Letra e
música de Carlos Paião
Repertório
de Vasco Rafael
Vem
o homem de lenço ao pescoço
Ai a mão enfiada no bolso... ah fadista
Entra
logo a cantar muito alto
As
pessoas até dão um salto... ah fadista
Depois
põe-se nos bicos dos pés
Disfarçando
a sua pequenez... ah fadista
Fecha
os olhos com ar concentrado
Ai
a ver se ainda dorme um bocado... ah fadista
E,
quando chega o refrão
Ele
aperta o coração
E
canta, co'a voz sofrida p'la emoção
Ai fado, tu tens o
recado
De tudo o que vejo
Do mundo
alinhado
Num grande cortejo
Direito ao pecado
Direito ao pecado
No fogo dum beijo
Ai fado. não foste ensinado
Com pauta ou solfejo
Tu és engraçado
Tu és
um gracejo
Por seres tão
prendado
É que eu te desejo
Choradinho
a mostrar como é
Picadinho
p'ra bater o pé... ah fadista
Volta
e meia dá-lhe um arrepio
Ai coitado
do homem, tem frio... ah fadista
E
os senhores das guitarras, sisudos
Lá resolvem os casos bicudos... fadistas
Lá resolvem os casos bicudos... fadistas
E
o público está arrebatado
Há
pessoas que caem p'ró lado... ah fadista
E
quando volta o refrão
Há
quem rasteje p'lo chão
E
ele canta, com raça e com comichão
E,
quando chega o final
Os
olhos já vêem mal
E
grita duma maneira descomunal