Manuel de
Carvalho / Fernando de Freitas *fado pena*
Repertório
de António Passos
Era
a mulher mais linda do Covêlo
Lá,
não havia outra como ela
Usava
fita verde no cabelo
A
contrastar a cor dos olhos dela
Chamavam-lhe
a Rosinha vendedeira
Tinha
a fruta mais fresca do lugar
Sentia
orgulho em ser mãe solteira
Só
soube uma vez na vida amar
Ria
p’ra toda gente, era feliz
Seu
pregão ecoava no mercado
Eu
soube que para aí já se diz
Que
anda sempre só e canta o fado
Havia
quem falasse até mal dela
Por
ser, cantadeira ser artista
Nunca
deu confiança, nem deu trela
Tinha
o sangue nas veias, era fadista
Um
dia a Rosinha do Covêlo
Deixou
de vender lá no mercado
E
traz fita negra no cabelo
E agora chora quando canta o fado
E agora chora quando canta o fado