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QUE ME DIZEM?
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O castanheiro

João de Vasconcellos e Sá / António Pinto Basto
Repertório de António Pinto Basto

No cimo daquele outeiro
Debruçado, um castanheiro
Morre de sede e fadiga
Erguendo os braços ao vento
Dando a visão do tormento
Sobre uma rocha inimiga

Perdeu as folhas, coitado
Tão sequinho, tão mirrado  
Fogem dele os passarinhos
Pois mesmo em noites suaves
Não pode abraçar as aves 
Nem pode embalar os ninhos

E um ramo de hera viçosa
Que vive, sempre amorosa 
Ao velho troco segura
Abraça o pobre velhinho
Cada vez com mais carinho 
Cada vez com mais ternura

Ó hera que não dás flor
Teu coração, para amor 
Deve ser igual ao meu
Singela planta que eu amo
Jamais se esquece do ramo 
Onde uma vez se prendeu