Repertório de António Pinto Basto
Devagar, conta-me a história
Resumida, dilatada
Tremenda de bem contada
Devagar, mas de memória
Devagar, que tenho medo
Do fundo do mar em mim
Da sombra do meu segredo
Da sombra do meu segredo
Do princípio e não do fim
Devagar, tira do tempo
Devagar, tira do tempo
A medida singular
Que põe asas no vento
Que põe asas no vento
Que faz o tempo passar
Devagar, tão devagar
Devagar, tão devagar
Que eu não veja, não transponha
Abismos no teu olhar
Abismos no teu olhar
De verdade, ou de vergonha
Devagar, lembra-me o dia
Devagar, lembra-me o dia
Do princípio ou fim, que importa
Da gorada fantasia
Da gorada fantasia
Que antes de nada, era morta
Devagar, senta-se á mesa
Devagar, senta-se á mesa
Do dono do universo
Mata fontes de incerteza
Mata fontes de incerteza
Dá-me um beijo, faz-me um verso
Devagar, conta-me um conto
Devagar, conta-me um conto
Repetido ou inventado
Tremendo de bem contado
Tremendo de bem contado
Devagar, ponto por ponto
Devagar foge de mim
Devagar foge de mim
Marca pedras no caminho
Não corras, vai sempre assim
Não corras, vai sempre assim
Devagar, devagarinho