Letra
e música de Miguel Araújo Jorge
Repertório
de Ana Moura
Rodo
a saia sempre que bem me apetece
Viro
o disco se o antigo me aborrece
Bato
c’o tamanco, mão na anca, e mexe
E
diz que o fado não se dança, até parece
Saio
desta roda se bem me apetece
Diz
que o vira não mexe, ainda se aborrece
Manca
que manca, mão na anca e mexe
Ai
não que não dança, até parece
E
se alguma lágrima me aparece
O
tamanco manda, a cabeça obedece
São
dois para lá para cá outro tanto
A
ver se o pranto não estanca, até parece
Sempre
que o meu fado nesse teu tropece
Desenrolo
a teia que o destino tece
Viro
a minha vida toda do avesso
A
ver se o fado não se dança, até parece
A
lua foi embora
Olha
a aurora a despontar
Se
o fado se canta e chora
Também
se pode dançar
E
se alguma voz se insurge na quermesse
Fado
assim não sei o que é que me parece
Paro
logo e digo alto e pára o baile
Até
o xaile eu viro se me apetece
Sai
da roda e roda a saia, sobe e desce
Vira
o disco e diz que vira assim não mexe
Roda
o xaile e baila enquanto o baile deixa
E
vê se o fado não mexe, ai não não mexe
A
culpa foi embora
Saudade
bem pode esperar
Se
o fado se canta e chora
Também se pode dançar