
Doce loucura
Deixem-me ser como sou
Sou feliz sempre que dou
Doce loucura
Deixem-me ser como sou
Sou feliz sempre que dou
Amor a alguém
Pobres, aqueles
Que não sabem que o amor
É a ventura maior
Pobres, aqueles
Que não sabem que o amor
É a ventura maior
Que a vida tem
Se é loucura
Se é loucura
Este amor sem medida
Esta eterna paixão
Que existe dentro em mim
Sem amor a vida não é vida
Não passa de ilusão
É dor que não tem fim
Só amando
Esta eterna paixão
Que existe dentro em mim
Sem amor a vida não é vida
Não passa de ilusão
É dor que não tem fim
Só amando
Se encontra harmonia
Se faz dia a dia
Um mundo melhor
Neste canto vos digo
Benditos que sejam benditos
Os loucos de amor
Quem não tiver
Um pouco desta loucura
Não sente dentro do peito
Se faz dia a dia
Um mundo melhor
Neste canto vos digo
Benditos que sejam benditos
Os loucos de amor
Quem não tiver
Um pouco desta loucura
Não sente dentro do peito
Um coração
Nem a magia
Dos momentos de ternura
Se nos queimamos no fogo
Nem a magia
Dos momentos de ternura
Se nos queimamos no fogo
Duma paixão
O amor é luz
Que ilumina o meu caminho
É sol que me aquece a alma
O amor é luz
Que ilumina o meu caminho
É sol que me aquece a alma
É tudo, enfim
Chamam-me louco
Que me importa se é verdade
Sou louco de felicidade
Chamam-me louco
Que me importa se é verdade
Sou louco de felicidade
Eu sou assim
Barco vazio
Rodrigo Costa Félix / Carlos Simões Neves *f. tamanquinhas*
Repertório de Sofia Ramos
Parada à beira rio
Esperei teu barco chegar
Das águas calmas de um rio
Chegou-me um barco vazio
Vindo do fundo do mar
Meus sonhos vinham com ele
Vazios de tanto esperar
O sol queimava-me a pele
E o barquinho de papel
Ardeu antes de ancorar
Agora não espero nada
Não quero barcos no mar
Quero dormir descansada
Sonhar com águas paradas
Até por fim naufragar;
Agora não espero nada
Quero dormir descansada
Até por fim naufragar
Repertório de Sofia Ramos
Parada à beira rio
Esperei teu barco chegar
Das águas calmas de um rio
Chegou-me um barco vazio
Vindo do fundo do mar
Meus sonhos vinham com ele
Vazios de tanto esperar
O sol queimava-me a pele
E o barquinho de papel
Ardeu antes de ancorar
Agora não espero nada
Não quero barcos no mar
Quero dormir descansada
Sonhar com águas paradas
Até por fim naufragar;
Agora não espero nada
Quero dormir descansada
Até por fim naufragar
Um pôr do sol
Rui Manuel / Arménio de Melo
Repertório de Casimiro Silva
Suave a maneira lenta e não cansada
Como o sol coloca um xaile vermelho
Nos ombros do céu
Asas de andorinha vão tapando a linha
Que é do horizonte
O dia morreu
Pôr do sol
Ou papoila que engravida
Do luto que a noite traz
Se houver lua é rapariga
Se não houver é rapaz
Pôr do sol
Que se espreguiça no olhar
Diário, cais de partida
Cais de embarque onde a fadiga
Vem também desembarcar
Quando uma criança legenda este quadro
Diz com um sorriso
É uma laranja com gosto a romã
Acendem-se velas nas mãos das estrelas
Despede-se o astro
Que diz: até amanhã
Repertório de Casimiro Silva
Suave a maneira lenta e não cansada
Como o sol coloca um xaile vermelho
Nos ombros do céu
Asas de andorinha vão tapando a linha
Que é do horizonte
O dia morreu
Pôr do sol
Ou papoila que engravida
Do luto que a noite traz
Se houver lua é rapariga
Se não houver é rapaz
Pôr do sol
Que se espreguiça no olhar
Diário, cais de partida
Cais de embarque onde a fadiga
Vem também desembarcar
Quando uma criança legenda este quadro
Diz com um sorriso
É uma laranja com gosto a romã
Acendem-se velas nas mãos das estrelas
Despede-se o astro
Que diz: até amanhã
Gesto ancorado
Rui Manuel / Arménio de Melo
Repertório de Dionísio de Sousa
Gesto ancorado na palma da mão
Palavra muda que espreita entre os dedos
Reta final do insulto, agressão
Ou da carícia que despe um segredo
És uma nuvem à espera de o ser
Planta que dorme por trás da semente
Água que um copo não pode conter
Rio onde a foz denuncia a nascente
Gestos sem conta de dedos a meio
Num prematuro tributo ao receio
Gotas de chuva que a terra bebeu
Gritos perdidos em quem os perdeu;
Escada que falta, degrau derradeiro
Corpo sem forma, sem rosto nem cheiro
Na frustração de já ser acabado
Quase que antes de ter começado
Gesto ensaiado mil vezes ao espelho
Cópia barata que falta improviso
Tempo d’espera que morre de velho
Pranto embrulhado em papel de sorriso
És o recado que boca não dá
Folha que o vento levanta do chão
Voz que o silêncio não sabe onde está
Gesto ancorado na palma da mão
Repertório de Dionísio de Sousa
Gesto ancorado na palma da mão
Palavra muda que espreita entre os dedos
Reta final do insulto, agressão
Ou da carícia que despe um segredo
És uma nuvem à espera de o ser
Planta que dorme por trás da semente
Água que um copo não pode conter
Rio onde a foz denuncia a nascente
Gestos sem conta de dedos a meio
Num prematuro tributo ao receio
Gotas de chuva que a terra bebeu
Gritos perdidos em quem os perdeu;
Escada que falta, degrau derradeiro
Corpo sem forma, sem rosto nem cheiro
Na frustração de já ser acabado
Quase que antes de ter começado
Gesto ensaiado mil vezes ao espelho
Cópia barata que falta improviso
Tempo d’espera que morre de velho
Pranto embrulhado em papel de sorriso
És o recado que boca não dá
Folha que o vento levanta do chão
Voz que o silêncio não sabe onde está
Gesto ancorado na palma da mão
O fado
Marta Rosa / Armandinho *fado estoril*
Repertório de Sara Paixão
Não sei falar do fado garrido, inebriante
Errante como a gente, o fado é inconstante
Não é coisa que digo, o fado é o que dou
Caminho aonde sigo, no fado é que eu sou
O fado incessante, não é velho nem novo
Renasce a cada instante nas veias do seu povo
Renasce na beleza, na força da verdade
No riso ou na tristeza e na cumplicidade
Se o fado nos invade, quão fácil é senti-lo
Difícil na verdade, é saber defini-lo
Talvez forma de vida, ou estranho pensamento
Da alma dolorida em busca de alimento
Será a fantasia, a dura realidade?
Canção, melancolia, silêncio ou saudade
Vive na alma da gente, o fado não se diz
Tristeza também sente quem teima ser feliz
Repertório de Sara Paixão
Não sei falar do fado garrido, inebriante
Errante como a gente, o fado é inconstante
Não é coisa que digo, o fado é o que dou
Caminho aonde sigo, no fado é que eu sou
O fado incessante, não é velho nem novo
Renasce a cada instante nas veias do seu povo
Renasce na beleza, na força da verdade
No riso ou na tristeza e na cumplicidade
Se o fado nos invade, quão fácil é senti-lo
Difícil na verdade, é saber defini-lo
Talvez forma de vida, ou estranho pensamento
Da alma dolorida em busca de alimento
Será a fantasia, a dura realidade?
Canção, melancolia, silêncio ou saudade
Vive na alma da gente, o fado não se diz
Tristeza também sente quem teima ser feliz
Nova vida
António Rocha / Armandinho *fado maria alice*
Repertório de José Geadas
Nem saudade, nem desejos
Deixaste na realidade
Do veneno dos teus beijos
Nem ciúme, nem rancor
Nem uma réstia do lume
Do fogo dum falso amor
Restos dum sonho
Que não passou de ilusão
As margens duma paixão
Sem ter princípio nem fim
Luta constante
Lembrança que me tortura
Sombra da tua figura
Que quero afastar de mim
Mar de mágoas onde estou
Mar imenso em cujas águas
Minha paixão se afundou
Fim da estrada percorrida
Fim da história inacabada
Principio de nova vida
Repertório de José Geadas
Nem saudade, nem desejos
Deixaste na realidade
Do veneno dos teus beijos
Nem ciúme, nem rancor
Nem uma réstia do lume
Do fogo dum falso amor
Restos dum sonho
Que não passou de ilusão
As margens duma paixão
Sem ter princípio nem fim
Luta constante
Lembrança que me tortura
Sombra da tua figura
Que quero afastar de mim
Mar de mágoas onde estou
Mar imenso em cujas águas
Minha paixão se afundou
Fim da estrada percorrida
Fim da história inacabada
Principio de nova vida
Contas impossíveis
Linhares Barbosa / José António Sabrosa
Repertório de José Geadas
Este tema foi gravado por Manuel de Almeida com o título *Perguntas*
na música do Fado Louco de Alfredo Duarte
Tu fazes perguntas tais
Quantos beijos te dei eu
Eu não sei, mas foram mais
Do que estrelas tem o céu
Diz-me, cabecinha tonta
Se alguém poderá contar
Aquela conta sem conta
Das ondas que andam no mar
Diz-me se alguém adivinha
A água que cai no rio
Quando a chuva miúdinha
Dura três horas a fio
No mundo dos impossíveis
Ninguém pode, ‘inda que queira
Contar os grãos invisíveis
Duma nuvem de poeira
Mas tudo isto ainda os sábios
Num cálculo podem juntar
Mas os beijos dos meus lábios
Ninguém pode calcular
Repertório de José Geadas
Este tema foi gravado por Manuel de Almeida com o título *Perguntas*
na música do Fado Louco de Alfredo Duarte
Tu fazes perguntas tais
Quantos beijos te dei eu
Eu não sei, mas foram mais
Do que estrelas tem o céu
Diz-me, cabecinha tonta
Se alguém poderá contar
Aquela conta sem conta
Das ondas que andam no mar
Diz-me se alguém adivinha
A água que cai no rio
Quando a chuva miúdinha
Dura três horas a fio
No mundo dos impossíveis
Ninguém pode, ‘inda que queira
Contar os grãos invisíveis
Duma nuvem de poeira
Mas tudo isto ainda os sábios
Num cálculo podem juntar
Mas os beijos dos meus lábios
Ninguém pode calcular
A padroeira
Carlos Soares da Silva /Popular *fado moleirinha*
Repertório de Eduardo Falcão
De tantas histórias que ouvi contar à lareira
Recordo aquela que ainda hoje me é tão cara
Em que Isabel, rainha, santa e padroeira
Fez de oiro, rosas, numa tarde em Santa Clara
Em seu sorriso havia bondade
Fé, caridade, realeza sem igual
Em seu regaço nasceram rosas
Brancas formosas, dos jardins de Portugal
Dizem que um dia, levada pela caridade
Moedas de oiro em seu regaço escondendo
Sai para a rua e vai levar felicidade
À gente humilde que trabalha no convento
Mas eis que surge D. Diniz, o seu esposo
A quem a Santa diz levar apenas rosas
Em seu regaço, que desdobra milagroso
Mostrando ao rei as flores tão brancas e viçosas
Repertório de Eduardo Falcão
De tantas histórias que ouvi contar à lareira
Recordo aquela que ainda hoje me é tão cara
Em que Isabel, rainha, santa e padroeira
Fez de oiro, rosas, numa tarde em Santa Clara
Em seu sorriso havia bondade
Fé, caridade, realeza sem igual
Em seu regaço nasceram rosas
Brancas formosas, dos jardins de Portugal
Dizem que um dia, levada pela caridade
Moedas de oiro em seu regaço escondendo
Sai para a rua e vai levar felicidade
À gente humilde que trabalha no convento
Mas eis que surge D. Diniz, o seu esposo
A quem a Santa diz levar apenas rosas
Em seu regaço, que desdobra milagroso
Mostrando ao rei as flores tão brancas e viçosas
Não me esperes
Letra e música de João Espadinha
Repertório de Sofia Ramos
Não me esperes
Não sei dizer quando chego
Será mais tarde que cedo
Já sabes que pode atrasar
Não me esperes
Bem sei que a noite vai longa
Mas não me peças que te responda
Não sei quanto mais vai durar
Eu sei que anseios são os teus
Sei que hoje pedes a Deus
Que abandone a paixão de cantar
