Manuela de
Freitas / José Mário Branco
Repertório
de Camané
Partiste
sem dizer adeus nem nada
Fingiste que a culpa era toda minha
Disseste que eu tinha a vida estragada
E eu gritei-te da escada
Que fosses morrer sozinha
Voltaste e nem desculpa pediste
Perguntaste porque é que eu tinha chorado
Não respondi, mas quando vi que sorriste
Eu disse que estava triste
Porque tu tinhas voltado
Zangada, esvaziaste o meu armário
E em nada ficou meu disco preferido
De raiva, rasguei o teu diário
Virei teu saco ao contrário
Dei-te cabo de um vestido
Queimaste o meu jantar favorito
Deixaste o meu champanhe azedar
E quando cozinhei o periquito
Para abafar o teu grito
Eu comecei a cantar
Fumavas, eu nem suportava o cheiro
Teimavas em me acender um cigarro
E quando tu me ofereceste um isqueiro
Atirei-te com o cinzeiro
Escondi as chaves do carro
Não queria que visses televisão
Em dia de jogos de Portugal
Torcias contra a nossa seleção
Se eu via um filme de acção
Tu mudavas de canal
Tu querias que eu fosse contigo ao bar
Só ias, se eu não entrasse contigo
Saía p’ra não ter de te aturar
Tu ficavas a dançar
Com o meu melhor amigo
Gozavas porque eu não queria beber
Ralhavas ao veres-me de grão na asa
Eu ia festa sem te dizer
Nunca cheguei a saber
Se tu ficavasem casa
Tu deste ao porteiro roupa minha
Soubeste que eu lhe dera o teu roupão
Eu dei o teu anel à vizinha
E p’ la estima que eu lhe tinha
Ofereceste-lhe o meu cão
Foste-te me lendo o teu romance de amor
Sabendo que eu não gostava da história
No dia de o mandares pró editor
Fui ao teu computador
Apaguei-o da memória
Se cozinhavas, eu jantava sempre fora
Juravas que eu havia de pagá-las
Põe-te na rua; dizias-me a toda a hora
E quando eu me fui embora
Tu ficaste-me coas malas
Depois desses anos infernais
Os dois éramos caso arrumado
Achando que também era demais
Jurámos pra nunca mais
Foi cada um pra seu lado
No escuro, tu insistes que eu não presto
Eu juro que falta a parte melhor
Um beijo acaba com o teu protesto
Amanhã conto-te o resto
Disseste que eu tinha a vida estragada
E eu gritei-te da escada
Que fosses morrer sozinha
Voltaste e nem desculpa pediste
Perguntaste porque é que eu tinha chorado
Não respondi, mas quando vi que sorriste
Eu disse que estava triste
Porque tu tinhas voltado
Zangada, esvaziaste o meu armário
E em nada ficou meu disco preferido
De raiva, rasguei o teu diário
Virei teu saco ao contrário
Dei-te cabo de um vestido
Queimaste o meu jantar favorito
Deixaste o meu champanhe azedar
E quando cozinhei o periquito
Para abafar o teu grito
Eu comecei a cantar
Fumavas, eu nem suportava o cheiro
Teimavas em me acender um cigarro
E quando tu me ofereceste um isqueiro
Atirei-te com o cinzeiro
Escondi as chaves do carro
Não queria que visses televisão
Em dia de jogos de Portugal
Torcias contra a nossa seleção
Se eu via um filme de acção
Tu mudavas de canal
Tu querias que eu fosse contigo ao bar
Só ias, se eu não entrasse contigo
Saía p’ra não ter de te aturar
Tu ficavas a dançar
Com o meu melhor amigo
Gozavas porque eu não queria beber
Ralhavas ao veres-me de grão na asa
Eu ia festa sem te dizer
Nunca cheguei a saber
Se tu ficavas
Tu
Soubeste que eu lhe dera o teu roupão
Eu dei o teu anel à vizinha
E p’ la estima que eu lhe tinha
Ofereceste-lhe o meu cão
Foste-te me lendo o teu romance de amor
Sabendo que eu não gostava da história
No dia de o mandares pró editor
Fui ao teu computador
Apaguei-o da memória
Se cozinhavas, eu jantava sempre fora
Juravas que eu havia de pagá-las
Põe-te na rua; dizias-me a toda a hora
E quando eu me fui embora
Tu ficaste-me coas malas
Depois desses anos infernais
Os dois éramos caso arrumado
Achando que também era demais
Jurámos pra nunca mais
Foi cada um pra seu lado
No escuro, tu insistes que eu não presto
Eu juro que falta a parte melhor
Um beijo acaba com o teu protesto
Amanhã conto-te o resto
Boa noite meu amor