Rui Manuel
/ Martinho d'Assunção
Repertório
de Casimiro Silva
Quando
em Lisboa amadurecem as guitarras
E a madrugada se entreolha à luz de velas
A solidão é uma sombra que devora
As outras sombras que percorrem as vielas;
Quando em Lisboa amadurecem as guitarras
O fado parte como o Tejo, barra fora
A solidão é uma sombra que devora
As outras sombras que percorrem as vielas;
Quando em Lisboa amadurecem as guitarras
O fado parte como o Tejo, barra fora
Quando em Lisboa anoitece
O Bairro Alto parece
Chamar Alfama num convite à
desgarrada
Se a Mouraria o aceita
A Madragoa aproveita
Lisboa já não vai dormir,
fica acordada
Quando
em Lisboa o silêncio é um poema
E
descobrimos que as palavras somos nós
Só
nos amantes pode haver intimidade
Igual
ao som duma guitarra e uma voz;
Quando
em Lisboa o silêncio é um poema
O fado diz que tomou conta da cidade