Mas sei que este é um sonho só meu
Que sem o fado não sou eu
E isso não quero mudar
Não me chames
Não posso falar agora
Tudo o que ouvires a esta hora
Só vou dizê-lo a cantar
Não me chames
Não finjas que me conheces
Se cada dia o que me pedes
Envolve a minha alma calar
Mantém-se esta chama que resiste
Sob a capa que hoje visto
E só retiro a cantar
E é bem claro
Se a mim pedes que decida
E eu escolher mudar de vida
O fado é o que não vou deixar
Vivo cantando na sombra
E conto que o escuro me esconda
De um mundo que não quero olhar
P’ra lá do Tejo
É outra a Lisboa que vejo
Outra a vontade e desejo
Outra a expressão do olhar
Receio não poder manter-me nisto
Esta capa que hoje visto
E só retiro a cantar
E sei que este é um sonho só meu
Que sem o fado não sou eu
E o fado é o que não vou deixar
Repertório de Sofia Ramos
Não me esperes
Não sei dizer quando chego
Será mais tarde que cedo
Já sabes que pode atrasar
Não me esperes
Bem sei que a noite vai longa
Mas não me peças que te responda
Não sei quanto mais vai durar
Eu sei que anseios são os teus
Sei que hoje pedes a Deus
Que abandone a paixão de cantar
Mas sei que este é um sonho só meu
Que sem o fado não sou eu
E isso não quero mudar
Não me chames
Não posso falar agora
Tudo o que ouvires a esta hora
Só vou dizê-lo a cantar
Não me chames
Não finjas que me conheces
Se cada dia o que me pedes
Envolve a minha alma calar
Mantém-se esta chama que resiste
Sob a capa que hoje visto
E só retiro a cantar
E é bem claro
Se a mim pedes que decida
E eu escolher mudar de vida
O fado é o que não vou deixar
Vivo cantando na sombra
E conto que o escuro me esconda
De um mundo que não quero olhar
P’ra lá do Tejo
É outra a Lisboa que vejo
Outra a vontade e desejo
Outra a expressão do olhar
Receio não poder manter-me nisto
Esta capa que hoje visto
E só retiro a cantar
E sei que este é um sonho só meu
Que sem o fado não sou eu
E o fado é o que não vou deixar
Vou dar o passo hoje
Jorge Fernando / Fernando Freitas *fado noquinhas*
Repertório de José Geadas
Há sempre algum silêncio, um mudo olhar discreto
Um traço que se estende, que é cúmplice entre nós
A mão dá-se ao aceno que é como um leve afeto
E estamos adiados por faltar-nos a voz
Há sempre uma inquietude a trair o sorriso
Um muro que se eleva por estranha cobardia
A boca que teimosa, não diz o que é preciso
E a palavra se esconde por trás deste vazio
Há sempre um entretanto, um espaço fugidio
Refúgio, onde intensa, a alma inflama e arde
Vou dar o passo hoje, que o tempo é arredio
E o amanhã, quem sabe, nos possa já ser tarde
Repertório de José Geadas
Há sempre algum silêncio, um mudo olhar discreto
Um traço que se estende, que é cúmplice entre nós
A mão dá-se ao aceno que é como um leve afeto
E estamos adiados por faltar-nos a voz
Há sempre uma inquietude a trair o sorriso
Um muro que se eleva por estranha cobardia
A boca que teimosa, não diz o que é preciso
E a palavra se esconde por trás deste vazio
Há sempre um entretanto, um espaço fugidio
Refúgio, onde intensa, a alma inflama e arde
Vou dar o passo hoje, que o tempo é arredio
E o amanhã, quem sabe, nos possa já ser tarde
Canção do amor demais
Vinícius de Moraes / Tom Jobim
Repertório de Sara Paixão
Quero chorar porque te amei demais
Quero morrer porque me deste a vida
Oh meu amor, será que nunca hei-de ter paz
Será que tudo que há em mim
Só quer sentir saudade
E já nem sei o que vai ser de mim
Tudo me diz que amar será p meu fim
Que desespero traz o amor
Eu nem sabia o que era o amor
Agora sei porque não sou feliz
Repertório de Sara Paixão
Quero chorar porque te amei demais
Quero morrer porque me deste a vida
Oh meu amor, será que nunca hei-de ter paz
Será que tudo que há em mim
Só quer sentir saudade
E já nem sei o que vai ser de mim
Tudo me diz que amar será p meu fim
Que desespero traz o amor
Eu nem sabia o que era o amor
Agora sei porque não sou feliz
Serra d’Ossa
Estrela Meirinha / Tradicional
Repertório de José Geadas
Rio de Moinhos, tu és
Uma terra pequena e bela
Se eu te pudesse pintar
Pintava-te em aguarela
E como pano de fundo
Eu pintava a Serra D'Ossa
Em nenhum lugar do mundo
Há Serra igual à nossa
Freguesia tão pequena
E tanta beleza tem
É terra da minha mãe
E minha terra também
Eu vou à Feira de Borba
Como muita gente vai
Dou a volta pela Nora
Que é a terra do meu pai
Repertório de José Geadas
Rio de Moinhos, tu és
Uma terra pequena e bela
Se eu te pudesse pintar
Pintava-te em aguarela
E como pano de fundo
Eu pintava a Serra D'Ossa
Em nenhum lugar do mundo
Há Serra igual à nossa
Freguesia tão pequena
E tanta beleza tem
É terra da minha mãe
E minha terra também
Eu vou à Feira de Borba
Como muita gente vai
Dou a volta pela Nora
Que é a terra do meu pai
A realidade
Teresinha Landeiro / Bernardo Couto
Repertório de Sofia Ramos
Pedi tréguas ao mundo p'ra sonhar
Pedi porque não sonho há tantos dias
Acordo sem ter fé neste lugar
E as noites sem ter esperança são mais frias
Sem espaço p'ra sonhar outro começo
Não escrevo nem reescrevo a minha história
Mais duro que voltar ao que conheço
É ver como esta luta é tão inglória
Num mundo onde dói mais o que é verdade
Magoa muito mais a lucidez
Em frente de tão dura realidade
Só peço p’ra sonhar mais uma vez
Repertório de Sofia Ramos
Pedi tréguas ao mundo p'ra sonhar
Pedi porque não sonho há tantos dias
Acordo sem ter fé neste lugar
E as noites sem ter esperança são mais frias
Sem espaço p'ra sonhar outro começo
Não escrevo nem reescrevo a minha história
Mais duro que voltar ao que conheço
É ver como esta luta é tão inglória
Num mundo onde dói mais o que é verdade
Magoa muito mais a lucidez
Em frente de tão dura realidade
Só peço p’ra sonhar mais uma vez
A luz do teu sorriso
Letra e música de José Gonçalez
Repertório de José Gonçalez com José Cid
Quando eu voltar p'ra trás, quero sentir
Que sempre fui capaz de permitir
Que aqueles que de mim quiseram bem
Tiveram o melhor que pude dar;
Sabendo eu que recebi também
O melhor que tinham p'ra me dar
Os anos passam sem pedir nada a ninguém
E quando passam, nem perguntam se estás bem
E quando tentas perceber o que passou
É quando inventas a saudade que chegou
E depois lembras aqueles que chegaram
E também lembras aqueles que partiram
E se uma lágrima salgar esse teu riso
É essa lágrima a luz do teu sorriso
Se o teu cabelo te mostrar que já não és
Esse garoto que já teve o mundo aos pés
Solta o novelo, deixa o fio desenrolar
Um pano roto mostra que se soube usar
Lembra a criança dos teus dias felizes
Tens a herança nas tuas cicatrizes
Não te demores nas lembranças de algum mal
Guarda as melhores para o teu encore final
Repertório de José Gonçalez com José Cid
Quando eu voltar p'ra trás, quero sentir
Que sempre fui capaz de permitir
Que aqueles que de mim quiseram bem
Tiveram o melhor que pude dar;
Sabendo eu que recebi também
O melhor que tinham p'ra me dar
Os anos passam sem pedir nada a ninguém
E quando passam, nem perguntam se estás bem
E quando tentas perceber o que passou
É quando inventas a saudade que chegou
E depois lembras aqueles que chegaram
E também lembras aqueles que partiram
E se uma lágrima salgar esse teu riso
É essa lágrima a luz do teu sorriso
Se o teu cabelo te mostrar que já não és
Esse garoto que já teve o mundo aos pés
Solta o novelo, deixa o fio desenrolar
Um pano roto mostra que se soube usar
Lembra a criança dos teus dias felizes
Tens a herança nas tuas cicatrizes
Não te demores nas lembranças de algum mal
Guarda as melhores para o teu encore final
Fado alegre do Alentejo
Marta Dias / António Chaínho
Repertório de Marta Dias
Um olhar breve sobre os campos
Que terra é esta que se avizinha?
Promessa-flor à beira-estrada
Caricia suave de ligeira brisa
0 escuro fresco dos sobreiros
Tanto doirado a pintar o chão
Castelo e vila, castro e aldeia
No horizonte cabe todo o céu
E andar pelas searas
Sob a luz do pôr-do-sol
Risos brancos como as casas
Risos que sabem a sal;
Azul-céu, azul na onda
Azul-noite como breu
Um sentir calmo e profundo
Alentejo que é tão meu
Um beijo doce à tardinha
Tão bom o encontro
Depois dum adeus
Amar de novo amor antigo
Sentir ainda tudo, tudo, tudo, por fazer
Vem vida nova aos meus olhos
Se toco a terra co’a minha mão
Ó meu amor, meu Alentejo
Lava a tristeza do meu coração
Repertório de Marta Dias
Um olhar breve sobre os campos
Que terra é esta que se avizinha?
Promessa-flor à beira-estrada
Caricia suave de ligeira brisa
0 escuro fresco dos sobreiros
Tanto doirado a pintar o chão
Castelo e vila, castro e aldeia
No horizonte cabe todo o céu
E andar pelas searas
Sob a luz do pôr-do-sol
Risos brancos como as casas
Risos que sabem a sal;
Azul-céu, azul na onda
Azul-noite como breu
Um sentir calmo e profundo
Alentejo que é tão meu
Um beijo doce à tardinha
Tão bom o encontro
Depois dum adeus
Amar de novo amor antigo
Sentir ainda tudo, tudo, tudo, por fazer
Vem vida nova aos meus olhos
Se toco a terra co’a minha mão
Ó meu amor, meu Alentejo
Lava a tristeza do meu coração
Por muito que me revolte
Mário Rainho / José Joaquim Cavalheiro Jnr *fado menor do porto
Repertório de Soraia Cardoso
Repertório de Soraia Cardoso
*P'ra onde quer que me volte*
Por muito que me revolte
Seres somente uma miragem
P'ra onde quer que me volte
Vejo sempre a tua imagem
Imagem que me enlouquece
Como um louco no deserto
Que do nada me aparece
E tão distante é tão perto
Vejo-te envolto em poeira
Ou transparente cristal
E a loucura é mais inteira
0 sonho quase real
Por muito que me revolte
Seres somente uma miragem
P'ra onde quer que me volte
Vejo sempre a tua imagem
Título deste tema na gravação de António Zambujo
na música do Fado Vianinha
Por muito que me revolte
Seres somente uma miragem
P'ra onde quer que me volte
Vejo sempre a tua imagem
Imagem que me enlouquece
Como um louco no deserto
Que do nada me aparece
E tão distante é tão perto
Vejo-te envolto em poeira
Ou transparente cristal
E a loucura é mais inteira
0 sonho quase real
Por muito que me revolte
Seres somente uma miragem
P'ra onde quer que me volte
Vejo sempre a tua imagem
Quase fado
Marta Dias / António Chaínho
Repertório de Marta Dias
Um dia quis cantar o fado
Que ao peito apetecia
Mas logo o senhor do lado
Me disse que eu não podia
Olhando-o bem de frente
Perguntei admirada
Terei garganta diferente
Doutra garganta afinada?
Disse ele então que o fado é destino
É dor com hora marcada
Disse ele que o fado é destino
É dor com hora marcada;
E disse ainda que só é fadista
Quem traz a dor escriturada
Fiquei triste nesse dia
Fui p’ra casa meditar
Tinha na alma a tristeza
Daquela que faz chorar
Enquanto nisto penava
Quase sem eu reparar
Abro a boca solto a voz
Lá vem o fado a saltar
Repertório de Marta Dias
Um dia quis cantar o fado
Que ao peito apetecia
Mas logo o senhor do lado
Me disse que eu não podia
Olhando-o bem de frente
Perguntei admirada
Terei garganta diferente
Doutra garganta afinada?
