Repertório de Hélder Cruz
Se m’esperam e me condenam
A ser eu, para além de mim
Como querem que entre grades
Amarrado a saudades
Mais do que eu, eu seja assim
Se do tempo que me resta
É só uma a primavera
Como ter as mãos em festa
Sem as encostar à testa
E ao suor de quem eu era?
Se dum tiro nasce a flor
Que a estar assim me condena
Então, nem seiva nem cor
E nem ódio e nem amor
Nem desgosto e só pena