Repertório de Rodrigo
Aquele louco poeta
Que fazia da caneta
Uma arma de defesa
Que era feio de feições
Mas que moldava canções
Duma infinita beleza
Partiu p'ra outro lugar
Mas antes, deixou ficar
Versos de muitas vertentes
Cantou com voz de criança
Eu sou povo e canto esperança
Balada das mãos ausentes
Revelou-se com coragem
Para não viver à margem
Não quis aceitar a regra
Passou assim a maldito
E p'ra calar o seu grito
Chamaram-lhe Ovelha negra
Pobre louco, sonhador
Que afogava a sua dor
No vinho do desatino
Morreu o homem profeta
Calou-se a voz do poeta
Que no fundo, era um menino