Disse ele então que o fado é destino
É dor com hora marcada
Disse ele que o fado é destino
É dor com hora marcada;
E disse ainda que só é fadista
Quem traz a dor escriturada
Fiquei triste nesse dia
Fui p’ra casa meditar
Tinha na alma a tristeza
Daquela que faz chorar
Enquanto nisto penava
Quase sem eu reparar
Abro a boca solto a voz
Lá vem o fado a saltar
Alentejo, um ar de festa
Letra e música de José Gonçalez
Repertório do autor com Vitorino
Trago aqui
Amarrada na garganta
A saudade que desponta
Dessa lonjura de ti
Este meu canto
Que me deixa a alma nua
Tem a dor que se insinua
Por viver longe de ti
Meu Alentejo
Quanta mágoa é desejo
P'ra deixar em cada beijo
Quando a voz se faz cantiga
E a primavera
Vai deixando sempre à espera
A papoila da quimera
Na planície mais antiga
Sobre o teu campo
Andam centos de pardais
A naufragar nos trigais
A roubar os grãos de trigo
E em cada sombra
Mora sempre um ar de festa
Que me envolve em cada sesta
E me faz sonhar contigo
Meu Alentejo
Morro sempre no teu beijo
Quando este se faz desejo
Na saudade que me invade
E o horizonte
Que se esconde atrás do monte
Adormece em cada fonte
Ao cair de cada tarde
Talvez nem saibas
A tristeza que adivinhas
Sempre que as andorinhas
Se despedem do teu sol
E p’lo montado
Ficam marcas do seu pranto
Que se vestem como canto
No trinar dum rouxinol
Meu Alentejo
Vou deixar este meu beijo
Como marca de desejo
Dos meus olhos feitos d’água
Talvez um dia
Possa ainda a alegria
Ser maior que a nostalgia
P’ra afogar a minha mágoa
Repertório do autor com Vitorino
Trago aqui
Amarrada na garganta
A saudade que desponta
Dessa lonjura de ti
Este meu canto
Que me deixa a alma nua
Tem a dor que se insinua
Por viver longe de ti
Meu Alentejo
Quanta mágoa é desejo
P'ra deixar em cada beijo
Quando a voz se faz cantiga
E a primavera
Vai deixando sempre à espera
A papoila da quimera
Na planície mais antiga
Sobre o teu campo
Andam centos de pardais
A naufragar nos trigais
A roubar os grãos de trigo
E em cada sombra
Mora sempre um ar de festa
Que me envolve em cada sesta
E me faz sonhar contigo
Meu Alentejo
Morro sempre no teu beijo
Quando este se faz desejo
Na saudade que me invade
E o horizonte
Que se esconde atrás do monte
Adormece em cada fonte
Ao cair de cada tarde
Talvez nem saibas
A tristeza que adivinhas
Sempre que as andorinhas
Se despedem do teu sol
E p’lo montado
Ficam marcas do seu pranto
Que se vestem como canto
No trinar dum rouxinol
Meu Alentejo
Vou deixar este meu beijo
Como marca de desejo
Dos meus olhos feitos d’água
Talvez um dia
Possa ainda a alegria
Ser maior que a nostalgia
P’ra afogar a minha mágoa
Cavalo Morzelo
Vasco Telles da Gama / Jorge Ganhão
Repertório de Eduardo Falcão
Eu tenho um lindo Morzelo
De negra cor é seu pelo
E é bonito a galopar
Garboso como um sultão
Tão veloz como um trovão
Parece saber dançar
Fui com ele certo dia
À famosa romaria
Da Senhora de Alcamé
E ali junto à ermida
Numa festa bem garrida
Fez a profissão de fé
Após ser abençoado
Galopou atrás do gado
Pela lezíria do Tejo
E durante aquele dia
Descobriu com alegria
Como é lindo O Ribatejo
Hoje se não corre lebres
Não toureia ou galga sebes
Até parece que chora
E é sempre com altivez
Que mostra ser português
Meu cavalo cor de amora
Repertório de Eduardo Falcão
Eu tenho um lindo Morzelo
De negra cor é seu pelo
E é bonito a galopar
Garboso como um sultão
Tão veloz como um trovão
Parece saber dançar
Fui com ele certo dia
À famosa romaria
Da Senhora de Alcamé
E ali junto à ermida
Numa festa bem garrida
Fez a profissão de fé
Após ser abençoado
Galopou atrás do gado
Pela lezíria do Tejo
E durante aquele dia
Descobriu com alegria
Como é lindo O Ribatejo
Hoje se não corre lebres
Não toureia ou galga sebes
Até parece que chora
E é sempre com altivez
Que mostra ser português
Meu cavalo cor de amora
Ser tudo para ti
Letra e música de Tozé Brito
Repertório de Sara Paixão
Nunca pensei chegar
Tão tarde à tua vida
Sempre te procurei
Sempre andei perdida
Mas tinha por destino
0 meu lugar aqui
Ser tudo para ti
Ser tudo para ti
Agora que cheguei
Só quero estar contigo
Na festa de um abraço
Ser o teu abrigo
Esquecer malas, viagens
Pertencer aqui
Ser tudo para ti
Ser tudo para ti
Ser amor enquanto o amor durar
E mais que ser amor… saber amar
Ser sombra do teu corpo até ao fim
És tudo para mim
E agora que cheguei
Perder-me aqui
Ser tudo para ti
Ser tudo para ti
Repertório de Sara Paixão
Nunca pensei chegar
Tão tarde à tua vida
Sempre te procurei
Sempre andei perdida
Mas tinha por destino
0 meu lugar aqui
Ser tudo para ti
Ser tudo para ti
Agora que cheguei
Só quero estar contigo
Na festa de um abraço
Ser o teu abrigo
Esquecer malas, viagens
Pertencer aqui
Ser tudo para ti
Ser tudo para ti
Ser amor enquanto o amor durar
E mais que ser amor… saber amar
Ser sombra do teu corpo até ao fim
És tudo para mim
E agora que cheguei
Perder-me aqui
Ser tudo para ti
Ser tudo para ti
Prece poética
José Fernandes Castro / José António Sabrosa
Repertório de Luís Pinto
Cada vez faz mais sentido
Todo este tempo vivido
Dentro da alma do fado
Horas de amor intensivo
Mantendo vivo, bem vivo
Este sonho abençoado
Sonho que ao vir até mim
Me fez viver num jardim
De palavras com memória
Cada rima era uma flor
Cada poema, um amor
Cada fado, uma vitória
Com o passar da idade
Foi aumentando a saudade
Como a todos acontece
Com o tempo decorrido
Cada vez faz mais sentido
Cantar em forma de prece
Repertório de Luís Pinto
Cada vez faz mais sentido
Todo este tempo vivido
Dentro da alma do fado
Horas de amor intensivo
Mantendo vivo, bem vivo
Este sonho abençoado
Sonho que ao vir até mim
Me fez viver num jardim
De palavras com memória
Cada rima era uma flor
Cada poema, um amor
Cada fado, uma vitória
Com o passar da idade
Foi aumentando a saudade
Como a todos acontece
Com o tempo decorrido
Cada vez faz mais sentido
Cantar em forma de prece
Fado do calha bem
Marta Dias / António Chaínho
Repertório de Marta Dias
Calha bem
Vim aqui p’ra te dizer
Que eu sem ti não sei viver
Neste caminho apertado
Calha bem
Que o costume, afinal
É amar ao maquinal
Amar assim é pecado
Calha bem
Pensavas tu que sem mim
Viverias bem assim
Cada qual para seu lado
Calha bem
Entendeste a coisa e tal
Não vias bem afinal
Estavas algo perturbado
E agora sei
Que não vives tu sem mim
E se vives tu assim
Vivo eu mais descansada
Calha bem
Que o sentido desta vida
Tão incerta e indefinida
Acharemos lado a lado
Repertório de Marta Dias
Calha bem
Vim aqui p’ra te dizer
Que eu sem ti não sei viver
Neste caminho apertado
Calha bem
Que o costume, afinal
É amar ao maquinal
Amar assim é pecado
Calha bem
Pensavas tu que sem mim
Viverias bem assim
Cada qual para seu lado
Calha bem
Entendeste a coisa e tal
Não vias bem afinal
Estavas algo perturbado
E agora sei
Que não vives tu sem mim
E se vives tu assim
Vivo eu mais descansada
Calha bem
Que o sentido desta vida
Tão incerta e indefinida
Acharemos lado a lado
Condenação
Maria do Rosário Pedreira / Franklin Godinho
Repertório de Soraia Cardoso
Tenho na vida um dilema
Um velho amor que é algema
Corda, corrente e prisão
E não querendo retomá-lo
Não sou capaz de calá-lo
Dentro do meu coração
Presa desse amor antigo
Eu tento, mas não consigo
Entregar-me a mais ninguém
Como se as minhas memórias
Matassem todas as histórias
Do futuro que aí vem
Sei que esse amor está esgotado
Que é tudo menos sensato
Ficar à sua mercê
Mas mesmo quando o desejo
Entristeço no seu beijo
E não entendo porquê
Quem me dera um grande amor
Que enfim, levasse a melhor
Sobre esta velha prisão
Ah, como é triste esta sina
Duma paixão que termina
Mas impede outra paixão
Repertório de Soraia Cardoso
Tenho na vida um dilema
Um velho amor que é algema
Corda, corrente e prisão
E não querendo retomá-lo
Não sou capaz de calá-lo
Dentro do meu coração
Presa desse amor antigo
Eu tento, mas não consigo
Entregar-me a mais ninguém
Como se as minhas memórias
Matassem todas as histórias
Do futuro que aí vem
Sei que esse amor está esgotado
Que é tudo menos sensato
Ficar à sua mercê
Mas mesmo quando o desejo
Entristeço no seu beijo
E não entendo porquê
Quem me dera um grande amor
Que enfim, levasse a melhor
Sobre esta velha prisão
Ah, como é triste esta sina
Duma paixão que termina
Mas impede outra paixão
Fadinho do trânsito
Manuel Paião / Eduardo Damas
Repertório de Hermínia
Comprei um carro fiquei tramada
Pois passo a vida a ser multada
Pró arrumar, ando e desando
Só há lugar, ai de contrabando
Temos buracos nas avenidas
Mas as paragens estão proibidas
Amigos meus isto está mau
Só temos multas a dar com pau
Só há apitos a cada momento
E não há parques de estacionamento
Há grandes bichas e o sinaleiro
Apita, apita, o dia inteiro
Todos se esforçam por ir na frente
E às vezes chamam nomes à gente
Mas se ao meu lado eles se demoram
Eu cá respondo, eles até coram
TEXTO FALADO
Já pensaram que o dinheiro que a gente gasta em gasolina
Repertório de Hermínia
Comprei um carro fiquei tramada
Pois passo a vida a ser multada
Pró arrumar, ando e desando
Só há lugar, ai de contrabando
Temos buracos nas avenidas
Mas as paragens estão proibidas
Amigos meus isto está mau
Só temos multas a dar com pau
Só há apitos a cada momento
E não há parques de estacionamento
Há grandes bichas e o sinaleiro
Apita, apita, o dia inteiro
Todos se esforçam por ir na frente
E às vezes chamam nomes à gente
Mas se ao meu lado eles se demoram
Eu cá respondo, eles até coram
TEXTO FALADO
Já pensaram que o dinheiro que a gente gasta em gasolina
à procura de lugar pró carro dava para construir os parques
de estacionamento subterrâneos e ainda sobrava alguma
prá inauguração com umas pinguinhas?
Não há cá túneis como na estranja
Andamos todos nervos em franja
Ninguém mais pára nesta cidade
Do tempo antigo temos saudade
Mas hoje temos tanta demora
Que era melhor o carro do Chora
Ai como eu sofro co’a baralhada
Comprei um carro e estou tramada
TEXTO FALADO
Por este andar, daqui a dois anos, se a gente quiser ir jantar
Não há cá túneis como na estranja
Andamos todos nervos em franja
Ninguém mais pára nesta cidade
Do tempo antigo temos saudade
Mas hoje temos tanta demora
Que era melhor o carro do Chora
Ai como eu sofro co’a baralhada
Comprei um carro e estou tramada
TEXTO FALADO
Por este andar, daqui a dois anos, se a gente quiser ir jantar
ao Quebra-Bilhas temos de largar da Mouraria antes do almoço
para chegarmos ao Campo Grande à hora do jantar
Requiem pelo rei
Vasco Telles da Gama / Júlio Proença *fado puxavante*
Repertório de Eduardo Falcão
O rei morreu, viva o rei
Noutro tempo se diria
Eu hoje nada direi
Porque é noite neste dia
O rei que hoje morreu
Na terra nunca reinou
Reinará, talvez, no céu
Aonde Deus o chamou
Junto a Cristal, por sinal
Será feliz certamente
Enquanto o seu Portugal
Agoniza lentamente
Mas embora agonizando
Quando o príncipe expirou
Ouviu a pátria chorando
Pelo rei que não reinou
Não sinto hoje alegria
Nem jamais perdoarei
Não se dizer neste dia
Que o rei morreu, viva o rei
Repertório de Eduardo Falcão
O rei morreu, viva o rei
Noutro tempo se diria
Eu hoje nada direi
Porque é noite neste dia
O rei que hoje morreu
Na terra nunca reinou
Reinará, talvez, no céu
Aonde Deus o chamou
Junto a Cristal, por sinal
Será feliz certamente
Enquanto o seu Portugal
Agoniza lentamente
Mas embora agonizando
Quando o príncipe expirou
Ouviu a pátria chorando
Pelo rei que não reinou
Não sinto hoje alegria
Nem jamais perdoarei
Não se dizer neste dia
Que o rei morreu, viva o rei
Destino meu
José Fernandes Castro / Júlio Proença *fado laiva*
Repertório de Rogério Lourenço
Tantos caminhos
Tanta estrada percorrida
Tantos espinhos
Que dão vida à própria vida
Tanta loucura
Em nome do mesmo amor
Jura por jura
Sonho por sonho maior
Destino meu
Guiado por mão perfeita
Com a saudade à espreita
Nessa esquina que dobrei
Destino meu
Que mesmo de rumo incerto
Faz o longe ser mais perto
Faz o amor ser mais lei
Pé ante pé
Passo de passo marcado
Meu fado é
Retrato do meu passado
Assim lá vou
Cumprindo na perfeição
Esta paixão
Que a vida me destinou
Repertório de Rogério Lourenço
Tantos caminhos
Tanta estrada percorrida
Tantos espinhos
Que dão vida à própria vida
Tanta loucura
Em nome do mesmo amor
Jura por jura
Sonho por sonho maior
Destino meu
Guiado por mão perfeita
Com a saudade à espreita
Nessa esquina que dobrei
Destino meu
Que mesmo de rumo incerto
Faz o longe ser mais perto
Faz o amor ser mais lei
Pé ante pé
Passo de passo marcado
Meu fado é
Retrato do meu passado
Assim lá vou
Cumprindo na perfeição
Esta paixão
Que a vida me destinou
Ventania
Francisco Guimarães / José Fontes Rocha
