E nunca é cedo demais
Rui Rocha / Frederico de Brito *fado azenha*
Repertório de Miguel Rebelo
Aqui, olhando o estuário
Vejo o bailado diário
Das gaivotas do meu rio
Umas vão rasando as águas
Outras, poisadas nas tábuas
Do que resta de um navio
Junto à salina esquecida
Agora triste e sem vida / Outrora, ouro salgado
Oiço a Lisboa moderna
Cantar da forma mais terna / A tradição que há no fado
Atravesso então o Tejo
Levo comigo o desejo / De rever minha cidade
Só assim, sentindo o chão
Vou enchendo o coração / E esvaziando a saudade
Minha Lisboa é meu cais
E nunca é cedo demais / Para prender as amarras
Entrar num bairro bairrista
Ouvir uma voz fadista / E chorar com as guitarras