Suavizando as cicatrizes / por magia
Que há muito trago na pele / quase morta
São palavras tão serenas / demoradas
Que me amainam temporais / plenos de gritos
Esqueço nelas minhas penas / derramadas
Meus pecados capitais / mais que infinitos
São palavras que alimentam / de carinho
A minh’alma endurecida / em desatino
Tão ardentes que me inventam / no caminho
Sede p’ra beber a vida / e ter destino
São palavras indecentes / que me atiras
Que devolvo sem pudor / num louco arpejo
Entre carícias ardentes / tu deliras
No meu ventre feito amor / nasce desejo
Neste meu peito onde cravas / quais raízes
Carícias firmes e ternas / com fervor
Guardo todas as palavras / que me dizes