Repertório de Soraia Cardoso
0 vento tem duas penas
Com elas voo sem lei
E vão voando, serenas
Onde me levam não sei
E voa a todo o momento
0 vento, se o não parar
Mas fui de pedra e o vento
0 vento não quis voar
Tornei-me folha ao relento
Que cai mais leve no chão
Vou na cadeira do vento
E agora sou de algodão
E se eu voar, mas perdida
Perdida de quem eu sou
Abro os meus braços, rendida
0 vento sopra e eu vou
Repertório de Soraia Cardoso
0 vento tem duas penas
Com elas voo sem lei
E vão voando, serenas
Onde me levam não sei
E voa a todo o momento
0 vento, se o não parar
Mas fui de pedra e o vento
0 vento não quis voar
Tornei-me folha ao relento
Que cai mais leve no chão
Vou na cadeira do vento
E agora sou de algodão
E se eu voar, mas perdida
Perdida de quem eu sou
Abro os meus braços, rendida
0 vento sopra e eu vou
Bom dia
João Fezas Vital / Jorge Ganhão
Repertório de Eduardo Falcão
Olá minha mãe, bom dia
Olá Senhora Maria
Olá minha mãe, bom dia
Até parece alegria
A alegria de te ver;
E é mesmo verdade
É orgulho e é vaidade
De saber que és mulher
Olá minha mãe, bom dia
inventa esta noite o dia
Na alegria de viver;
E se puderes, minha mãe
Inventa por mim também
A vontade de nascer
Oh Pai Nosso, Nosso Pai
Seu e meu, de tanta gente
De quem ama não faz mal
Diga-lhe mãe, por favor;
Que a gente ainda é gente
E vive a fazer amor
Por amor a Portugal
Repertório de Eduardo Falcão
Olá minha mãe, bom dia
Olá Senhora Maria
Olá minha mãe, bom dia
Até parece alegria
A alegria de te ver;
E é mesmo verdade
É orgulho e é vaidade
De saber que és mulher
Olá minha mãe, bom dia
inventa esta noite o dia
Na alegria de viver;
E se puderes, minha mãe
Inventa por mim também
A vontade de nascer
Oh Pai Nosso, Nosso Pai
Seu e meu, de tanta gente
De quem ama não faz mal
Diga-lhe mãe, por favor;
Que a gente ainda é gente
E vive a fazer amor
Por amor a Portugal
Rua da canção
Francisco Guimarães / Angelo Freire
Repertório de Sara Paixão
0 relógio marcava meia-noite
Os olhos estavam fundos de cansaço
Os passos já sem força como o vento
E o tempo a contar o seu compasso
Is correios sem cartas para dar
Parados na paragem recolhida
A vida da cidade não cantava
Mas um som ressoava na avenida
E assim descubro agora que o que muda
Não são modas, as roupas, ou estações
As coisas que atravessam o meu peito
São coisas disfarçadas de canções
De repente a paisagem que era muda
Mudou como mudava o céu estrelado
Pessoas entoavam certas modas
Não sei bem se eram samba, se eram fado
Quando a rua me deu uma canção
O meu corpo acordou subitamente
A alegria invadiu o coração
Se oiço um fado, ou um samba, é indiferente
Repertório de Sara Paixão
0 relógio marcava meia-noite
Os olhos estavam fundos de cansaço
Os passos já sem força como o vento
E o tempo a contar o seu compasso
Is correios sem cartas para dar
Parados na paragem recolhida
A vida da cidade não cantava
Mas um som ressoava na avenida
E assim descubro agora que o que muda
Não são modas, as roupas, ou estações
As coisas que atravessam o meu peito
São coisas disfarçadas de canções
De repente a paisagem que era muda
Mudou como mudava o céu estrelado
Pessoas entoavam certas modas
Não sei bem se eram samba, se eram fado
Quando a rua me deu uma canção
O meu corpo acordou subitamente
A alegria invadiu o coração
Se oiço um fado, ou um samba, é indiferente
No espelho
Telmo Pires Francisco Viana *fado Vianinha*
Repertório de Telmo Pires
Vejo o homem no espelho
Acabei de reparar
Tem brancas e rugas na cara
O tempo vê o tempo passar
Passeia p'la sua cidade
Nos caminhos que inventou
Guarda os seus amores
Nos versos que cantou
Fala do seu desencanto
E canta p’ra não mais falar
Às vezes pensa que a alma
Merece melhor sitio p’ra morar
Se pudesse fugia
Corria p'ra qualquer lado
Mas prefere estar convosco
Juntar presente e passado
Repertório de Telmo Pires
Vejo o homem no espelho
Acabei de reparar
Tem brancas e rugas na cara
O tempo vê o tempo passar
Passeia p'la sua cidade
Nos caminhos que inventou
Guarda os seus amores
Nos versos que cantou
Fala do seu desencanto
E canta p’ra não mais falar
Às vezes pensa que a alma
Merece melhor sitio p’ra morar
Se pudesse fugia
Corria p'ra qualquer lado
Mas prefere estar convosco
Juntar presente e passado
A minha alma está doente
Pedro Homem de Melo / Renato Varela *fado meia noite
Repertório de Teresa Tarouca
Poema ligeiramente adaptado
A minha alma está doente
Quiseram em vão curá-la
E quantos ingenuamente
Tentaram amortalhá-la
Fizeram cerco e no meio
De toda aquela muralha
Eu que sofria, cantava
Não me servira a mortalha
E à medida que o segredo
Vinha em meus lábios poisar-se
Embriagado, eu cantava
Não me servira o disfarce
Mas, por fim, vendo, talvez
Que nenhum remédio havia
Deram à minha surdez
O nome de poesia
Poema ligeiramente adaptado
A minha alma está doente
Quiseram em vão curá-la
E quantos ingenuamente
Tentaram amortalhá-la
Fizeram cerco e no meio
De toda aquela muralha
Eu que sofria, cantava
Não me servira a mortalha
E à medida que o segredo
Vinha em meus lábios poisar-se
Embriagado, eu cantava
Não me servira o disfarce
Mas, por fim, vendo, talvez
Que nenhum remédio havia
Deram à minha surdez
O nome de poesia
Casa velhinha
Reinaldo Moreira da Costa / João David *fado rosa*
Repertório de Valdemar Vigário
Aquela casa velhinha
Onde meu avô nasceu
Foi do meu pai, hoje é minha
E depois dum filho meu
Foi meu berço de embalar
Apesar de pequenina
Hoje é o meu doce lar
Aquela casa velhinha
Tanta alegria e tristeza
Esse lar me concedeu
Pois foi com rara nobreza
Onde o meu avô nasceu
O tempo vai decorrendo
Nessa casa pobrezinha
As vidas vão-se perdendo
Foi do meu pai, hoje é minha
Mas nela sinto alegria
De todo o encanto seu
Será minha até um dia
E depois dum filho meu
Repertório de Valdemar Vigário
Aquela casa velhinha
Onde meu avô nasceu
Foi do meu pai, hoje é minha
E depois dum filho meu
Foi meu berço de embalar
Apesar de pequenina
Hoje é o meu doce lar
Aquela casa velhinha
Tanta alegria e tristeza
Esse lar me concedeu
Pois foi com rara nobreza
Onde o meu avô nasceu
O tempo vai decorrendo
Nessa casa pobrezinha
As vidas vão-se perdendo
Foi do meu pai, hoje é minha
Mas nela sinto alegria
De todo o encanto seu
Será minha até um dia
E depois dum filho meu
Fado preto
Marta Dias / António Chaínho
Repertório de Marta Dias
Preto, preto, preto, preto como a noite
Como o fim do mundo, preto sem igual
Preto sem tristeza, preto sem distância
Preto na certeza da preta esperança
Negro é fácil
É palavra de poeta
Negro é xaile da fadista
Quando canta
Mas preto, preto, preto é de verdade
Preto de criança, preto de saudade
Preto é que é da terra, preto é quem sabe
Preto, preto, preto de voz e vontade
Terra longe, mar salgado
Vida dura, condição
Busca a sorte na desgraça
Busca amor na solidão
Repertório de Marta Dias
Preto, preto, preto, preto como a noite
Como o fim do mundo, preto sem igual
Preto sem tristeza, preto sem distância
Preto na certeza da preta esperança
Negro é fácil
É palavra de poeta
Negro é xaile da fadista
Quando canta
Mas preto, preto, preto é de verdade
Preto de criança, preto de saudade
Preto é que é da terra, preto é quem sabe
Preto, preto, preto de voz e vontade
Terra longe, mar salgado
Vida dura, condição
Busca a sorte na desgraça
Busca amor na solidão
Foi por ti que eu voltei
João Fezas Vital / Franklim Godinho
Repertório de Sara Paixão
Foi por ti que atravessei
Vinda de longe, de longe
Terras de sol e de vento
Foi por ti, mas já não sei
Se tu és ontem se és hoje
Ou apenas sofrimento
Fui ao mar, morri no mar
Levada pelo desejo
De te saber marinheiro
E viver no teu olhar
Fechado num longo beijo
0 que fosse derradeiro
Voltei louca de aventura
Na minha boca fechada
Os teus dedos foram frio
Foi por ti que eu voltei
Vinda de longe, do nada
P'ra sentir este vazio
Repertório de Sara Paixão
Foi por ti que atravessei
Vinda de longe, de longe
Terras de sol e de vento
Foi por ti, mas já não sei
Se tu és ontem se és hoje
Ou apenas sofrimento
Fui ao mar, morri no mar
Levada pelo desejo
De te saber marinheiro
E viver no teu olhar
Fechado num longo beijo
0 que fosse derradeiro
Voltei louca de aventura
Na minha boca fechada
Os teus dedos foram frio
Foi por ti que eu voltei
Vinda de longe, do nada
P'ra sentir este vazio
Bate coração
Letra e música de José Gonçalez
Repertório do autor
Meu Deus, ao teu altar venho pedir
Um mundo mais feliz com mais amor
Meu Deus, quero motivos p’ra sorrir
Quero pintar a vida com mais cor
Meu Deus, quero sentir a tua luz
No sol que lá do alto nos aquece
Que seja a tua mão que me conduz
No meu caminho, na minha prece
Ai bate, bate coração
Bate a compasso
Que estou contente
Ai bate, bate coração
Marca o teu passo
Vamos em frente;
Ai ouve amigo o coração
Que o coração é quem nos diz
Que a vida pode ser uma canção
Uma canção e ser feliz
As rosas que encontrarmos no caminho
Não tenham mais os espinhos da tristeza
Meus Deus, que o teu amor de pão e vinho
Nos alimente a alma de beleza
Meu Deus, que saiba ter o meu irmão
Um grito de esperança e de bondade
Que possa cada um de mão na mão
Espalhar amor pela cidade
Repertório do autor
Meu Deus, ao teu altar venho pedir
Um mundo mais feliz com mais amor
Meu Deus, quero motivos p’ra sorrir
Quero pintar a vida com mais cor
Meu Deus, quero sentir a tua luz
No sol que lá do alto nos aquece
Que seja a tua mão que me conduz
No meu caminho, na minha prece
Ai bate, bate coração
Bate a compasso
Que estou contente
Ai bate, bate coração
Marca o teu passo
Vamos em frente;
Ai ouve amigo o coração
Que o coração é quem nos diz
Que a vida pode ser uma canção
Uma canção e ser feliz
As rosas que encontrarmos no caminho
Não tenham mais os espinhos da tristeza
Meus Deus, que o teu amor de pão e vinho
Nos alimente a alma de beleza
Meu Deus, que saiba ter o meu irmão
Um grito de esperança e de bondade
Que possa cada um de mão na mão
Espalhar amor pela cidade
Estrelas sem fulgor
João Fezas Vital / José Lopes *fado Lopes*
Repertório de Sara Paixão
Foste à mesa onde eu estava
Com tanta, tanta gente
Pedir-me se eu te cantava
Os fados de antigamente
Levantei-me e fui cantar
Recordando o nosso amor
Falei de campos e de mar
E de estrelas sem fulgor
Recordei aquele dia
Que p’ra nos foi tão dif’rente
Perto do céu não havia
Nem resto de sol poente
Quando acabei de cantar
E cerraste os olhos teus
Também eu, por te olhar
A chorar fechei os meus
Repertório de Sara Paixão
Foste à mesa onde eu estava
Com tanta, tanta gente
Pedir-me se eu te cantava
Os fados de antigamente
Levantei-me e fui cantar
Recordando o nosso amor
Falei de campos e de mar
E de estrelas sem fulgor
Recordei aquele dia
Que p’ra nos foi tão dif’rente
Perto do céu não havia
Nem resto de sol poente
Quando acabei de cantar
E cerraste os olhos teus
Também eu, por te olhar
A chorar fechei os meus
Fadinho simples
Marta Dias / António Chaínho
Repertório de Marta Dias
Do pôr-do-sol nasce a lua
Da lua a madrugada
Do coração nasce a vida
Decidida e descuidada
Infatigável soldado
Sempre em busca da batalha
Bem te quero e mal me fazes
Não há súplica que me valha
Anda cá, onde vais
Tu vais ver ai, que cais
Coração, deixa ver
Quanto dar, que fazer
Anda cá, vem mostrar
Como é, como sabe bem amar
Basta de seguir teus ais
Cego músculo insensato
Não te quero ouvir mais
Com solidão te maltrato
Se ele se cala e eu morro
Perdida a meio da estrada
Sem um calorzinho ou consolo
Sem um coração somos nada
Repertório de Marta Dias
Do pôr-do-sol nasce a lua
Da lua a madrugada
Do coração nasce a vida
Decidida e descuidada
Infatigável soldado
Sempre em busca da batalha
Bem te quero e mal me fazes
Não há súplica que me valha
Anda cá, onde vais
Tu vais ver ai, que cais
Coração, deixa ver
Quanto dar, que fazer
Anda cá, vem mostrar
Como é, como sabe bem amar
Basta de seguir teus ais
Cego músculo insensato
Não te quero ouvir mais
Com solidão te maltrato
Se ele se cala e eu morro
Perdida a meio da estrada
Sem um calorzinho ou consolo
Sem um coração somos nada
Caminho
Letra e música de José Gonçalez
Repertório de José Gonçalez com Gonçalo Salgueiro
Não chores se te entregam numa cruz
E cravam negras lanças no teu peito
Às vezes sobre as trevas faz-se luz
E surge outro caminho mais perfeito
Não digas a ninguém, que andas triste
Nem deixes que te vejam transparente
Há sempre urna andorinha que resiste
E nenhuma tempestade é permanente
Não deixes cair esses teus braços
No vertical alinhamento do desgosto
Põe outra vontade nos teus passos
E carrega de sorrisos o teu rosto
Não julgues ser maior que a tua fé
A tenebrosa visão da alegria
