De que tanto oiço falar
Tinha acabado a toirada
E batiam-se as tipóias
P’ra as bandas do Lumiar
O meu faia, de samarra
E eu de chaile de tricana / Resolvemos ir prás hortas
Peguei na minha guitarra
E uma velha traquitana / Levou-nos fora de portas
Abancamos numa tasca
Orgulhosos, sobranceiros / Com a lira a dar nas vistas
No meio de gente rasca
De fidalgos, de toureiros / De boémios e fadistas
Cantou-se até ao alvor
E a festa do Lumiar / Findou como era costume
Uma cantiga de amor
Um canjirão pelo ar / E uma cena de ciúme
Um fidalgo alto, imponente
Defendia uma mulher / Da navalha dum rufia
Com pena de não saber / Como o resto acabaria