Se tiveres que morrer, morre de pé
Resistindo ais temporais de cada dia
Repertório de José Gonçalez com Gonçalo Salgueiro
Não chores se te entregam numa cruz
E cravam negras lanças no teu peito
Às vezes sobre as trevas faz-se luz
E surge outro caminho mais perfeito
Não digas a ninguém, que andas triste
Nem deixes que te vejam transparente
Há sempre urna andorinha que resiste
E nenhuma tempestade é permanente
Não deixes cair esses teus braços
No vertical alinhamento do desgosto
Põe outra vontade nos teus passos
E carrega de sorrisos o teu rosto
Não julgues ser maior que a tua fé
A tenebrosa visão da alegria
Se tiveres que morrer, morre de pé
Resistindo ais temporais de cada dia
Sem querer fugir de mim
Pedro Fernandes Martins / Francisco Viana *fado vianinha*
Repertório de Soraia Cardoso
Sou raiz que abraça a terra
Do chão que descalça, piso
Sou a paz dentro da guerra
Que me arranca um sorriso
Chama ardente que crepita
Na noite dos meus anseios
Estrada errante, infinita
Que percorro sem receios
Sou o rio que naufraga
No mar imenso da vida
E a vontade que se apaga
Por não ser compreendida
Vento em fúria que procura
Um lugar p’ra não soprar
Sou o corpo em que a ternura
Espera sempre repousar
Se temo ser como sou
Mas não sei, não ser assim
Sou o que o fado traçou
Sem querer fugir de mim
Repertório de Soraia Cardoso
Sou raiz que abraça a terra
Do chão que descalça, piso
Sou a paz dentro da guerra
Que me arranca um sorriso
Chama ardente que crepita
Na noite dos meus anseios
Estrada errante, infinita
Que percorro sem receios
Sou o rio que naufraga
No mar imenso da vida
E a vontade que se apaga
Por não ser compreendida
Vento em fúria que procura
Um lugar p’ra não soprar
Sou o corpo em que a ternura
Espera sempre repousar
Se temo ser como sou
Mas não sei, não ser assim
Sou o que o fado traçou
Sem querer fugir de mim
Fado tão bom
Marta Dias / António Chaínho
Repertório de Marta Dias
Vou estar contigo amanhã
Não sei ainda o que fazer
Quando chegares ao pé de mim
Não vou saber o que dizer
Se chegas perto desfaleço
Se vais p’ra longe desespero
Meu Deus, eu não me reconheço
Nem acredito que mereço
Tudo aquilo que mais quero
Um passo atrás e dois à frente
Repertório de Marta Dias
Vou estar contigo amanhã
Não sei ainda o que fazer
Quando chegares ao pé de mim
Não vou saber o que dizer
Se chegas perto desfaleço
Se vais p’ra longe desespero
Meu Deus, eu não me reconheço
Nem acredito que mereço
Tudo aquilo que mais quero
Um passo atrás e dois à frente
Tão bom
Quase verão e está mais quente
Quase verão e está mais quente
Ah tão bom
E o que eu quero é estar contigo
Um passo atrás e dois à frente
Está quase e não digo
Vou ver-te outra vez amanhã
E eu nem consigo acreditar
Tu mesmo aqui ao pé de mim
E eu tentando disfarçar
Chegaste perto e eu derreti
Foste p’ra longe e eu não consigo
Meu Deus, eu sei que prometi
Mas estar todo um dia sem ti
É tortura e mau castigo
E o que eu quero é estar contigo
Um passo atrás e dois à frente
Está quase e não digo
Vou ver-te outra vez amanhã
E eu nem consigo acreditar
Tu mesmo aqui ao pé de mim
E eu tentando disfarçar
Chegaste perto e eu derreti
Foste p’ra longe e eu não consigo
Meu Deus, eu sei que prometi
Mas estar todo um dia sem ti
É tortura e mau castigo
Sem medo
Maria do Rosário Pedreira / Carlos da Maia*fado perseguição*
Repertório de Soraia Cardoso
Se numa hora qualquer
Achares que não sou mulher
Para viver ao teu lado
Mais vale que o digas logo
Antes que eu acenda o fogo
Que tu queres ver apagado
Nenhum amor é eterno
E nem eu própria, governo
0 que por ti sinto agora
Só não quero que alimentes
Um amor que já não sentes
E depois te vás embora
Se numa hora como esta
Achares que se acaba a festa
Que eu faço da nossa vida
Não guardes disso segredo
Vais ver que não tenho medo
De enfrentar a despedida
Sobretudo não me mintas
Que eu detesto meias-tintas
Prefiro o luto à ilusão
Castigo é ter só metade
De quem não fala verdade
Nem sabe dizer que não
Repertório de Soraia Cardoso
Se numa hora qualquer
Achares que não sou mulher
Para viver ao teu lado
Mais vale que o digas logo
Antes que eu acenda o fogo
Que tu queres ver apagado
Nenhum amor é eterno
E nem eu própria, governo
0 que por ti sinto agora
Só não quero que alimentes
Um amor que já não sentes
E depois te vás embora
Se numa hora como esta
Achares que se acaba a festa
Que eu faço da nossa vida
Não guardes disso segredo
Vais ver que não tenho medo
De enfrentar a despedida
Sobretudo não me mintas
Que eu detesto meias-tintas
Prefiro o luto à ilusão
Castigo é ter só metade
De quem não fala verdade
Nem sabe dizer que não
Praia da solidão
António Vasco Moraes / Fontes Rocha *fado isabel*
Repertório de António Vasco Moraes
À deriva abandonada
Como gaivota perdida
É assim a minha amada
Repertório de António Vasco Moraes
À deriva abandonada
Como gaivota perdida
É assim a minha amada
Tão longe da minha vida
Nem sequer sabe a razão
Porque voa rumo ao Sul
Deixou o meu coração
Buscando um céu mais azul
Longe foi, já se perdeu
Espera agora a sua sorte
Já não é azul o céu
Já não sabe onde é o Norte
Na praia d'onde partiu
Levantou-se um vendaval
Fica a sombra de um navio
Atracado ao areal
Nessa praia abandonada
Enterro o meu coração
Sou uma canoa quebrada
P'las ondas da solidão
Nem sequer sabe a razão
Porque voa rumo ao Sul
Deixou o meu coração
Buscando um céu mais azul
Longe foi, já se perdeu
Espera agora a sua sorte
Já não é azul o céu
Já não sabe onde é o Norte
Na praia d'onde partiu
Levantou-se um vendaval
Fica a sombra de um navio
Atracado ao areal
Nessa praia abandonada
Enterro o meu coração
Sou uma canoa quebrada
P'las ondas da solidão
Conversa de poetas
Francisco Guimarães / Filipe Pinto *fado vadio*
Repertório de José Geadas
Há poemas hoje em dia
Que não querem dizer nada
Não encaixam na harmonia
Fica a rima mal cantada
0 poeta do passado
Quer rimar com coração
Viva a forma aprisionado
Num só fado e à tradição
Mas há espaço p'ra tudo
Cada verso, é uma porta
Sem poetas era mudo
A palavra é o que importa
Q Ary cantando abril
A Sophia, a liberdade
Leio Adília em versos mil
Vejo em todos a verdade
E eu digo de memória
Sem julgar e admirado
Cada um na sua história
Deu a história ao nosso fado
Repertório de José Geadas
Há poemas hoje em dia
Que não querem dizer nada
Não encaixam na harmonia
Fica a rima mal cantada
0 poeta do passado
Quer rimar com coração
Viva a forma aprisionado
Num só fado e à tradição
Mas há espaço p'ra tudo
Cada verso, é uma porta
Sem poetas era mudo
A palavra é o que importa
Q Ary cantando abril
A Sophia, a liberdade
Leio Adília em versos mil
Vejo em todos a verdade
E eu digo de memória
Sem julgar e admirado
Cada um na sua história
Deu a história ao nosso fado
Fado das cores
António Tinoco / José Campos e Sousa
Repertório de José Campos e Sousa
Naquelas ruas por onde
A cidade mais se esconde
Como que envolve os encantos
Dos dias de romaria
Das Senhoras da Agonia
Que secam os nossos prantos
E nas flores d'uma sacada
Na roupa branca lavada
É que a alma se nos prende
E num simples candeeiro
É a luz do mundo inteiro
Que em nossa alma se acende
Uma cidade sem tempo
Pintada como um lamento
Sobre o mar de uma janela
Desabrochou em amores
Ficou guardada nas cores
A cantar numa aguarela
Repertório de José Campos e Sousa
Naquelas ruas por onde
A cidade mais se esconde
Como que envolve os encantos
Dos dias de romaria
Das Senhoras da Agonia
Que secam os nossos prantos
E nas flores d'uma sacada
Na roupa branca lavada
É que a alma se nos prende
E num simples candeeiro
É a luz do mundo inteiro
Que em nossa alma se acende
Uma cidade sem tempo
Pintada como um lamento
Sobre o mar de uma janela
Desabrochou em amores
Ficou guardada nas cores
A cantar numa aguarela
Quadras soltas
Amália / Ricardo Borges Sousa *fado da Idanha*
Repertório de Soraia Cardoso
Joguei às cinco pedrinhas
Perdi todas as jogadas
Quando vi que tu não vinhas
Pedrinhas eram pedradas
Tenho um lindo namorado
Que me ama perdidamente
Tem um defeito, coitado
Ama assim a toda a gente
Quem o seu amor perdeu
E não queria ter perdido
Anda a chorar como eu
Que trago o meu no sentido
Papoila grito de cor
Tanto trigo te quer bem
Mais quero eu ao meu amor
Amor que amor não me tem
Repertório de Soraia Cardoso
Joguei às cinco pedrinhas
Perdi todas as jogadas
Quando vi que tu não vinhas
Pedrinhas eram pedradas
Tenho um lindo namorado
Que me ama perdidamente
Tem um defeito, coitado
Ama assim a toda a gente
Quem o seu amor perdeu
E não queria ter perdido
Anda a chorar como eu
Que trago o meu no sentido
Papoila grito de cor
Tanto trigo te quer bem
Mais quero eu ao meu amor
Amor que amor não me tem
Saudades de Lisboa
António Vasco Moraes / Jaime Santos *fado salvaterra*
Repertório de António Vasco Moraes
Passa por mim a saudade
Mas não lhe dou confiança
Quero voltar à cidade
Que não me sai da lembrança
Cheira a castanhas e a mar
Cidade que ontem não vi
Já nem consigo lembrar
O lugar onde nasci
Tenho pressa de chegar
E poder ver teus encantos
Quero no Tejo afogar
As amarguras e os prantos
Lisboa, sete colinas
Mil cheiros, tantas idades
Já vejo tuas varinas
E continuo com saudades
Repertório de António Vasco Moraes
Passa por mim a saudade
Mas não lhe dou confiança
Quero voltar à cidade
Que não me sai da lembrança
Cheira a castanhas e a mar
Cidade que ontem não vi
Já nem consigo lembrar
O lugar onde nasci
Tenho pressa de chegar
E poder ver teus encantos
Quero no Tejo afogar
As amarguras e os prantos
Lisboa, sete colinas
Mil cheiros, tantas idades
Já vejo tuas varinas
E continuo com saudades
Fado Chopin
Rodrigo Emílio / José Campos Sousa
Repertório de José Campos Sousa
Por não ter onde me acoite
Nem ninguém que olhe por mim
Vou andar de noite em noite
Até ao fim do meu fim
Toca baixinho, um noturno
Meu amor, um de Chopin
Enquanto durmo e não durmo
E a manhã não é de manhã
Quis a noite aliciar-me
Com dedos de sombra e luz
Tomei por sinal de alarme
O próprio sinal da cruz
Sempre que à noite te cruzes
Comigo, no patamar
Apaga todas as luzes
Expecto as do teu olhar
Não pode ser senão teu
O perfil mais que perfeito
Que esta noite se acendeu
No peitoril do meu peito
Repertório de José Campos Sousa
Por não ter onde me acoite
Nem ninguém que olhe por mim
Vou andar de noite em noite
Até ao fim do meu fim
Toca baixinho, um noturno
Meu amor, um de Chopin
Enquanto durmo e não durmo
E a manhã não é de manhã
Quis a noite aliciar-me
Com dedos de sombra e luz
Tomei por sinal de alarme
O próprio sinal da cruz
Sempre que à noite te cruzes
Comigo, no patamar
Apaga todas as luzes
Expecto as do teu olhar
Não pode ser senão teu
O perfil mais que perfeito
Que esta noite se acendeu
No peitoril do meu peito
Dona de mim
Tiago Torres da Silva / Francisco José Marques *fado zé negro*
Repertório de Soraia Cardoso
Tenho um olhar indeciso
Vivo sempre entre um sorriso
E uma lágrima triste
Mesmo quando estou feliz
Sinto que está por um triz
A dor mais forte que existe
Sinto ser dona do mundo
Mas depois passa um segundo
E já nem de mim sou dona
Uma folha pelo ar
Que só anseia voar
Quando o vento a abandona
Rio por tudo e por nada
Mas tenho uma gargalhada
De quem chora quando ri
E nestas contradições
Vou tomando as decisões
De que já me arrependi
Repertório de Soraia Cardoso
Tenho um olhar indeciso
Vivo sempre entre um sorriso
E uma lágrima triste
Mesmo quando estou feliz
Sinto que está por um triz
A dor mais forte que existe
Sinto ser dona do mundo
Mas depois passa um segundo
E já nem de mim sou dona
Uma folha pelo ar
Que só anseia voar
Quando o vento a abandona
Rio por tudo e por nada
Mas tenho uma gargalhada
De quem chora quando ri
E nestas contradições
Vou tomando as decisões
De que já me arrependi
Berta Cardoso
Soneto de Armando Neves
Tributo
Há por acaso alguém que ainda não teve
O prazer de a ouvir, na lusa terra
Dolorosa cantar a "Cruz de Guerra"
Ou amorável, a Canção da Neve?
A sua linda voz não se descreve
Sua garganta é escrínio que a descerra
Sentimental aroma a que se aferra
Carinhosa expressão, dúlcida e leve
Por que não canta ainda a nossa Berta
Porque fugiu do êxito alcançado?
Volte ao seu posto a "sentinela alerta"
Torne a brilhar a estrela do passado;
Que a Berta seja, nesta hora incerta
A porta aberta para o céu do "Fado"
Há por acaso alguém que ainda não teve
O prazer de a ouvir, na lusa terra
Dolorosa cantar a "Cruz de Guerra"
Ou amorável, a Canção da Neve?
A sua linda voz não se descreve
Sua garganta é escrínio que a descerra
Sentimental aroma a que se aferra
Carinhosa expressão, dúlcida e leve
Por que não canta ainda a nossa Berta
Porque fugiu do êxito alcançado?
Volte ao seu posto a "sentinela alerta"
Torne a brilhar a estrela do passado;
Que a Berta seja, nesta hora incerta
A porta aberta para o céu do "Fado"
Rosa peixeira
Fernando Farinha / Alberto Correia
Repertório de Fernando Farinha
Lá vai a Rosa peixeira, p’rá Ribeira
De canastrinha à cabeça
Manhãzinha, e o bater da chinelinha
Diz que a Rosa vai com pressa
Leva a canastra vazia
Mas o peito a transbordar
De alegrias e desejos
Do seu amor encontrar
Que vem da faina do mar
Encher-lhe a cara de beijos
Rosinha, sempre airosa, sempre fresca
Sonhaste na tua lua de mel
Não viste que o amor é como a pesca
E foste nas redes do teu Manel
Já se vê o Atalaia, e junto à praia
A Rosinha entre os demais
Dá um grito p’ró Manel, que do barquito
Sorri por vê-la no cais
A Rosa sorri contente
E o Atalaia atracou
Carregado de sardinha
E o Manel sorri também
Porque a melhor que lá vem
Está guardada p’rá Rosinha
Repertório de Fernando Farinha
Lá vai a Rosa peixeira, p’rá Ribeira
De canastrinha à cabeça
Manhãzinha, e o bater da chinelinha
Diz que a Rosa vai com pressa
Leva a canastra vazia
Mas o peito a transbordar
De alegrias e desejos
Do seu amor encontrar
Que vem da faina do mar
Encher-lhe a cara de beijos
Rosinha, sempre airosa, sempre fresca
Sonhaste na tua lua de mel
Não viste que o amor é como a pesca
E foste nas redes do teu Manel
Já se vê o Atalaia, e junto à praia
A Rosinha entre os demais
Dá um grito p’ró Manel, que do barquito
Sorri por vê-la no cais
A Rosa sorri contente
E o Atalaia atracou
Carregado de sardinha
E o Manel sorri também
Porque a melhor que lá vem
Está guardada p’rá Rosinha
Abrir mão
José Fernandes Castro / Fontes Rocha *fado isabel*
Repertório de Henrique Ramos (ao vivo)
Abro mão de quase tudo
Que por amor construí
Mas não abro mão de ti
Meu sonho secreto e mudo
Abro mão da luz da lua
Que tanto luar me deu
Fazendo com que o teu céu
Fosse o céu da minha rua
Abro mão da melodia
Com que vesti o meu canto
Abro mão até, do espanto
Com que leio poesia
A vida que não escolhi
Nada deu de mão beijada
E não abro mão de ti
Porque sem ti não sou nada
Repertório de Henrique Ramos (ao vivo)
Abro mão de quase tudo
Que por amor construí
Mas não abro mão de ti
Meu sonho secreto e mudo
Abro mão da luz da lua
Que tanto luar me deu
Fazendo com que o teu céu
Fosse o céu da minha rua
Abro mão da melodia
Com que vesti o meu canto
Abro mão até, do espanto
Com que leio poesia
A vida que não escolhi
Nada deu de mão beijada
E não abro mão de ti
Porque sem ti não sou nada
Mané Chiné
Popular / Arranjos de Jorge Costa Pinto
Repertório de Amália
Se os meus tristes ais voassem
Ó Mané Chiné
Daria mil por cada hora
Vá di banda, di banda, é que é
Vá di banda, ó Mané Chiné
Iriam bater no peito
Ó Mané Chiné
De quem me lembrou agora
Vá di banda, di banda, é que é
Vá di banda, ó Mané Chiné
Anda cá, meu preto, preto
Ó Mané Chiné
Meu queimadinho do sol
Vá di banda, di banda, é que é
Vá di banda, ó Mané Chiné
Quanto mais preto, mais firme
Ó Mané Chiné
Quanto mais firme, melhor
Vá di banda, di banda, é que é
Vá di banda, ó Mané Chiné
Repertório de Amália
Se os meus tristes ais voassem
Ó Mané Chiné
Daria mil por cada hora
Vá di banda, di banda, é que é
Vá di banda, ó Mané Chiné
Iriam bater no peito
Ó Mané Chiné
De quem me lembrou agora
Vá di banda, di banda, é que é
Vá di banda, ó Mané Chiné
Anda cá, meu preto, preto
Ó Mané Chiné
Meu queimadinho do sol
Vá di banda, di banda, é que é
Vá di banda, ó Mané Chiné
Quanto mais preto, mais firme
Ó Mané Chiné
Quanto mais firme, melhor
Vá di banda, di banda, é que é
Vá di banda, ó Mané Chiné
Cidade jovem
José Fernandes Castro / Miguel Ramos *fado margarida*
Repertório de Alfredo Almeida (ao vivo)
Enquanto eu envelheço na cidade
Onde nasci, cresci e me fiz homem
A cidade mantém a mesma idade
Parece até que as dores não a consomem
Cada vez mais esbelta, mais airosa
Mais senhora de si, mais companheira
Esta cidade-mulher, poema-prosa
Mantém a sua alma de tripeira
Enquanto eu envelheço lentamente
A cidade que eu amo é sempre nova
Cidade que será eternamente
O mote mais sublime duma trova
Trova que cantarei enquanto possa
Trova que quero ver engrandecida
Esta cidade é tão minha, quanto vossa
Esta cidade é sol dentro da vida
Repertório de Alfredo Almeida (ao vivo)
Enquanto eu envelheço na cidade
Onde nasci, cresci e me fiz homem
A cidade mantém a mesma idade
Parece até que as dores não a consomem
Cada vez mais esbelta, mais airosa
Mais senhora de si, mais companheira
Esta cidade-mulher, poema-prosa
Mantém a sua alma de tripeira
Enquanto eu envelheço lentamente
A cidade que eu amo é sempre nova
Cidade que será eternamente
O mote mais sublime duma trova
Trova que cantarei enquanto possa
Trova que quero ver engrandecida
Esta cidade é tão minha, quanto vossa
Esta cidade é sol dentro da vida
Malmequer desfolhado
António de Bragança / Francisco Viana
Repertório de Teresa Tarouca
Um malmequer desfolhei
Nunca tal tivesse feito
Não sabia o que já sei
Tinha-te ainda no peito
P’ra saber s’inda era meu
O homem que eu tanto amei
Com os olhas fitos no céu
Um malmequer desfolhei
E da flor fui arrancando
Esperanças que fora deito
E agora eu estou chorando
Nunca tal tivesse feito
Julgando ter-te na vida
E seres p’ra mim minha lei
Passava o tempo iludida
Não sabia o que já sei
Sonhava meu coração
E agora sonho desfeito
Vivendo da ilusão
Tinha-te ainda no peito
Repertório de Teresa Tarouca
Um malmequer desfolhei
Nunca tal tivesse feito
Não sabia o que já sei
Tinha-te ainda no peito
P’ra saber s’inda era meu
O homem que eu tanto amei
Com os olhas fitos no céu
Um malmequer desfolhei
E da flor fui arrancando
Esperanças que fora deito
E agora eu estou chorando
Nunca tal tivesse feito
Julgando ter-te na vida
E seres p’ra mim minha lei
Passava o tempo iludida
Não sabia o que já sei
Sonhava meu coração
E agora sonho desfeito
Vivendo da ilusão
Tinha-te ainda no peito
Espero a vida a cantar
*Espero a morte a cantar*
Francisco Pessoa / Joaquim Campos *fado amora*Repertório de Teresa Tarouca
Nesse teu olhar magoado
Vejo a cor dos olhos meus
Tem a dor um tom pisado
Que é o tom dos olhos teus
Sofro a dor por te querer
Esquecendo que te perdi
Mas um dia quis te ver
E louca d’amor fugi
Nos meus olhos vive ainda
Saudades do olhar teu
No meu peito vive infinda
Essa dor que em ti viveu
Hoje canto de amargura
Já cansada de te amar
E vencida p’la tortura
Eu espero a morte a cantar
Pergunta
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Se não fazes fé em mim
Se te atormentam descrenças
Faz perguntas porque assim
Pode ser que te convenças
Pergunta ao meu pensamento
Se alguma vez te esqueci
Dirá que nem um momento
Deixei de pensar em ti
Pergunta aos meus olhos s’eles
Olharam p’ra mais alguém
Eu sei que a resposta deles
É com certeza: ninguém
Pergunta ao meu coração
Se pulsou com liberdade
Há-de responder que não
Pois só bateu de saudade
Só à minha voz não vale
Fazer perguntas, que eu sei
Que dirá sempre que fale
Gostei, gosto e gostarei
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Se não fazes fé em mim
Se te atormentam descrenças
Faz perguntas porque assim
Pode ser que te convenças
Pergunta ao meu pensamento
Se alguma vez te esqueci
Dirá que nem um momento
Deixei de pensar em ti
Pergunta aos meus olhos s’eles
Olharam p’ra mais alguém
Eu sei que a resposta deles
É com certeza: ninguém
Pergunta ao meu coração
Se pulsou com liberdade
Há-de responder que não
Pois só bateu de saudade
Só à minha voz não vale
Fazer perguntas, que eu sei
Que dirá sempre que fale
Gostei, gosto e gostarei
Tarde p’ra voltar
Ricardo Maria Louro / José António Sabrosa
Repertório de Mónica Jesus
Era tarde, eu não sabia
Se tornarias a chegar
Pois há muito que não via
O teu corpo a passar
Era tarde, eu já sentia
Que tudo iria terminar
De nós dois tudo perdia
Era tarde p’ra voltar
Era tarde p’ra falar
Minha voz, silêncio é pranto
Doravante p’ra te amar
Só nos versos que não canto
Só ficou a ilusão
Que foste um dia ao chegar
Deixa em paz meu coração
Porque é tarde p’ra voltar
E em cada madrugada
Já não dói o teu desdém
Se eu p'ra ti não fui nada
Tu p’ra mim não és ninguém
Repertório de Mónica Jesus
Era tarde, eu não sabia
Se tornarias a chegar
Pois há muito que não via
O teu corpo a passar
Era tarde, eu já sentia
Que tudo iria terminar
De nós dois tudo perdia
Era tarde p’ra voltar
Era tarde p’ra falar
Minha voz, silêncio é pranto
Doravante p’ra te amar
Só nos versos que não canto
Só ficou a ilusão
Que foste um dia ao chegar
Deixa em paz meu coração
Porque é tarde p’ra voltar
E em cada madrugada
Já não dói o teu desdém
Se eu p'ra ti não fui nada
Tu p’ra mim não és ninguém
Lisboa e o fado
Mário Rainho / Fontes Rocha
Repertório de Tânia Oleiro
Dizem que Lisboa agora
Vive em estado de pecado
Pois a cidade namora
Com um velho chamado fado
Dou a quem fala um conselho
Deixem-na andar à toa
Com aquele a quem chamam velho
E é mais novo que Lisboa
Namorou sem leis
Esta Lisboa velhinha
Com Duques, Condes e Reis
Na muralha Fernandina;
Mas p’ró que lhe deu
Cair d'amores e agrado
Na cantiga dum plebeu
Um tipo chamado Fado
Idades, o amor não escolhe
É assim que diz o povo
Lisboa, os ombros, encolhe
Por ter um homem mais novo
E desde que o conheceu
Vai com ele p’ra todo lado
Foi amor que aconteceu
Entre Lisboa e o Fado
Repertório de Tânia Oleiro
Dizem que Lisboa agora
Vive em estado de pecado
Pois a cidade namora
Com um velho chamado fado
Dou a quem fala um conselho
Deixem-na andar à toa
Com aquele a quem chamam velho
E é mais novo que Lisboa
Namorou sem leis
Esta Lisboa velhinha
Com Duques, Condes e Reis
Na muralha Fernandina;
Mas p’ró que lhe deu
Cair d'amores e agrado
Na cantiga dum plebeu
Um tipo chamado Fado
Idades, o amor não escolhe
É assim que diz o povo
Lisboa, os ombros, encolhe
Por ter um homem mais novo
E desde que o conheceu
Vai com ele p’ra todo lado
Foi amor que aconteceu
Entre Lisboa e o Fado
Canto p’ra não sofrer
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Meu amor tu não me digas
Que consegues decifrar
O reverso das cantigas
Que eu canto p’ra não chorar
Cada rima é um anseio
Cada verso uma agonia
Ó meu amor eu não creio
Que entendas tal poesia
Fecho os meus olhos e faço
Por ver um pouco de mim
Canto os meus fados e passo
A sofrer menos assim
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Meu amor tu não me digas
Que consegues decifrar
O reverso das cantigas
Que eu canto p’ra não chorar
Cada rima é um anseio
Cada verso uma agonia
Ó meu amor eu não creio
Que entendas tal poesia
Fecho os meus olhos e faço
Por ver um pouco de mim
Canto os meus fados e passo
A sofrer menos assim
Porta fechada
Letra e música de Amadeu Diniz da Fonseca
Repertório de Maria João Quadros
Quando uma porta se fecha
E deixa, sozinho
Um grande amor já vivido
Perdido, pelo caminho
Tudo ao redor desmorona
Tudo parece ruir
Quanta lágrima sentida
Acaba por cair
Ó meu amor
Nunca te esqueças de mim
O meu coração esmorece
Padece, longe de ti
Quando uma porta se fecha
E deixa um lamento
É tão grande o sofrimento
Que não cala a amargura
Mas se o tempo retoma
De novo, a hora perdida
Parece então que floresce
Amanhece de novo a vida
Repertório de Maria João Quadros
Quando uma porta se fecha
E deixa, sozinho
Um grande amor já vivido
Perdido, pelo caminho
Tudo ao redor desmorona
Tudo parece ruir
Quanta lágrima sentida
Acaba por cair
Ó meu amor
Nunca te esqueças de mim
O meu coração esmorece
Padece, longe de ti
Quando uma porta se fecha
E deixa um lamento
É tão grande o sofrimento
Que não cala a amargura
Mas se o tempo retoma
De novo, a hora perdida
Parece então que floresce
Amanhece de novo a vida
Noite sem fim
Jorge Rosa / Fontes Rocha *fado isabel*
Repertório de António Mourão
Eras minha e por seres minha
Quanto feliz era eu
Queria tudo e tudo tinha
O mundo inteiro era meu
Mas no dia em que mudaste
A minha vida mudou
O bem em mal transformaste
Agora já nada sou
Sou menos que grão de areia
Perdido num areal
Folha que o vento volteia
Em dia de vendaval
Eu sou a noite sem fim
Que não espera a madrugada
O que fizeste de mim
Que era tudo e não sou nada
Eras minha e por seres minha
Quanto feliz era eu
Queria tudo e tudo tinha
O mundo inteiro era meu
Mas no dia em que mudaste
A minha vida mudou
O bem em mal transformaste
Agora já nada sou
Sou menos que grão de areia
Perdido num areal
Folha que o vento volteia
Em dia de vendaval
Eu sou a noite sem fim
Que não espera a madrugada
O que fizeste de mim
Que era tudo e não sou nada
Sou feliz
José Neto / Frederico de Brito *fado britinho*
Repertório de Maria Teresa de Noronha
Meu amor, olha pró mar
Para veres a cor dos olhos
Que ao nasceres, Deus te deu
Olha bem longe e verás
Como ao longe se confundem
As cores do mar e do céu
Ó meu pobre coração
Onde tudo é escuridão
Só tem brilho um olhar teu
Gostava de ser ceguinha
Guiada na vida minha
P’los olhos que Deus te deu
Fui numa prece ao Senhor
A minha vida depor
Aos pés da sagrada cruz
Dava a minha vida a Deus
Se me desses os olhos teus
Que à minha vida dão luz
Deus ouviu minha oração
Tão feita de devoção
Tão magoada e sentida
Deu-me a luz dos olhos teus
Sou feliz graças e Deus
Tenho luz na minha vida
Repertório de Maria Teresa de Noronha
Meu amor, olha pró mar
Para veres a cor dos olhos
Que ao nasceres, Deus te deu
Olha bem longe e verás
Como ao longe se confundem
As cores do mar e do céu
Ó meu pobre coração
Onde tudo é escuridão
Só tem brilho um olhar teu
Gostava de ser ceguinha
Guiada na vida minha
P’los olhos que Deus te deu
Fui numa prece ao Senhor
A minha vida depor
Aos pés da sagrada cruz
Dava a minha vida a Deus
Se me desses os olhos teus
Que à minha vida dão luz
Deus ouviu minha oração
Tão feita de devoção
Tão magoada e sentida
Deu-me a luz dos olhos teus
Sou feliz graças e Deus
Tenho luz na minha vida
Espero
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Espero horas, podes crer
Só para te ver passar
Só para poder cruzar
O meu olhar com o teu
A ventura de te ver
É já ventura bastante
Quer seja perto ou distante
Se te vejo, vejo o céu
Parece, quando tu passas
Que nasce o sol só p’ra mim
E à minha volta há um jardim
Em florida Primavera
E louvo a Deus e dou graças
P’lo momento de te ver
Que pronto me faz esquecer
As longas horas de espera
Não calculas o tormento
Com que a minha alma está
Naquele virá?, não virá?
Que antecede a tua vinda
Tenho a impressão que um momento
É quase uma eternidade
Que uma hora de ansiedade
É tormento que não finda
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Espero horas, podes crer
Só para te ver passar
Só para poder cruzar
O meu olhar com o teu
A ventura de te ver
É já ventura bastante
Quer seja perto ou distante
Se te vejo, vejo o céu
Parece, quando tu passas
Que nasce o sol só p’ra mim
E à minha volta há um jardim
Em florida Primavera
E louvo a Deus e dou graças
P’lo momento de te ver
Que pronto me faz esquecer
As longas horas de espera
Não calculas o tormento
Com que a minha alma está
Naquele virá?, não virá?
Que antecede a tua vinda
Tenho a impressão que um momento
É quase uma eternidade
Que uma hora de ansiedade
É tormento que não finda
Armazéns do matrimónio
Linhares Barbosa / Fernando Freitas
Repertório de Quinita Gomes
Pedem-se amostras p’ra ver
Quando se compra um vestido
O mesmo devia ser
P’ra se arranjar um marido
Calculem que pesadelo
Entrarmos no armazém
Escolhermos o modelo
Do homem que nos convém
A empregada exibia
As últimas novidades
Depois a gente escolhia
Conforme as necessidades
Eram altos e pequenos
Gordos e magros aos molhos
Uns loiros outros morenos
Olhando e piscando os olhos
Nas grandes liquidações
Na abundância de sortido
Por dez ou quinze tostões
Tirava-se um bom marido
Comprar homens a retalho
Era um negócio dos raros
Mas eles dão tal trabalho
Que até de graça são caros
Repertório de Quinita Gomes
Pedem-se amostras p’ra ver
Quando se compra um vestido
O mesmo devia ser
P’ra se arranjar um marido
Calculem que pesadelo
Entrarmos no armazém
Escolhermos o modelo
Do homem que nos convém
A empregada exibia
As últimas novidades
Depois a gente escolhia
Conforme as necessidades
Eram altos e pequenos
Gordos e magros aos molhos
Uns loiros outros morenos
Olhando e piscando os olhos
Nas grandes liquidações
Na abundância de sortido
Por dez ou quinze tostões
Tirava-se um bom marido
Comprar homens a retalho
Era um negócio dos raros
Mas eles dão tal trabalho
Que até de graça são caros
Dona do fado
Frederico de Brito / Ferrer Trindade
Repertório de Artur Garcia
Sempre que canto este fado sinto alegria
De recordar o passado da Mouraria
Lembrar aquelas velhinhas vielas
De tanta saudade
Que deviam ser, portanto
A graça, o encanto de toda a cidade
Velha Lisboa, dona do fado
Sabe cantigas daquelas antigas
Que fazem chorar
Duma canoa que o Tejo irado
Doido a levasse e p'ra sempre ficasse
Perdida no mar
Esta Lisboa garrida é mais Lisboa
Numa janela florida da Madragoa
No Bairro Alto do negro basalto
Mas cheio de fama
Ou naquele aspeto belo Que tem o Castelo
Vizinho de Alfama
Repertório de Artur Garcia
Sempre que canto este fado sinto alegria
De recordar o passado da Mouraria
Lembrar aquelas velhinhas vielas
De tanta saudade
Que deviam ser, portanto
A graça, o encanto de toda a cidade
Velha Lisboa, dona do fado
Sabe cantigas daquelas antigas
Que fazem chorar
Duma canoa que o Tejo irado
Doido a levasse e p'ra sempre ficasse
Perdida no mar
Esta Lisboa garrida é mais Lisboa
Numa janela florida da Madragoa
No Bairro Alto do negro basalto
Mas cheio de fama
Ou naquele aspeto belo Que tem o Castelo
Vizinho de Alfama
Rapsódia
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Sem amor não passo bem
Sem fado passo pior
Procuro o que me convém
Troco por fado o amor
Anda o ciúme metido
Entre o fado e a paixão
E quando canto é sabido
Tenho zanga, há discussão
Mas não merece censura
Peito que o ciúme aquece
Quando o amor é de loucura
É que o ciúme acontece
Zanguei-me, pronto, acabou-se
Andei triste, é de supor
Mas fosse lá p’lo que fosse
À noite cantei melhor
Mas sabe bem, apetece
A razão desse azedume
Só quando o amor acontece
Acontece haver ciúme
E se termino zangado
Às vezes com o meu amor
Ponho-me a cantar o fado
Zangado, canto melhor
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Sem amor não passo bem
Sem fado passo pior
Procuro o que me convém
Troco por fado o amor
Anda o ciúme metido
Entre o fado e a paixão
E quando canto é sabido
Tenho zanga, há discussão
Mas não merece censura
Peito que o ciúme aquece
Quando o amor é de loucura
É que o ciúme acontece
Zanguei-me, pronto, acabou-se
Andei triste, é de supor
Mas fosse lá p’lo que fosse
À noite cantei melhor
Mas sabe bem, apetece
A razão desse azedume
Só quando o amor acontece
Acontece haver ciúme
E se termino zangado
Às vezes com o meu amor
Ponho-me a cantar o fado
Zangado, canto melhor
Zeca
Letra e música de Janita Salomé
Repertório de Filipa Pais
Quero falar-te, e o coração de comovido
Perde as palavras que juntara para ti
Cantar-te sei e apenas isso faz sentido
Menino de oiro, vem sentar-te aqui
Por todo o ano é tempo de cantar janeiras
Mulher da erva, ainda agora a vi passar
Por mar profundo, terra e todas as fronteiras
Venham mais cinco mil para te saudar
Pode o sol morrer de velho
Pode o gelo arder também
Mas a voz que de ti nasce
Já não morre com ninguém
No céu cinzento, o astro mudo ainda revela
Um bater de asas, o disfarce do seu pé
Bebem do sangue, comem tudo, olhai, cautela
O que faz falta, já se sabe o que é
Junta-te a nós, ó bairro negro, vem, falua
P'la noite fora até que se erga o sol do Verão
Solta as amarras, sopra, ó vento, continua
Que este homem não se foi embora, não
Repertório de Filipa Pais
Quero falar-te, e o coração de comovido
Perde as palavras que juntara para ti
Cantar-te sei e apenas isso faz sentido
Menino de oiro, vem sentar-te aqui
Por todo o ano é tempo de cantar janeiras
Mulher da erva, ainda agora a vi passar
Por mar profundo, terra e todas as fronteiras
Venham mais cinco mil para te saudar
Pode o sol morrer de velho
Pode o gelo arder também
Mas a voz que de ti nasce
Já não morre com ninguém
No céu cinzento, o astro mudo ainda revela
Um bater de asas, o disfarce do seu pé
Bebem do sangue, comem tudo, olhai, cautela
O que faz falta, já se sabe o que é
Junta-te a nós, ó bairro negro, vem, falua
P'la noite fora até que se erga o sol do Verão
Solta as amarras, sopra, ó vento, continua
Que este homem não se foi embora, não
Fado vida
Letra e música de Cláudia Leal
Repertório da autora
Acalmo o coração ao fim do dia
Quando o sol se põe e a noite cai
Oiço o meu silêncio
Repertório da autora
Acalmo o coração ao fim do dia
Quando o sol se põe e a noite cai
Oiço o meu silêncio
A gritar dentro de mim
Se o não fizeres
Se o não fizeres
Ninguém vai fazer por ti
Tenho um esquecimento p’ra lembrar
Tenho uma lembrança p’ra esquecer
Sair desta tristeza
Tenho um esquecimento p’ra lembrar
Tenho uma lembrança p’ra esquecer
Sair desta tristeza
É ter que deixá-lo ir
Ninguém prende um amor
Ninguém prende um amor
Que teima em partir
Percorro este caminho só e distante
Pisando as amarguras que o amor me fez
Peço ao vento norte
Percorro este caminho só e distante
Pisando as amarguras que o amor me fez
Peço ao vento norte
Pois eu não sei rezar
Talvez o vento peça a Deus
Talvez o vento peça a Deus
P’ra me ajudar
Se teimas num caminho que não é o teu
A vida passa veloz, vai num instante
Agarra a tua vida
Se teimas num caminho que não é o teu
A vida passa veloz, vai num instante
Agarra a tua vida
E transforma a tua dor
Faz renascer dentro em ti
Faz renascer dentro em ti
O teu próprio amor
Lisboa é assim
José Fialho Gouveia / Luiz Caracol
Repertório de Rodrigo Costa Félix
Lisboa chora o fado e dança o samba
Sotaque e bossa nova nas vielas
De Angola vem o cheiro da Muamba
Amores que se vivem nas novelas
Cachupa e com ela um travo a morna
Mestiça, vai Lisboa na avenida
Mulata que ao dançar até transtorna
O Tejo quando a vê meio despida
Mestiça com encantos mais de mil
Jindungo e açafrão para o caril
Canções e mais sabores além do fado
Lisboa tem o mundo inteiro nela
Tem mar quando se olha da janela
No Tejo podes estar em qualquer lado;
Paris que fica ao lado de Berlim
A Graça é que Lisboa é assim
Nas ancas traz o beat do momento
Mas traz também o fado nas goelas
Às vezes há rodízio suculento
Mas há, p'ra quem quiser, iscas com elas
Da mesquita às igrejas tantas fés
Há sempre outro lugar para mais alguém
Há mais uma cadeira nos cafés
Lisboa é de quem vier por bem
Repertório de Rodrigo Costa Félix
Lisboa chora o fado e dança o samba
Sotaque e bossa nova nas vielas
De Angola vem o cheiro da Muamba
Amores que se vivem nas novelas
Cachupa e com ela um travo a morna
Mestiça, vai Lisboa na avenida
Mulata que ao dançar até transtorna
O Tejo quando a vê meio despida
Mestiça com encantos mais de mil
Jindungo e açafrão para o caril
Canções e mais sabores além do fado
Lisboa tem o mundo inteiro nela
Tem mar quando se olha da janela
No Tejo podes estar em qualquer lado;
Paris que fica ao lado de Berlim
A Graça é que Lisboa é assim
Nas ancas traz o beat do momento
Mas traz também o fado nas goelas
Às vezes há rodízio suculento
Mas há, p'ra quem quiser, iscas com elas
Da mesquita às igrejas tantas fés
Há sempre outro lugar para mais alguém
Há mais uma cadeira nos cafés
Lisboa é de quem vier por bem
Meu amor, diz-me em que esquina
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Meu amor, diz-me em que praça
Foi à praça o nosso amor
Confesso, não acho graça
Leiloar seja o que for
Meu amor, diz-me em que rua
E em que porta te escondeste
Não desisto de ser tua
Apesar do que fizeste
Meu amor, é uma calçada
A vida entre ti e mim
Ando a subi-la cansada
Mas irei até ao fim
Meu amor, diz-me em que esquina
Hei-de virar nossas vidas
Quero mudar-lhes a sina
De becos em avenidas
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Meu amor, diz-me em que praça
Foi à praça o nosso amor
Confesso, não acho graça
Leiloar seja o que for
Meu amor, diz-me em que rua
E em que porta te escondeste
Não desisto de ser tua
Apesar do que fizeste
Meu amor, é uma calçada
A vida entre ti e mim
Ando a subi-la cansada
Mas irei até ao fim
Meu amor, diz-me em que esquina
Hei-de virar nossas vidas
Quero mudar-lhes a sina
De becos em avenidas
Fado sonhado
Carlos Bessa / Júlio Proença *fado proença*
Repertório de Luísa Nascimento
Minha mãe, graças a Deus
O meu sonho de menina
Está agora consumado
Sou feliz junto dos meus
Talvez sorte, talvez sina
Entreguei-me toda ao fado
Vejo em cada madrugada
Lágrimas de uma saudade
Quem em silêncio me escuta
Esta voz vinda do nada
Onde o fado é mais verdade
Conquistando cada luta
Que pena, minha mãe que pena
Quero-te aqui ao meu lado
P'ra poder cantar p'ra ti
Nesta paz calma e serena
Minha mãe, está consumado
Foi p’ró fado que eu nasci
Repertório de Luísa Nascimento
Minha mãe, graças a Deus
O meu sonho de menina
Está agora consumado
Sou feliz junto dos meus
Talvez sorte, talvez sina
Entreguei-me toda ao fado
Vejo em cada madrugada
Lágrimas de uma saudade
Quem em silêncio me escuta
Esta voz vinda do nada
Onde o fado é mais verdade
Conquistando cada luta
Que pena, minha mãe que pena
Quero-te aqui ao meu lado
P'ra poder cantar p'ra ti
Nesta paz calma e serena
Minha mãe, está consumado
Foi p’ró fado que eu nasci
Depois de ti
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Depois de ti não sei quantas
Cruzaram o meu caminho
Foram tantas, tantas, tantas
Que nem a soma adivinho
Hoje que todas passaram
Vejo que tu continuas
Pois juntas, não me deixaram
Saudades iguais às tuas
Agora sim dou valor
Ao ditado verdadeiro
Que diz que não há amor
Que se compare ao primeiro
Depois de ti, não sei quantos
Quantos amores conheci
Foram tantos, tantos, tantos
Que a conta já lhes perdi
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Depois de ti não sei quantas
Cruzaram o meu caminho
Foram tantas, tantas, tantas
Que nem a soma adivinho
Hoje que todas passaram
Vejo que tu continuas
Pois juntas, não me deixaram
Saudades iguais às tuas
Agora sim dou valor
Ao ditado verdadeiro
Que diz que não há amor
Que se compare ao primeiro
Depois de ti, não sei quantos
Quantos amores conheci
Foram tantos, tantos, tantos
Que a conta já lhes perdi
O passeio dos tristes
Carlos Leitão / Paulo Paz
Repertório de Carlos Leitão
Batemos no peito, cantamos o hino
Ouvimos conversas à hora da bica
Juramos ‘star juntos, haja o que houver
Vendemos os sonhos a um euro destino
Que arregaça as mangas p’ra nos dar a pica
E dar cabo dos vivos, venha quem vier
À hora d'almoço, o noticiário
Diz o seu contrário num copo de vinho
Brindamos à urgência que agora fechou
E o Ronaldo, sózinho, foi quem nos salvou
Palestras d’amor e de auto-ajuda
Fiéis seguidores do mais perentório
Que posta e reposta por mais inclusão
Se é dia de greve, não há quem acuda
E a palavra d'honra é o contraditório
Dos tais veraneantes da abstenção
O jantar está na mesa, rezamos a Deus
Comemos os preços mais gordos do IVA
Amargos de boca são p’ra mastigar
É a experiência merecida por cá andar
E há uns paladinos que dizem saber
Dos novos caminhos que ‘stão por fazer
Dormimos com eles à espera que o dia
Dê graças à luz e à democracia;
E se a liberdade for condicional
Seguimos p'ra Bingo
Repertório de Carlos Leitão
Batemos no peito, cantamos o hino
Ouvimos conversas à hora da bica
Juramos ‘star juntos, haja o que houver
Vendemos os sonhos a um euro destino
Que arregaça as mangas p’ra nos dar a pica
E dar cabo dos vivos, venha quem vier
À hora d'almoço, o noticiário
Diz o seu contrário num copo de vinho
Brindamos à urgência que agora fechou
E o Ronaldo, sózinho, foi quem nos salvou
Palestras d’amor e de auto-ajuda
Fiéis seguidores do mais perentório
Que posta e reposta por mais inclusão
Se é dia de greve, não há quem acuda
E a palavra d'honra é o contraditório
Dos tais veraneantes da abstenção
O jantar está na mesa, rezamos a Deus
Comemos os preços mais gordos do IVA
Amargos de boca são p’ra mastigar
É a experiência merecida por cá andar
E há uns paladinos que dizem saber
Dos novos caminhos que ‘stão por fazer
Dormimos com eles à espera que o dia
Dê graças à luz e à democracia;
E se a liberdade for condicional
Seguimos p'ra Bingo
Viva Portugal
O Júlio pescador
Carlos Bessa / Júlio Proença *fado proença*
Repertório de José Barbosa
Fez-se ao mar pela noitinha
Foi à pesca da sardinha
No barco Maria Estela
Nome de sua mulher
Que na vida tanto quer
E não deseja perdê-la
Já bem longe d’Afurada
No pulsar da madrugada
O Júlio põe-se a pensar;
Foi tudo, p’ra ser alguém
Seus pais que Deus lá tem
Disso podem se orgulhar
Assobia um lindo fado
Por Manuel Dias cantado
"Amor de pai" que é tão lindo
E enquanto ele vai pescando
As gaivotas vão cantando
E as estrelas reluzindo
Cansado, de manhãzinha
Na lota vende a sardinha
Co’a mulher no seu pregão
Grita alto o velho Roque
Filha do Quim do reboque
Mantém viva a tradição
Chega enfim, sábado à noite
O Júlio procura acoite
Numa tasca pequenina
Nessa noite ali há fado
Com a mulher a seu lado
Faz do fado a sua sina
Repertório de José Barbosa
Fez-se ao mar pela noitinha
Foi à pesca da sardinha
No barco Maria Estela
Nome de sua mulher
Que na vida tanto quer
E não deseja perdê-la
Já bem longe d’Afurada
No pulsar da madrugada
O Júlio põe-se a pensar;
Foi tudo, p’ra ser alguém
Seus pais que Deus lá tem
Disso podem se orgulhar
Assobia um lindo fado
Por Manuel Dias cantado
"Amor de pai" que é tão lindo
E enquanto ele vai pescando
As gaivotas vão cantando
E as estrelas reluzindo
Cansado, de manhãzinha
Na lota vende a sardinha
Co’a mulher no seu pregão
Grita alto o velho Roque
Filha do Quim do reboque
Mantém viva a tradição
Chega enfim, sábado à noite
O Júlio procura acoite
Numa tasca pequenina
Nessa noite ali há fado
Com a mulher a seu lado
Faz do fado a sua sina
Espera de toiros
Mote: Carlos Conde / Glosa: Henrique Rego / Popular fado corrido
Nesse domingo de agosto
Foi linda a espera de gado
Desde manhã ao sol posto
Houve alma, Toiros e Fado
Manhã cedo ainda se ouviam
Repertório de Manuel de Almeida
Esta letra, com o título original *Tarde de toiros* sofreu algumas
alterações na gravação e para além disso a 2a estrofe não foi gravada
Nesse domingo de agosto
Foi linda a espera de gado
Desde manhã ao sol posto
Houve alma, Toiros e Fado
Manhã cedo ainda se ouviam
Os roucos cantos dos galos
Já dos fogosos cavalos
Já dos fogosos cavalos
As guizeiras retiniam;
Os retiros já se viam
Os retiros já se viam
Engalanados com gosto
E o Sol, no seu régio posto
E o Sol, no seu régio posto
Brilhante como um tesoiro;
Abria o seu leque d’oiro
Nesse domingo de agosto
Campinos de matacões
Abria o seu leque d’oiro
Nesse domingo de agosto
Campinos de matacões
Gente nobre, gente fixe
P’la Calçada de Carriche
P’la Calçada de Carriche
Eram alvo de ovações;
Sob os fortes aguilhões
Sob os fortes aguilhões
O curro vinha domado
E o povo, entusiasmado
E o povo, entusiasmado
Dizia, de orgulho cheio;
Para os anais do toureio
Foi linda a espera de gado
Já tudo sabia ao certo
Para os anais do toureio
Foi linda a espera de gado
Já tudo sabia ao certo
Que nessa tarde, Fuentes
Lidava toiros valentes
Lidava toiros valentes
Das lezírias de Roberto;
O Sol era um lírio aberto
O Sol era um lírio aberto
No manto do céu exposto
E o povoléu, bem-disposto
E o povoléu, bem-disposto
Vira passar, em tipóias;
Mulheres lindas como jóias
Desde manhã ao sol posto
Campanudo e Patusquinho
Mulheres lindas como jóias
Desde manhã ao sol posto
Campanudo e Patusquinho
No retiro do Vilar
Encontravam-se a cantar
Encontravam-se a cantar
Desde manhã, bem cedinho;
Dos tonéis corria o vinho
Dos tonéis corria o vinho
Espumante, avermelhado
Tudo estava inebriado
Tudo estava inebriado
Tudo vivia num sonho
Pois nesse dia risonho
Houve alma, Toiros e Fado
Pois nesse dia risonho
Houve alma, Toiros e Fado
Silêncio
Letra de Jorge Rosa
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Silêncio, cala-te vento
Não chores mais p’lo caminho
Consente que este lamento
Feito do meu sofrimento
Chore no mundo sozinho
Silêncio, cala-te mar
P’ra quê bater nesse jeito
Se não chegas p’ra abafar
As penas do meu penar
No marasmo do meu peito
Silêncio, chuva que é tanto
O pranto dos olhos meus
Que até mesmo quando canto
É maior todo o meu pranto
Que todo o pranto dos céus
Silêncio, que a tempestade
Que em meu peito se agitou
Tem mais força, mais vontade
Porque é feita da saudade
Que um grande amor me deixou
Desconheço se esta letra foi gravada
Transcrevo-a na esperança de obter informação credível
Letra transcrita do livro editado pela Academia da Guitarra e do Fado
Silêncio, cala-te vento
Não chores mais p’lo caminho
Consente que este lamento
Feito do meu sofrimento
Chore no mundo sozinho
Silêncio, cala-te mar
P’ra quê bater nesse jeito
Se não chegas p’ra abafar
As penas do meu penar
No marasmo do meu peito
Silêncio, chuva que é tanto
O pranto dos olhos meus
Que até mesmo quando canto
É maior todo o meu pranto
Que todo o pranto dos céus
Silêncio, que a tempestade
Que em meu peito se agitou
Tem mais força, mais vontade
Porque é feita da saudade
Que um grande amor me deixou
Fado Toninho
Letra e música de Pedro da Silva Martins
Repertório do grupo *Deolinda
Dizem que é mau, que faz e acontece
Arma confusão e o diabo a sete
Agarrem-me que eu vou-me a ele
Nem sei o que lhe faço
Desgrenho os cabelos
Esborrato os lábios
Se não me seguram, dou-lhe forte e feio
Beijinhos na boca, arrepios no peito
E pagas as favas, eu digo "enfim”
Ó meu rapazinho és fraco p’ra mim
De peito feito ele ginga o passo
Arregaça as mangas e escarra pró lado
Anda lá, ó meu cobardolas
Vem cá mano a mano
Eu faço e aconteço
Eu posso, eu mando
Se não me seguram, dou-lhe forte e feio
Beijinhos na boca, arrepios no peito
E pagas as favas, eu digo "enfim”
Ó meu rapazinho sou tão má p'ra ti
Ó meu rapazinho eu digo assim
Se não me seguram dou cabo de ti
Repertório do grupo *Deolinda
Dizem que é mau, que faz e acontece
Arma confusão e o diabo a sete
Agarrem-me que eu vou-me a ele
Nem sei o que lhe faço
Desgrenho os cabelos
Esborrato os lábios
Se não me seguram, dou-lhe forte e feio
Beijinhos na boca, arrepios no peito
E pagas as favas, eu digo "enfim”
Ó meu rapazinho és fraco p’ra mim
De peito feito ele ginga o passo
Arregaça as mangas e escarra pró lado
Anda lá, ó meu cobardolas
Vem cá mano a mano
Eu faço e aconteço
Eu posso, eu mando
Se não me seguram, dou-lhe forte e feio
Beijinhos na boca, arrepios no peito
E pagas as favas, eu digo "enfim”
Ó meu rapazinho sou tão má p'ra ti
Ó meu rapazinho eu digo assim
Se não me seguram dou cabo de ti
Feitiços do fado
Carlos Baleia / Arménio de Melo
Repertório de Adriano Pina
Rua que é de não sei quem
Onde existe um pelourinho
E os passos que dou, se calam
Espaço meu e de ninguém
Esta rua onde caminho
Com silêncios que me falam
A luz baça dos recantos
Sabe histórias sem ter fim
Da rua misteriosa
E há suspeitas que num canto
Onde há bancos de jardim
A rua é mais carinhosa
Tudo pode acontecer
Nesta rua que os meus passos
Não se cansam de pisar
Pode-se amar e nascer
Num viver de estranhos laços
E fatalmente, cantar
Rua louca, doida rua
Vinda do tempo passado
Em transportes de ilusão
Em ti passo à luz da lua
Quando os feitiços do fado
Me falam ao coração
Repertório de Adriano Pina
Rua que é de não sei quem
Onde existe um pelourinho
E os passos que dou, se calam
Espaço meu e de ninguém
Esta rua onde caminho
Com silêncios que me falam
A luz baça dos recantos
Sabe histórias sem ter fim
Da rua misteriosa
E há suspeitas que num canto
Onde há bancos de jardim
A rua é mais carinhosa
Tudo pode acontecer
Nesta rua que os meus passos
Não se cansam de pisar
Pode-se amar e nascer
Num viver de estranhos laços
E fatalmente, cantar
Rua louca, doida rua
Vinda do tempo passado
Em transportes de ilusão
Em ti passo à luz da lua
Quando os feitiços do fado
Me falam ao coração
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